14 junho 2007

Breves, curtas e grossas

Despertar violento
O cenário é o mesmo, todos os dias de manhã. E de tarde. Cerca de 350 crianças entre os seis e os dez anos de idade, confinadas no espaço polivalente da nova Escola Básica Integrada de Paredes de Coura. Gritos, brincadeira, pancadaria, mais brincadeira. São crianças, estão praticamente no final do ano lectivo (como eu os compreendo na necessidade de férias), mas têm este tipo de comportamento também porque não há ninguém para lhes deitar uma mão. A EBI tem poucos funcionários, e os que têm, distribuídos por turnos ao longo de todo o dia, resultam em menos ainda para vigiar, apoiar e tomar conta das crianças.
Não sei o que falta para contratar mais pessoal. Dinheiro, um simples pedido a quem de direito…. Seja o que for não se compreende como não há ninguém que olhe para esta situação e diga: BASTA. Passamos de uma funcionária para 20 alunos, nas escolas antigas, para uma funcionária para 100 numa escola modelo. De que adianta pedir mais crianças se depois não temos como tomar conta delas.

Fechado para balanço
Vilar de Mouros já era. Depois de, nos últimos anos, ter andado pela mó de baixo, o mais antigo festival de música do país não resistiu e, acusando a falta de apoio da autarquia caminhense, cancelou a edição de 2007. Cá para mim não volta tão cedo, ou pelo menos antes de 2010, dado que daqui a dois anos há eleições autárquicas e a Câmara de Caminha pode mudar.
E nós por cá? Temos sorte diferente. A Câmara apoia, nós também. A organização agradece e recompensa a fidelidade: bilhetes mais baratos para os locais e o parque de estacionamento da praia fluvial devidamente empedrado. Ao que parece a autarquia tinha-se esquecido de acabar a obra quando criou a praia e as infraestruturas ao redor.


Vá para fora, cá dentro
Talvez relacionada com o primeiro texto, ou mesmo com o segundo, é também a notícia, dada à estampa em vários jornais nacionais da semana passada, de que muitas crianças do país vão ficar sem praia este ano porque as câmaras municipais simplesmente não têm dinheiro para o transporte, tendo em conta as normas impostas pela nova legislação. Fica, deste modo, gorada a única possibilidade que muitas crianças de Paredes de Coura, nomeadamente da EBI, tinham de ir à praia, uma semana no ano que fosse.
O problema é da Lei, dizem os autarcas. O problema é a falta de dinheiro, dizem os autarcas. Cá para mim o problema são os autarcas, porque dinheiro para outras coisas parece não faltar. Mas não há problema, a câmara está a tratar do estacionamento na praia fluvial e depois é só dar um pulinho até lá para ver o mar... de gente que por lá vai passar.
Já agora, e por falar em autarcas, está a decorrer nos Açores o congresso da Associação Nacional de Municípios Portugueses. Até aposto que muitos dos autarcas não puderam ir porque lhes faltou o dinheiro para o transporte.

6 comentários:

  1. Em relação a Vilar de Mouros a Câmara já veio a público negar as acusações feitas, inclusive irá processar os autores das mesmas para que estes as provem em tribunal para que não existam duvidas quanto à verdade.

    Não haverá por parte dos promotores bem como da junta de freguesia nenhum interesse político camuflado?

    É que é interessante verificar em Caminha a conjugação de pseudo ecologistas, dirigentes desportivos, jornalistas num sentido, o de denegrir a Câmara de Caminha apenas porque o regabofe socialista acabou. Sim porque basta recuar alguns anos e ver onde esses senhores andavam.

    Esta realidade custa a quem sempre gostou de estar à sombra do poder autárquico socialista que é sempre bom na distribuição de “dividendos”.

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  2. Já me tinham chegado uns zunzuns sistémicos, mas não quis crer...

    Acabo de ser convocado para prestar declarações como arguido no âmbito de inquérito judicial relativo ao assunto do percurso académico (e utilização do título de engenheiro) de José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa - além de outra convocação para depoimento como testemunha noutro inquérito relativo ao mesmo Dossier Sócrates. Desconheço o(s) crime(s) de que sou arguido - tendo sido eu que investiguei e publiquei este Dossier, depois desenvolvido na blogosfera e nos media.

    Recebi, há pouco, hoje, dia 15-6-2007, um telefonema (de número não identificado no telemóvel) de alguém que se intitulou funcionário judicial do DCIAP e me informou da minha convocação para ser ouvido, no mesmo dia, em dois inquéritos judiciais - como arguido (num inquérito) e testemunha (noutro inquérito) -, ambos relativos ao Dossier Sócrates. Depois, por fax que indiquei, ficaram de remeter a confirmação das notificações.

    O disclaimer que apresentei, desde o início da publicação do Dossier Sócrates, continua a valer para o primeiro-ministro. Para mim, que vou ser arguido, não.

    in portugal profundo

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  3. A Câmara de PCoura não tem verba para levar as crianças, durante 1 ou 2 semanas, à praia em 2007??
    Como vai ser daqui a 5 anos?! Com o subsidio camarario vem ai um baby boom...
    O poder central fecha escolas e maternidades e os municipios dão dinheiro para se ter filhos! Sim senhor, tem logica.

    SB

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  4. Eduardo enquanto Presidente da Associação deverias alertar os pais para o que se passa no recreio da escola. Não é de todo aceitavel haver uma funcionaria para 20 miudos!

    SB

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  5. Se és presidente da Associação de Pais, porque não falas, porque estás calado? Porque não falas também de autocarros a abarrotar, as crianças vão como sardinha em lata. Fala ou serás sempre uma marionete.

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  6. O que eu tinha para dizer sobre as escolas e Associação de Pais !!!!!!
    Será que vale a pena Eduardo?

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