03 março 2010

Muita discussão para pouca coisa

Décio Guerreiro e Carlos Barbosa, respectivamente do PSD e do PS, foram os protagonistas da última sessão da Assembleia Municipal de Paredes de Coura, pautada pela ausência, notada, do líder concelhio dos social-democratas. E, se a reunião decorria serena, foi quando chegou ao último ponto da ordem de trabalhos, que visava a alteração do regimento daquele órgão autárquico, que tudo mudou. Realizada em Rubiães, ao abrigo da política de descentralização iniciada há anos pelo presidente da Assembleia Municipal, a reunião foi, ainda assim, pouco concorrida. E ainda bem, acrescente-se, porque a sala escolhida não foi a melhor, com pouco espaço e a obrigar a uma proximidade física excessiva entre todos os presentes, nomeadamente entre a mesa e os deputados, levando o pouco público presente a ficar de pé… e à porta.

O público, aliás, foi o mote da discussão entre o líder da bancada social-democrata e o deputado municipal do PS. O ponto em agenda introduzia algumas alterações no regimento da AM, nomeadamente a altura da intervenção do público,  e, depois de ter sido adiado na sessão de Dezembro, a pedido de Décio Guerreiro, voltou agora à assembleia. Apesar disso, o histórico do PSD courense queria, de novo, o seu adiamento. tudo porque, entendeu Décio Guerreiro, não foi alcançado o total entendimento na reunião prévia entre presidente da AM e representantes dos três partidos ali presentes, mas também não terá sido dada oportunidade de, após essa reunião, ser apresentada uma contra-proposta.

Vai daí, o líder da bancada laranja resolveu apresentar, em plena sessão, a proposta de um novo regimento interno, situação que mereceu logo a crítica dos socialistas que, pela voz de Carlos Barbosa, criticaram a opção social-democrata, defendendo que da reunião prévia teria saído um consenso quase total, ficando de fora desse entendimento apenas o momento em que o público interviria, com PSD e CDU a optar pelo formato actual, no fim dos trabalhos, e o PSD a querer antecipar para o início da reunião. Uma questão que, aliás, já abordei por diversas vezes aqui no Mais pelo Minho, defendendo também a antecipação da intervenção ou o seu desdobramento. É que, mesmo sendo rara, não há razão para fazer esperar os cidadãos que desejem intervir e obrigá-los a aguardar pelo fim dos trabalhos que, não raras vezes, avançam pela madrugada.

No final, depois de muita discussão, embora com pouco conteúdo, a proposta do PSD acabaria por nem sequer ser admitida à votação, por não ter sido apresentada formalmente, subscrita por um terço dos deputados da AM. Em cima da mesa ficou apenas a alteração inicialmente prevista, que foi aprovada pela maioria socialista. “Uma tempestade num copo de água”, concluiria José Augusto Pacheco, presidente da mesa, que desde a sua entrada em funções naquele cargo já patrocinou diversas alterações ao regimento, desde o atribuir maior destaque aos elementos da autarquia, que deixaram a plateia para se sentarem de frente para os deputados, até à imposição de limites de tempo nas intervenções. Tudo em nome de uma maior transparência, rigor e abertura. Se os dois primeiros factores será mais difícil de aferir, já em relação ao último há uma certeza: ainda não foi desta que se conseguiu chamar público às reuniões da assembleia!

1 comentário:

  1. "ainda não foi desta que se conseguiu chamar público às reuniões da assembleia!"

    Nao foi desta nem nunca será!!!!Seja antes ou depois,o público nao está para aí chamado!!!!
    Mas quem tinha prometido intervir na vida politica(pensei que seria na AM)era o Venancinho!!!!!Será que tem aparecido às reunioes?????

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