04 abril 2007

Para turista ler... e esquecer

No passado fim de semana viajei até Lisboa. Motivos pessoais ditaram uma deslocação à “capital”, uma viagem que nunca me seduziu mas que, de tempos a tempos, torna-se obrigatória, mais não fosse pela oferta global que a cidade oferece, nomeadamente a nível cultural e, no caso concreto, económico. Para a deslocação resolvi seguir o conselho do Vítor Paulo Pereira e, do Porto para baixo, optei pelo comboio, mais concretamente pelo serviço Alfa Pendular que em menos de três horas nos coloca na Gare do Oriente, com o Parque das Nações à porta.
Uma opção que recomendo, pois o stress de enfrentar uma auto-estrada cada vez mais sobrecarregada fica à porta do comboio. Lá dentro, num ambiente confortável (ainda que as poltronas pudessem ser mais ergonómicas) a viagem decorre sem sobressaltos e podemos aproveitar o percurso para colocar a leitura ou a conversa em dia, sem corrermos o risco de, numa qualquer distracção, estarmos em cima do carro da frente.
Dois reparos, contudo, à deslocação neste serviço da CP. O primeiro prende-se com a velocidade reduzida a que o comboio é obrigado a circular dadas as limitações da via, como também realçou o Vítor Paulo no seu artigo. Apenas em meia dúzia de pontos a composição ultrapassa a barreira dos 200 km/hora. O segundo, a meu ver pior porque é facilmente corrigível, tem a ver com a programação do serviço de televisão que é oferecido aos passageiros, numa parceria CP/RTP. Assistir a programas repetidos ainda vá, agora exibir alguns com mais de dois anos quando a programação do canal público tem tanto para oferecer é que já não é aceitável. Quem acordasse de um sono profundo e viajasse no Alfa do passado sábado ainda pensaria que o PSD era Governo e Mota Amaral o presidente da Assembleia da República.
Na viagem de regresso esqueci a televisão e dediquei-me à leitura. Comprei a Sábado e com ela trouxe um suplemento que nos dá 52 sugestões para passar um fim de semana. Abri e vi que também Paredes de Coura estava contemplado, com a indicação da Casa das Cerejas, em Bico, uma unidade de turismo rural do nosso concelho. Muito bem a representação courense, não fosse a peça pecar por um de dois motivos: ou quem a fez nem sequer cá pôs os pés ou então andou muito distraído na sua visita.
Desde a indicação de como chegar à Casa das Cerejas, que nos deixa perdidos algures em Resende, até às sugestões que são feitas para ocupar o tempo que por cá passem os turistas. Que dizer de um artigo que nos sugere a visita, em Vigo, da Catedral de Tui, ou nos recomenda um noite animada em Pontevedra, Vigo. Não seria antes em Vigo, Pontevedra? Enfim, para terminar, a sugestão, a não perder, de visitar o Corno de Bico “uma paisagem protegida onde pode observar enormes blocos de granito”. Como em qualquer pedreira, acrescento eu.

2 comentários:

  1. Há seis perguntas que deviam ser feitas pelos jornalistas e para as quais é importante conhecer a resposta. Alguém já lhes sabe responder?

    1) Os colegas da Universidade Independente de José Sócrates (os que também pediram equivalências) também acabaram o curso em Agosto? Acabaram primeiro ou depois de José Sócrates? Quando?

    2 - Quantas cadeiras tiveram de fazer os colegas de José Sócrates? De que cursos de engenharia técnica vieram? Também tiveram de fazer só cinco cadeiras? E se tiveram de fazer mais, porquê?

    3 - Onde está a dissertação e o trabalho de fim de curso de José Sócrates, da cadeira de projecto? Normalmente esse trabalho é guardado na biblioteca das Escolas Superiores/Universidades? Alguém sabe onde está? Pode ser consultado?

    4 - José Sócrates pagou as propinas? Estarão esses custos de despesas de educação na sua folha de IRS de 1996/1997 (que como político deverá ter apresentado)?

    5 - O facto de fazer o curso à noite, em princípio, não lhe dá a possibilidade automática de poder faltar às aulas, muitas disciplinas exigem número mínimo de presenças. O que se passou com a assistências às aulas das 5 cadeiras? Qual era o seu regime? O que dizem os colegas de José Sócrates?

    6 - Como se comparam as notas dos colegas da licenciatura da Independente (que iam às aulas) com as de José Sócrates (os seus colegas afirmaram, segundo o DN, que ele nunca era visto nas aulas)? As cinco cadeiras tinham um elevado conteúdo técnico-matemático, sendo difícil estudar sozinho sem ir às aulas, o que se deveria reflectir nas notas finais, ou não?

    (Pedro Costa)

    ResponderEliminar
  2. aí está uma área que nos poderia deixar respirar: o turismo. Digo respirar porque considerando o actual estado das coisas estamos perto da perda do folego. Desejava ver políticos empenhados em apostar nas potencialidades de coura, tornando-as verdadeiras fontes de rendimentos (a todos os níveis). Fico-me pelo desejar.

    Abraço EB

    ResponderEliminar

Agora que leu, pode deixar aqui o seu comentário. Já agora, com moderação e boa educação! O Mais pelo Minho reserva-se o direito de não publicar comentários insultuosos. Quaisquer comentários inadequados deverão ser reportados para o email do blogue. Muito obrigado!