Um dia destes andava eu às compras num supermercado cá da vila quando assisti a uma cena que, julgava eu, nunca iria ter o incómodo de presenciar. Ainda para mais em Paredes de Coura, terra que dizem conhecida pela sua hospitalidade e abertura. Mas, infelizmente, parece que a regra geral é contrariada por alguns habitantes. Que se há-de fazer…
Ora, estava eu já quase de saída, na caixa a pagar, quando uma senhora que estava na caixa ao lado, com o seu carrinho carregado, deita cá para fora alguma coisa do género: “Ui, o que lá vêm!” Pensei que estaria a falar da conta, certamente elevada, mas não. Infelizmente referia-se a um grupo de estudantes cabo-verdianos que estuda em Paredes de Coura, a milhares de quilómetros de casa, e que chegava à superfície comercial. Acho que nessa altura fiquei um bocadinho de boca aberta, mas o pior estava ainda para vir, pois à medida que os estudantes cabo-verdianos entravam, a senhora continuava com comentários insultosos, chegando ao cúmulo de dizer para uma outra senhora a seu lado que devia ser feito um abaixo assinado para “correr com aquela gente”.
Por esta altura já eu procurava a todo custo saber se estava a sonhar (um pesadelo dos grandes) ou se estava mesmo acordado e tinha de responder à letra. Como é possível alguém ter uma mentalidade tão tacanha onde o racismo continua a ter lugar de honra? Como pode alguém deitar cá para fora semelhante sem se preocupar, no mínimo, com o que sentirá quem a ouve ou, mais importante ainda, quem por ela é visado?
Felizmente, tenho para mim que casos como o desta senhora, que não conhecia e que procuro não conhecer a partir de agora, são cada vez mais raros. Infelizmente se calhar não é bem assim e tenho uma visão optimista demais das coisas. Se calhar já me esqueci dos problemas que tiveram os primeiros alunos cabo-verdianos quando chegaram a Paredes de Coura e a maneira como foram insultados e provocados. Se calhar só penso assim porque dou mais valor ao esforço de integração que fizeram, procurando sentir-se, também eles, parte de Paredes de Coura, seja no futebol, na catequese ou, mais recentemente, abrindo as portas da sua cultura, da sua dança mais especificamente, ao resto da população courense. Se calhar a senhora do abaixo-assinado devia ir dançar uma morna um dia destes. Provavelmente era capaz e esquecer as assinaturas.
Ora, estava eu já quase de saída, na caixa a pagar, quando uma senhora que estava na caixa ao lado, com o seu carrinho carregado, deita cá para fora alguma coisa do género: “Ui, o que lá vêm!” Pensei que estaria a falar da conta, certamente elevada, mas não. Infelizmente referia-se a um grupo de estudantes cabo-verdianos que estuda em Paredes de Coura, a milhares de quilómetros de casa, e que chegava à superfície comercial. Acho que nessa altura fiquei um bocadinho de boca aberta, mas o pior estava ainda para vir, pois à medida que os estudantes cabo-verdianos entravam, a senhora continuava com comentários insultosos, chegando ao cúmulo de dizer para uma outra senhora a seu lado que devia ser feito um abaixo assinado para “correr com aquela gente”.
Por esta altura já eu procurava a todo custo saber se estava a sonhar (um pesadelo dos grandes) ou se estava mesmo acordado e tinha de responder à letra. Como é possível alguém ter uma mentalidade tão tacanha onde o racismo continua a ter lugar de honra? Como pode alguém deitar cá para fora semelhante sem se preocupar, no mínimo, com o que sentirá quem a ouve ou, mais importante ainda, quem por ela é visado?
Felizmente, tenho para mim que casos como o desta senhora, que não conhecia e que procuro não conhecer a partir de agora, são cada vez mais raros. Infelizmente se calhar não é bem assim e tenho uma visão optimista demais das coisas. Se calhar já me esqueci dos problemas que tiveram os primeiros alunos cabo-verdianos quando chegaram a Paredes de Coura e a maneira como foram insultados e provocados. Se calhar só penso assim porque dou mais valor ao esforço de integração que fizeram, procurando sentir-se, também eles, parte de Paredes de Coura, seja no futebol, na catequese ou, mais recentemente, abrindo as portas da sua cultura, da sua dança mais especificamente, ao resto da população courense. Se calhar a senhora do abaixo-assinado devia ir dançar uma morna um dia destes. Provavelmente era capaz e esquecer as assinaturas.
Que lhe fazer????????????
ResponderEliminarSim realmente em Coura(e em todo o lado) ainda Há gente infelizmente assim.Penso que pouco se pode fazer com pessoas que pensam assim,mas também temos que olhar para o lado cultural dessas pessoas(normalmente uma baixa cultura geral).De qualquer maneira penso e acredito que Coura continua a saber receber as pessoas sejam elas de que cor,raca ou religiao sejam.
Lobo
quanto ao inquérito...recomendava todos os sítios a que se refere + fazerem os trilhos de Paredes de Coura.
ResponderEliminarLobito
http://dn.sapo.pt/2009/03/06/nacional/jose_eduardo_martins_responde_insult.html
ResponderEliminarÉ uma realidade, mas este tipo de atitudes, não se verifica só em relação aos imigrantes, pior ainda, verifica-se em relação aos vizinhos, manifesta-se é de forma diferente. A minha maior preocupação, é que gerações mais novas, exprimem já este tipo de atitude. Assisti recentemente no futebol, a diversos comentários em relação precisamente a um desses imigrantes que participava numa equipa, era um grupo grande que comentava, teoricamente a sua intenção não seria ofender, mas o simples facto de o fazer, só por si já é sintomático, mais grave é que todos à volta se riam.
ResponderEliminarExtremistas de Coura. Associem-se mas é ao Décio.
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