26 dezembro 2008

Coura de outros tempos (2)

Depois de ter escrito o post sobre o valioso arquivo fotográfico do Eduardo Daniel Cerqueira, constatei que este não é o único espólio fotográfico de relevo que existe em Paredes de Coura. Ou melhor, sobre Paredes de Coura. Na passada quarta-feira, enquanto esperava a minha vez para ser atendido numa papelaria da vila, fui passeando pelo estabelecimento comercial, vendo livros e revistas e parei num expositor onde pontificavam diversos postais sobre Paredes de Coura e, curiosamente ou talvez não, todos eles mostravam um concelho de outros tempos.
Ou seja, ali naquela livraria, e sem contar, encontrei elementos que me permitiram tomar contacto com a realidade do concelho no passado. Melhor dizendo, ali encontrei várias panorâmicas da vila, porque a grande maioria dos postais era isso mesmo que retratava, com imagens de espaços que hoje nada têm a ver com o que eram há uma década.
Um cenário que me levou a pensar duas coisas. Por um lado, que também essas imagens poderiam ser aproveitadas como contributo para a divulgação e estudo da história do concelho, à semelhança do que defendi para as fotografias divulgadas pelo Eduardo Daniel Cerqueira. Por outro lado, contudo, fiquei a pensar que o interesse nos postais de Paredes de Coura por parte dos turistas deve ser muito reduzido (nesta era de telemóveis e email, outra coisa seria de esperar?), porque só isso justifica que não haja postais com imagens actuais de um concelho que, felizmente, tem tanta potencialidade a nível de património histórico-natural para oferecer.

23 dezembro 2008

Feliz Natal

Há aqueles que dizem que o Natal deve ser todos os dias. Há os outros para quem o Natal é a melhor época do ano. E há ainda os que se esquecem que é Natal. Para todos, aqui ficam os meus votos de que tenham um Feliz Natal!

Coura de outros tempos

Parece-me muito boa a ideia da Câmara Municipal de Paredes de Coura de aproveitar imagens da vila no final do século XIX para dar vida ao tradicional postal de Natal, com que costuma brindar-nos nesta altura do ano. Eu, que só conheci Paredes de Coura na década de noventa do século passado, gostei de ver a recordação da Rua Conselheiro Miguel Dantas de há mais de cem anos, com as grandes árvores, que imagino frondosas na Primavera, a ladearem a estrada que, à semelhança do que acontece hoje, era pavimentada em pedra. E quase nem reconheci a casa que faz esquina com o Largo Hintze Ribeiro, hoje em avançado estado de ruína, mas que na imagem do postal surge como um exemplo claro da riqueza arquitectónica de que ainda restam vários exemplos no concelho.
Outros tempos que, estou certo, saberá bem recordar a muitos courenses. Como acontece, aliás, sempre que o Eduardo Daniel Cerqueira resolve publicar no seu Território com Alma mais uma imagem que traz para os dias de hoje a memória da Paredes de Coura de outras eras. E por falar nessas imagens, já por diversas vezes deixei no referido blogue a sugestão que, agora, faço aqui também: porque não aproveitar tão rico espólio de que o Eduardo Daniel Cerqueira é guardião e transformá-lo em exposição, acessível a todos quantos quisessem recordar Paredes de Coura? Mais, estou convicto que, mesmo conhecendo apenas aquelas imagens com que ele nos vai presenteando de quando em quando, elas são uma mais valia para o estudo da história da vila e do concelho, dos seus hábitos e, principalmente, das mudanças verificadas ao longo do século passado.
Temos um arquivo municipal que se poderia interessar por este assunto, temos um centro cultural que poderia organizar uma mostra destas imagens, e eventualmente complementá-las com fotografias actuais para se poder ter melhor uma noção da evolução, porque não aproveitar então esta riqueza, que o é, e dá-la a conhecer? O bom trabalho desenvolvido no Território com Alma merece ser aproveitado em prol do efectivo Território com Alma que é esta Paredes de Coura que ele tanto defende.

Foto retirada do blogue Território com Alma

19 dezembro 2008

Para o avô e para o neto

Regulamento de Apoio à Natalidade, à Família e à População Idosa do Município de Paredes de Coura. O nome, pomposo e comprido, dá título ao documento que foi aprovado pelo executivo camarário de Paredes de Coura e que traz à luz do dia muitas das promessas que foram feitas nos últimos dois anos quer pelo Câmara, quer pela oposição social-democrata. Quem não se lembra da ideia de atribuir um valor equivalente ao salário mínimo, durante três anos, às famílias aquando do nascimento do terceiro filho? Pereira Júnior relançou a ideia vai para dois anos, mas depois do anúncio… silêncio. Mas eis que o assunto volta agora à ribalta com o referido regulamento que, contudo, ainda é praticamente desconhecido do público em geral. É que, apesar de supostamente estar em consulta pública, ainda não foi tornado público.
Pelo que se lê na comunicação social, no entanto, ficamos a saber que deverá entrar em vigor já no próximo ano e que prevê, entre outras coisas, subsídios pelo nascimento de um filho, que podem ir até aos mil euros e que serão atribuídos em função do escalão de abono do agregado familiar. De realçar também que a autarquia irá comparticipar as despesas que as famílias têm com as crianças, com valores que podem chegar a 80% das despesas.
O regulamento parece ser do agrado de gregos e troianos, ou seja do poder e da oposição, tendo sido aprovado por unanimidade. Aliás, outra coisa seria de estranhar, uma vez que o documento, depois de ter entrado e saído da sala de reuniões da autarquia, reentrou finalmente com propostas de um e de outro lado da barricada, incorporando, por exemplo, algumas das sugestões e reivindicações que o PSD fazia há meses em panfleto que andou pelas ruas do concelho. E lá aparecem os descontos em medicamentos para os idosos, bem como reduções nas taxas de água e saneamento. Este último benefício alarga-se também às famílias numerosas, com cinco ou mais elementos, que passam a pagar menos por estes serviços.
Com este regulamento, a Câmara de Paredes de Coura parece antecipar-se até ao apelo feito pela Associação Nacional de Municípios Portugueses para que os seus associados ajudem os cidadãos a enfrentar a crise. Não deixo contudo de questionar: se não fosse ano de eleições autárquicas, o apoio seria tanto?

14 dezembro 2008

A entrevista

O isolamento do concelho, as dificuldades financeiras e os projectos para o futuro, parados por falta de financiamento. Alguns dos assuntos abordados por Pereira Júnior, presidente da Câmara Municipal de Paredes de Coura, numa entrevista dada há duas semanas ao jornal Alto Minho e que o Eduardo Daniel Cerqueira resolveu divulgar na semana passada no seu blogue. Onde se pode ler que, à falta de melhor candidato, Pereira Júnior avançará para mais um mandato à frente dos destinos da autarquia.
O tema da eventual recandidatura de Pereira Júnior constitui, talvez, a maior novidade desta entrevista, já que, se há alguma semanas era dada como certa pela comunicação social courense, que pegou nas declarações do autarca em plena assembleia municipal, agora, ao Alto Minho, Pereira Júnior diz que ainda não se decidiu sobre a sua eventual recandidatura. O autarca explica que já foi convidado a tal pela concelhia socialista, mas o seu objectivo é encontrar um outro candidato a quem passar o testemunho. E aqui levanta-se a questão: será por falta de substitutos à altura, pelo prazer do desafio de levar o PS a mais uma vitória ou simplesmente porque não há entendimento entre os seus eventuais sucessores? Fica a dúvida.
Sem dúvidas parece estar Pereira Júnior no respeita ao atraso na ligação à A3, eterno “cavalo de batalha” das promessas eleitorais socialistas e que, contrariando as previsões optimistas que tinham sido transmitidas ao autarca, ameaça fazer ainda parte do lote de projectos das próximas autárquicas. Consciente de que o reduzido peso a nível eleitoral que o concelho tem, o condiciona a nível de projectos públicos de investimento, Pereira Júnior diz-se cada vez mais céptico sobre o avanço da obra cujo concurso chegou a admitir ser lançado ainda este ano, fazendo fé nas informações que lhe foram dadas nesse sentido. Com o final do ano a aproximar-se, o cepticismo parece imperar.
Já em relação à nova biblioteca municipal a situação parece diferente. Não que esteja mais avançada, mas porque o município estaria disposto a avançar com a construção sem esperar pelos fundos do Governo. Mas, sem o aval deste último, vão-se adiando este, e porventura outros sonhos de Paredes de Coura, dependentes da vontade de que, lá longe, nos governa.

12 dezembro 2008

As contas de 2009

A entrada será a informação sobre a situação financeira do município que, a fazer fé nas recentes declarações do presidente da Câmara de Paredes de Coura à comunicação social, está num estado assustador. O prato principal, contudo, será a aprovação do plano de actividades e do orçamento do município para o próximo ano. A Assembleia Municipal de logo à noite tem todos os ingredientes para se transformar num saboroso jantar de Natal.
Em vez do bacalhau e do polvo, tão ao jeito minhoto, em cima da mesa vai estar a discussão das grandes opções do plano e o orçamento do próximo ano. Num cenário de previsível crise são ainda desconhecidos do público em geral os valores que envolve o orçamento, bem como as principais áreas de intervenção propostas para 2009. Sabe-se apenas que os vereadores da oposição votaram contra estes documentos, argumentando, entre outras coisas, que o pacote fiscal que propuseram à autarquia não foi tido em conta.
Além disso, José Augusto Viana e Décio Guerreiro criticam também a inclusão da concessão da rede de abastecimento de águas do município, situação que já se tinha verificado no orçamento deste ano e que gerou bastante discussão, mas que, pelos vistos, ainda não foi avante. A oposição contesta ainda as obras de embelezamento que a Câmara prevê para vila, argumentando que são supérfluas nesta altura de crise e critica igualmente a falta de objectividade na definição das obras pedidas pelas juntas de freguesia que a autarquia se propõpe executar, bem como o valor atribuído à rubrica Outras. Duas situações que assumem maior relevo quando se sabe que 2009 é ano de eleições autárquicas e que esta indefinição pode levar a especulações sobre o destino das verbas incluídas na proposta de orçamento.
Mas a Assembleia Municipal de hoje tem também direito a sobremesa, esta já mais do agrado da oposição social-democrata, se bem que os vereadores do PSD desejariam o doce ainda mais açucarado. Falo das propostas de taxas que a Câmara Municipal vai apresentar à Assembleia. A redução da fatia do IRS que cabe aos municípios é, provavelmente, a mais importante, com a autarquia a abdicar de dois por cento dos cinco por cento a que teria direito. O PSD, recorde-se, defendia a não cobrança da totalidade dos cinco por cento. Também as taxas de IMI vão ser revistas, passando o mínimo para 0,3%. A oposição queria ir mais longe, reduzindo para 0,2%, mas os três vereadores socialistas não permitiram. E logo à noite não se espera cenário diferente.

09 dezembro 2008

A Câmara de Coura agradece...

A Câmara de Paredes de Coura agradece a decisão do Ministério das Finanças de proceder à nacionalização do Banco Português de Negócios. Ou pelo menos deveria agradecer, para não parecer... mal agradecida.
E perguntam os leitores porquê? Simplesmente porque à data daquela decisão governamental, no passado dia 2 de Novembro, o município de Paredes de Coura tinha praticamente metade dos seus fundos aplicados em depósitos daquele banco. Ao todo era mais e meio milhão de euros que, caso a Assembleia da República não tivesse aprovado a nacionalização do BPN e evitado desta forma a sua falência, à luz da legislação actual, seriam convertidos em meros 25 mil euros.
Tendo em conta o cenário que aconteceria caso o Governo não tivesse estendido a mão ao BPN, acho que faz todo o sentido recordar aquele velho ditado que dizia que não se devem meter todos os ovos no mesmo cesto, não?

05 dezembro 2008

Perdida em combate


Desaparecida! Esta placa foi colocada há meses junto ao edíficio dos Paços do Concelho. Aguentou naquele local, estoicamente, umas duas semanas. Depois desapareceu sem deixar rasto. Dizem as más línguas que foi a própria placa que resolveu fugir, indignada com as eventuais incorrecções da informação que era suposto fornecer. Dá-se recompensa a quem a encontrar!

03 dezembro 2008

Luzes de Natal

Enquanto as iluminações natalícias não se acendem, há quem pense em dar alguma luz ao Natal dos mais carenciados. Um pouco por todo o lado multiplicam-se as acções de solidariedade que pretendem recolher bens e alimentos para quem deles necessita. Paredes de Coura também as tem, muito embora a fraca divulgação leve algumas pessoas a pensar que a solidariedade tipicamente natalícia nos passa ao lado.
O projecto “Sementes de Natal”, que tem sido levado a cabo na Escola EB 2.3/S de Paredes de Coura, nos últimos anos, dá aos courenses a possibilidade de ajudarem algumas famílias carenciadas, recolhendo vestuário, brinquedos e alimentos, entre outros artigos. No ano passado, por exemplo, as “Sementes de Natal” possibilitaram a entrega de 15 cabazes a outras tantas famílias de alunos carenciados, que desta forma tiveram uma ceia de Natal mais recheada. Este ano estão de volta, mais uma vez nas escolas de Paredes de Coura, que têm as portas abertas para receber a solidariedade dos courenses.
Mas aqui à volta há outras iniciativas que merecem também menção. É o caso da campanha "Sonho de Natal", levada a efeito pela Câmara de Caminha e pela CPCJ local, que está a decorrer até ao próximo fim-de-semana nas principais praças de Caminha e Vila Praia de Âncora. A iniciativa, como todas as outras, visa a contribuição para um Natal mais feliz dos mais carenciados, mas no caso de Caminha reveste-se de um aspecto inovador: quem quiser contribuir adquire um presente que será entregue a uma das crianças identificadas, de forma fictícia, nos locais onde decorre esta campanha.
Já agora, para aqueles que querem levar a sua solidariedade natalícia mais longe, fica a sugestão do projecto de luta contra a pobreza e exclusão social dinamizado pelos CTT. Basta consultar a lista de organizações, escolher uma e dirigir-se a uma estação dos CTT onde existem caixas de transporte para fazer seguir o donativo, sem quaisquer custos. E assim, mesmo à distância, podemos ajudar.

27 novembro 2008

Enquanto uns não andam, outros não param...

Do projecto turístico previsto para Mozelos, que irá aproveitar a estrutura do antigo sanatório, não se vislumbram avanços. Enquanto o Centro Hospitalar do Alto Minho não se decidir a vender o edifício, abandonado em 2002, o projecto não tem pernas para andar, cortadas que estão, à partida, pela burocracia excessiva da administração pública.
Mas, como que a justificar o interesse que um projecto da envergadura do que se prevê para Mozelos e arredores tem para o concelho e para o turismo, para ali mesmo ao lado, em Insalde, há já quem projecte um outro equipamento turístico, sinal de que o sector tem potencial no concelho e que, por isso mesmo, deve ser aproveitado.
Em viagem pela Internet veio-me parar ao monitor a imagem que reproduzo acima, de um projecto de arquitectura desenvolvido pela Utopia - Arquitectura e Engenharia, Lda. com vista à recuperação de um conjunto habitacional existente em Insalde, que irá ser recuperado para dar lugar a um aldeamento turístico de características rurais, com capacidade para acolher 40 pessoas. Acresce que o referido projecto prevê a utilização de um arquitectura sustentável na sua construção, o que, na minha opinião, ainda o valoriza mais. Ficamos à espera de o ver surgir no terreno.
Foto retirada daqui.

A pedido de várias famílias?

Na escola aprendemos que para existir comunicação são necessárias várias coisas. Um emissor, um receptor, uma mensagem, etc. E exige-se também um contexto, algo que enquadre a mensagem, de modo a que esta seja facilmente percebida por quem a recebe. Caso contrário, corre-se o risco de ninguém perceber de que se fala, apenas e só porque se desconhece de que é que se está a falar.É mais ou menos o que acontece nesta notícia da última edição do Notícias de Coura. Corri o jornal duma ponta à outra e não encontrei nada que explicasse o porquê do esclarecimento ali prestado e que ilustro na imagem acima. Não satisfeito, fui ao monte dos jornais que tenho aqui em casa e consultei várias edições anteriores do mesmo jornal e... nada novamente.Fiquei a pensar, então, como raio é que surgia um esclarecimento sobre um assunto que nunca tinha sido abordado no jornal? Mas de que multa é que eles estão a falar? Será que se espera que os leitores adivinhem os acontecimentos pelas suas explicações? Ou será que, “a pedido de várias famílias”, se utiliza o Notícias de Coura para responder a questões levantadas noutros locais? Fica a questão.

25 novembro 2008

A força que o vento traz (2)

Por falar em eólicas e as vantagens que as energias renováveis trazem, de lembrar também que essas vantagens se alastram, e de que maneira, ao sector da cultura. Pelo menos, no que ao Alto Minho diz respeito, já que a empresa que explora as eólicas do Parque Eólico do Alto Minho I é um dos principais mecenas das Comédias do Minho.
Por isso mesmo, a cerimónia de inauguração de amanhã, com a presença de José Sócrates, vai servir também para a assinatura do segundo protocolo entre a Empreendimentos Eólicos do Vale do Minho e a companhia de teatro sedeada em Paredes de Coura. Uma parceria que se vai estender até 2011 e que possibilitará a continuação da dinamização da cultura, que não só do teatro, nos municípios associados das Comédias do Minho.
Um trabalho que a Associação Comédias do Minho tem desenvolvido nos cinco concelhos do Vale do Minho, e de onde têm saído projectos culturais com bastante interesse, quer com adultos, quer, sobretudo, com crianças. É, penso que ninguém contestará, um projecto que deve continuar nos próximos anos. Assim haja mais mecenas.

24 novembro 2008

A força que o vento traz

A semana começou ventosa, chuvosa e fria. De tal forma ventosa que ainda andam pelo ar os ecos da visita que José Sócrates fez, na semana passada, às instalações da Enercon, que inaugurou com pompa e circunstância, deixando para segundo plano as queixas daquela empresa relativamente à falta de mão de obra qualificada. Qualificada e barata, haveriam de criticar, à porta da festa, os sindicatos do sector, que parecem dizer que “para tal trabalhinho, tal dinheirinho”. Por outras palavras, se querem funcionários capazes que lhes paguem, caso contrário os jovens qualificados preferem rumar à Galiza na procura de melhores ventos.
Mas, no meu entender, o mais importante da passagem do primeiro-ministro por terras de Viana do Castelo foi a certeza que deixou de que o futuro do desenvolvimento do país passa pelas energias renováveis, nomeadamente a eólica e a hídrica. Sócrates, que chegou mesmo a considerar as renováveis como “a tábua de salvação” para a economia poder sair da actual crise, parece mesmo apostado em garantir que a sua previsão será realidade. De tal forma que volta ao Alto Minho esta semana para mais uma inauguração, desta feito do maior parque eólico construído na Europa, que inclui 120 aerogeradores, parte dos quais instalados em Paredes de Coura.
Um investimento de 361 milhões de euros que contou com a participação das autarquias onde os parques eólicos foram erigidos. E contou é a palavra certa, porque como é sabido a maior parte dessas autarquias resolveram alienar a parte que lhes cabia no bolo final das eólicas alto-minhotas. Quem sabe se por não estarem tão confiantes como José Sócrates e não partilharem das suas previsões optimistas. Quem sabe se por verem, na venda da sua quota na Ventominho, a “tábua de salvação” para a crise que já se instalara em muitos cofres municipais. Para Paredes de Coura, por exemplo, foi um “negócio da China”, como explicou o presidente da Câmara.
Habituados que estamos, já, a ver as enormes torres a orlar as serras alto-minhotas, esperemos, agora, que as previsões do primeiro-ministro não estejam muito longe do correcto. É que, se José Sócrates vê nas energias eólica e hídrica o coração do desenvolvimento do país, o Parque Eólico do Alto Minho I, pela sua dimensão e capacidade produtiva, bem pode ser considerado o pacemaker dessa operação de retoma económica.

21 novembro 2008

De que é que estão à espera?

Há quase um ano que foi construído, aparentemente está pronto a entrar em funcionamento mas, inexplicavelmente, continua encerrado. Daí que surja a pergunta: estão à espera de quê para abrir o polidesportivo construído em frente à GNR de Paredes de Coura?
Construído, ao que me lembro, ao abrigo de um protocolo qualquer entre a Câmara Municipal e a FIFA, o polidesportivo está, desde a sua conclusão, ou pelo menos aparente conclusão, vedado com uma rede que impede a sua utilização e, já agora refira-se também, não oferece qualquer segurança. Basta alguém encostar-se para que os painéis da rede cedam e tombem.
Mas a questão principal nem é essa, a questão principal é saber porque é que, tanto tempo depois de terminados os trabalhos, aquele espaço ainda está vedado ao público. E depois é ver os grupos de jovens que por ali passam a lamentarem-se por não poderem usufruir de um espaço com boas condições para a prática desportiva. É claro que por lá também passam aqueles, mais críticos, que dizem que o polidesportivo está bem é assim, fechado, porque os jovens, quando começarem a utilizá-lo, vão é estragá-lo. Pois, mas isso é outro problema.
E por isso lanço mais uma vez a pergunta: alguém sabe porque é que o polidesportivo não abre?

18 novembro 2008

Arte ou vandalismo?

Uns gostam, outros odeiam. É sempre assim quando se fala de arte! Mas, o que é acontece quando se salta a fronteira entre arte e vandalismo? O grafitti é mesmo assim, algo indefinido que baloiça numa ténue fronteira que, volta não volta, passa mesmo para o lado de fora da Lei.
Por esse país fora já vi vários exemplos de como o grafitti pode ser utilizado para dar mais cor, mais beleza, a algumas zonas degradadas, nomeadamente nos grandes centros urbanos, onde este tipo de actuação tem mais expressão. Aliás, considero que em Paredes de Coura este tipo de expressão artística podia até ser aproveitado para revestir as paredes do túnel e eventualmente evitar o que aconteceu em Viseu. Já agora, ressalve-se, que a maioria das intervenções que vi nem sequer tinham cariz político, muito embora este seja um tipo de propaganda bastante utilizado, sobretudo nos partidos mais à esquerda, existindo murais muito emblemáticos um pouco por todo o país.
Mas o sentido inicial da minha intervenção vem a propósito do cenário com que me deparei, há dias, nas traseiras do Centro Cultural de Paredes de Coura. A zona por detrás do palco, mais concretamente as escadas que dão acesso à varanda do piso superior, ostenta nas paredes um conjunto de inscrições que, sinceramente, de arte não me parece ter nada. E, atenção, não quero com isto entrar em falsos moralismos, a verdade é que o aspecto global é mesmo muito desolador.
Tendo em conta o papel preponderante que o Centro Cultural tem desempenhado na promoção da cultura do, e no concelho, tenho para mim que aquele cenário em nada abona nesse sentido. É claro que a entidade responsável por aquele equipamento, a Câmara Municipal, nada pode fazer para evitar situações deste tipo. Nem sequer mesmo para minimizar os danos causados, porque o revestimento do Centro Cultural não é dos melhores para limpar grafittis.
O problema é que as inscrições não são o único estrago que por ali fizeram. A zona das escadas parece um autêntico cinzeiro, tal a elevada quantidade de pontas de cigarro que por ali existe, num sinal claro de falta de limpeza. E o que dizer do piso daquela zona, totalmente danificado, com as lajes levantadas e até o próprio isolamento da cobertura do edifício já deteriorado? Não deve demorar muito tempo a verificarem-se infiltrações…

14 novembro 2008

A todo o gás!

Paredes de Coura prepara-se para receber o gás canalizado. A operação que, pelo que é conhecido, abrangerá apenas algumas zonas da vila, vai aproveitar os trabalhos para a instalação da rede de fibra óptica do Vale do Minho Digital. Poucos anos depois das obras de reabilitação do centro urbano, a vila volta a ser esventrada, novamente em nome do progresso.
Sem prazo de execução ainda apontado na agenda, a rede de distribuição de gás chega à vila dez anos depois do concelho ter sido atravessado pelo gasoduto que liga à vizinha Galiza. Desconhece-se, contudo, se o abastecimento à vila vai ser feito com recurso a gás natural, ainda que por intermédio de um depósito como acontece noutras localidades, ou se será o chamado “gás de cidade” a circular por debaixo das ruas courenses.
Uma coisa, contudo, é certa. Ou melhor, duas. A primeira é que se trata de uma melhoria que pode facilitar a vida a quem reside na vila, que assim deixa de se preocupar com a botija do gás. A outra já não será tão benéfica, pelo menos numa primeira fase. É que a instalação da rede vai obrigar a obras de vulto que vão servir não só para a rede de distribuição de gás, mas também para instalar a rede de fibra óptica. Vamos voltar a ter as ruas esburacadas durante semanas, naquela que é uma das faces piores do progresso.
Mas a questão principal nem será a realização dos trabalhos. O principal, digo eu, é que a vila sofreu grandes melhoramentos a nível da rede viária há poucos anos, mesmo poucos, mas como estas questões não eram previsíveis na altura, vai ser preciso estragar o que foi feito para depois tentar repor como estava. Não se esperam manifestações, mas a autarquia não se vai escapar de algumas críticas mais duras. Eu, sinceramente, só critico se, no final, as coisas não ficarem como estavam. Até lá, é confiar.

11 novembro 2008

Já compraram um cofre novo?

Depois da tentativa de assalto e do assalto propriamente dito, a Santa Casa da Misericórdia de Paredes de Coura recebeu hoje um subsídio no âmbito da Medida de Apoio à Segurança de Equipamentos Sociais. Nem de propósito, não acham.
Só espero é que já tenham comprado um cofre novo, instalado um alarme e reforçado a segurança das instalações, caso contrário, a verba de apoio à segurança pode ir parar aos bolsos de algum amigo do alheio.

Política psicológica

Acho que depois destas declarações à comunicação social por parte de Rui Solheiro, presidente da Câmara de Melgaço e da recém-formada Comunidade Intermunicipal do Alto Minho, o ambiente num distrito unido a dez será bem tenso. Nesta altura até já acho que, se calhar, o melhor é mesmo ganhar o Não em Viana do Castelo. A bem da integridade física de Solheiro e Defensor Moura, claro está.