06 julho 2010

Turismo: atractivos vs acessos

 CIMG2030 A falta de acessos é muita vezes apontada, inclusivamente por mim, como uma das principais lacunas de Paredes de Coura. Os empresários da hotelaria, por exemplo, são dos que mais se queixam nesse aspecto, argumentando que, sem acessos, só vem a Paredes de Coura quem quer mesmo cá vir. Mas, creio eu, a questão não se prende apenas com acessibilidades, mas também com atractividade. Ou seja, não basta ter bons acessos, mas é preciso também ter motivos de atracção para trazer gente ao concelho.

No passado fim de semana tive a ocasião de verificar isso mesmo, que muitas vezes não são necessárias auto-estradas para trazer gente a determinado lugar e, noutros casos, com a auto-estrada mesmo ao lado, não existem condições que atraiam visitantes. No sábado, por exemplo, almocei num restaurante inserido numa aldeia “perdida” nas fraldas do Gerês, a 12 quilómetros da sede do concelho e com acessos onde os automóveis têm de pedir autorização a cavalos, vacas e cabras para poderem passar. É, no entanto, um restaurante que se orgulha de encher todos os fins de semana e onde a reserva é quase obrigatória. A paisagem, a ementa e a qualidade do serviço parecem, por isso, dispensar um acesso rápido, o que no caso concreto até se agradece, para preservar a rusticidade da zona.

No dia seguinte observei o outro lado da história. Duas povoações, separadas entre si por escassos quilómetros, que há largos anos se orgulhavam de receber milhares de visitantes e que hoje, com uma auto-estrada (gratuita, ainda por cima) a passar-lhes quase por cima, vivem como que paradas no tempo, sem grandes turistas. O motivo é simples: perderam o seu principal atractivo, as termas que lhes deram nome e visibilidade. De que lhes vale, neste cenário, a auto-estrada? De quase nada, porque apesar de aparecerem no mapa, nada têm para oferecer a quem se digne ali entrar. Ou seja, têm acessos, mas não têm factores de atractividade.

E ao observar estas duas realidades, que partilham com Paredes de Coura a interioridade e a proximidade com a fronteira, não posso deixar de me questionar: e nós, temos capacidade para atrair mais visitantes? Com ou sem bons acessos?

5 comentários:

  1. "temos capacidade para atrair mais visitantes?"

    Nao,nao temos!!!!
    Nao sao os bons acessos que levam as pessoas a visitar determinados locais,mas sim os atractivos que esse local tem.
    Paredes de Coura tem alguns atractivos, mas comparando com os concelhos limítrofes ,fica-mos áquem deles!!
    É lógico que ter o mar à porta é um atractivo(Caminha)...
    Ter um Rio como o Minho ou Lima é outra mais valia que ter o Coura!!!
    Ou ter uma montanha como a Peneda- Gerês!!!
    De qualquer forma acho que poderia-mos incentivar um determinado turismo ainda mal explorado em Paredes de Coura,como por exemplo a caça e a pesca!! etc.etc.

    ResponderEliminar
  2. Pena é haver comentadores(as)que nao comentam aqui no Blog pq acham que seriam "trucidados"(as)!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    ResponderEliminar
  3. Concordo!!!!!. A pesca e a caça são os factores mais atractivos que Paredes de Coura possui, principalmente a pesca da minhoca nas lameiras de Lamas, e a caça dos gambozinos em S.Silvestre.

    assim "fica-mos" mais próximo dos nossos vizinhos.....

    ResponderEliminar
  4. O factor acessibilidades, é fundamental para fixar populações, serve acima de tudo para encurtar distâncias e reduzir custos na óptica do dia a dia das populações.
    É mais notório sempre que se trata de localizações, com pouco ou muitos factores importantes de atracção, nos primeiros pela escassez de alternativas ao desenvolvimento, e nos últimos pela necessidade de escoamento do tráfego, p.ex: (os acessos às praias).
    A gastronomia, é apenas um dos factores de atracção cuja importância toma relevo, outra vez, mais ou menos com as alternativas existentes.
    Apenas a titulo de exemplo (meramente perceptivo, porque desconheço estudos), a afluência de visitantes a Ponte de Lima com a criação dos acessos que possui, não terá alterado de forma significativa o numero regular de visitantes quando os acesso eram de pior qualidade, há até quem afirme, que desviou para concelhos vizinhos alguns que só viriam até Ponte de Lima.
    No caso de Paredes de Coura, sendo que seria preferível não existir qualquer outro acesso que contribua para a modificação da paisagem, o facto é que pela escassez de meios e factores de atracção torna-se fundamental compensar com melhores acessos, ou seja: “temos a necessidade de substituir o “não tem nada de importante” , pelo “vamos lá porque não é longe”.
    Alguns defendem que criemos primeiro a atracção e depois os acessos para os visitantes, eu defendo que não teremos ninguém a investir em atracção ou outra actividade qualquer, enquanto não forem feitos os acessos, e percebe-se bem porquê, quem o fizesse já tinha falido, e os acessos continuam apenas em promessas.

    ResponderEliminar
  5. E este Oh-pinante Mor sabe quanto é que se gasta em Portugal na Caça turistica???
    Sabe quantos portugueses vão para Espanha todos os anos fazer turismo de caça????
    Pois já sabemos que" (porque desconheço estudos),"nao sabe!!!!
    Pois fique sabendo que se gastam Milhares de €€€€€!!!!!
    Olhe, Sr°Courense Adiado apanhe-me é umas minhoquinhas nos lameiros de Lamas para depois ir para o Xisto apanhar umas trutas com a barriga cheia de farinha!!!!!
    E se fosse a si estudava tb mais um Bocadinho!!

    ResponderEliminar

Agora que leu, pode deixar aqui o seu comentário. Já agora, com moderação e boa educação! O Mais pelo Minho reserva-se o direito de não publicar comentários insultuosos. Quaisquer comentários inadequados deverão ser reportados para o email do blogue. Muito obrigado!