25 de Abril. Trinta e três anos depois. Ouço o discurso do Presidente da República e os comentários que daí resultaram por parte de vários políticos da nossa praça. E retenho duas ideias: em primeiro lugar, a de que é preciso, é forçoso, manter vivo o espírito de Abril nos jovens portugueses; em segundo lugar, a ideia de que, para atingir o primeiro objectivo, talvez seja necessário mudar a forma como é assinalada esta efeméride, deixando de ser um ritual e passando a ser algo que envolva mais a população. Já agora, ao ouvir esta do ritual, veio-me à memória a questão das missas que cada vez têm menos pessoas as assistir, vá-se lá saber porquê...
Voltando à questão do 25 de Abril, não posso deixar de concordar com estas duas ideias. Nasci depois de Abril mas reconheço a importância fulcral deste período da história portuguesa no bom desenrolar do futuro do nosso país. Não compreendo, por exemplo, aqueles jovens que não fazem a mínima ideia do que foi o 25 de Abril, o que dele resultou, o que com ele terminou. É certo que os programas escolares abordam essa temática muito ao de leve e só há relativamente poucos anos, (e a matéria nem sempre é dada até ao fim do livro, por isso...) mas é preciso querer saber mais e quando ouvimos falar em algo que desconhecemos temos de procurar informação.
Já em relação à questão da forma de assinalar esta data, apesar de concordar que a cerimónia na Assembleia da República é pouco convidativa, sei que as comemorações não ficam confinadas às quatro paredes daquele edifício. Um pouco por todo o lado multiplicam-se as iniciativas que assinalam mais um ano de Abril, incluindo em Paredes de Coura. Ainda na terça-feira à noite um espectáculo musical no Centro Cultural assinalou a data, homenageando Zeca Afonso, e no sábado, desta feita em Mozelos, novo espectáculo vai relembrar aquele cantor e, necessariamente, a "Revolução dos Cravos".
De qualquer das formas é de lamentar o esquecimento, pois quero crer que se tratou de um esquecimento, da autarquia de Paredes de Coura no que respeita à habitual sessão extraordinária da Assembleia Municipal evocativa do 25 de Abril, que este ano não se realizou. Será que já previam o discurso de Cavaco Silva e não quiseram arriscar a repetir o ritual? Ou será que os partidos ali representados chegaram à conclusão de que não vale a pena discutir o valor da democracia no nosso concelho? Se assim for, acho que está na hora de fazer outro 25 de Abril.
Nao vivi o 25 de Abril. Nao o estudei na escola, o que nao me impediu de procurar aquilo que queria saber. Atraso nos programas nao é justificação.
ResponderEliminarPelo que me diz respeito não há esquecimento. Nunca haverá. A sessão da Assembleia não se realizou por motivos políticos, mas por motivos que assumo pessoalmente.
ResponderEliminarAi não eram politicos? Pessoais? Ninguem é insubstituivel... 25 DE ABRIL SEMPRE E CADA VEZ MAIS
ResponderEliminarConcordo com o sr. presidente da assembleia municipal. Secalhar não houve homenagem por motivos políticos, mas pelos piores motivos. Para quê comemorar o 25 de Abril num terra oprimida pelo poderia bacoco, numa terra em que, perdoem-me a honestidade, mas os dirigentes politicos ou não têm a minima noção de gestao sustentável, ou esqueceram-se por completo do que aprederam?
ResponderEliminar"Pelo que me diz respeito não há esquecimento. Nunca haverá. A sessão da Assembleia não se realizou por motivos políticos, mas por motivos que assumo pessoalmente."
ResponderEliminarPeço desculpa pela picuinha e, quiçá, ignorância... por ventura não faltará nada nesta frase? Não é nada pessoal, mas o português é francamente mau...