18 fevereiro 2008

Degrau a degrau

Barreiras arquitectónicas. Muito se tem falado sobre elas nos últimos anos, especialmente devido à legislação que entrou em vigor em 2006 e que obrigava entidades públicas e privadas a ter em linha de conta a eliminação de barreiras arquitectónicas nas novas construções, bem como a adaptarem as existentes. Uma situação que a Câmara de Paredes de Coura aproveitou devidamente aquando da realização das obras de beneficiação do centro da vila, eliminando degraus e criando rampas alternativas.
No entanto, poucos anos volvidos, parece que a autarquia esqueceu a matéria estudada, por isso aqui fica a minha sugestão de leitura dirigida aos responsáveis da autarquia. Que leiam o decreto-lei 163/2006, de 8 de Agosto. É que, uma leitura atenta mostra-nos que o objectivo daquela legislação é definir as condições de acessibilidade a observar no projecto e construção de espaços públicos, incluindo nos acessos, nomeadamente nos passeios e outros percursos pedonais movimentados.
Ora, isto é precisamente o que não acontece na envolvente do novo arquivo municipal, que deverá entrar em funcionamento por estes dias. A autarquia aproveitou, e bem, a construção do edifício naquela zona para abrir um novo acesso pedonal que vai ligar a Rua Conselheiro Miguel Dantas à Rua 25 de Abril, ali juntinho à central de camionagem. Acontece que quem projectou o referido acesso deve ter esquecido o decreto-lei de 2006 e vá de enfeitá-lo com uns poucos degraus, vedando a sua utilização a cidadãos com dificuldade de locomoção, que poderiam ter naquele passeio uma alternativa à escadaria que se vai manter uns metros ali ao lado.
A diferença é que, enquanto em relação a essa escadaria pouco ou nada poderia ser feito, no caso do novo acesso pedonal, tendo em conta a sua extensão e localização, é quase certo que haveria hipótese de abdicar dos degraus e torná-lo acessível a todos. Assim, quem tiver dificuldades de locomoção, e não estou a falar apenas de cidadãos com deficiência mas de todos os idosos, poderia ter ali uma alternativa a uma viagem de mais longa ao longo da Rua 25 de Abril para chegar ao centro, por exemplo. Poderia, digo eu, porque os degraus estão lá, à espera de serem inaugurados em conjunto com o novo arquivo. Por mim, o melhor era deitá-los abaixo ainda antes da inauguração. E até deixo aqui a sugestão de uma empresa que pode ajudar a Câmara a cumprir o seu papel de agente fiscalizador.

3 comentários:

  1. Toda a razão neste ponto, resolva-se antes que seja tempo, aquela zona já está cheia de erros de urbanismo. Central, buraco (que um dia chamaram recinto da feira).

    ResponderEliminar
  2. Está um prédio muito bonito. Realmente é pena que não tenham pensado no espaço envolvente. Mas há outros sítios de Paredes de Coura onde também é preciso acabar com as barreiras arquitectónicas.

    ResponderEliminar
  3. Hoje ao passar pelo local a primeira coisa que pensei também foi porquê estes degraus? sendo este um novo acesso. porém comecei a pensar e verifiquei que uma rampa em toda a extenção não era de todo a melhor solução. se não verifiquem na inclinação já existente na parte em rampa. se o desnível fosse completamente vencido em rampa ia ser muito inclinado mesmo. Ok antes rampa que escadas, mas se o desnível for muito grande nem idosos nem deficientes motores ali passam na mesma. por outro lado ha outras opções e por isso discordo com o post

    ResponderEliminar

Agora que leu, pode deixar aqui o seu comentário. Já agora, com moderação e boa educação! O Mais pelo Minho reserva-se o direito de não publicar comentários insultuosos. Quaisquer comentários inadequados deverão ser reportados para o email do blogue. Muito obrigado!