O título do post não é meu. Ouvi-o pela primeira vez numa noite de Queima das Fitas, entoado por um grupo de alunos de um curso de professores do 1º ciclo do ensino básico, já lá vão mais de dez anos. Lembrei-me dele agora, face à notícia que dominou o fim-de-semana em Paredes de Coura: o subsídio que a autarquia vai dar aos casais que queiram contribuir para inverter a tendência de queda da natalidade no concelho.
Televisões, jornais e rádios não falaram de outra coisa, com Pereira Júnior a desdobrar-se em entrevistas, a explicar a razão ser desta posição. Esqueceram-se foi de dar conta de que a novidade já não é tão nova assim. Aliás, como já tinha referido em Fevereiro último, o assunto já tinha sido abordado há alguns anos, mas tinha ficado por aí, pelas palavras. Pude também verificar que, afinal, estava errado. Errei quando disse que o tema tinha sido abandonado, e tornei a errar quando disse que, mesmo que a Câmara de Coura avançasse com esta medida nunca ofereceria aos casais um valor tão elevado como Carrazeda de Ansiães, 7500 euros. Afinal Paredes de Coura vai mais longe e eleva a fasquia do apoio às famílias que optem por ter um terceiro filho, ou mais, a quase 15 mil euros, repartidos por três anos.
Mas, e voltando ao post de Fevereiro, relembro que alguns especialistas ouvidos sobre o assunto, diziam que não era com subsídios deste género que se cativavam os munícipes para se fixarem no concelho. Concordo. Estou certo que várias famílias courenses estão já a “trabalhar” para receber o salário mínimo sem qualquer esforço (salvo o do trabalho de parto), mas penso que, tendo em conta a situação económica do país, em geral, e do concelho, em particular, o subsídio não será atractivo suficiente para fazer crescer a família, porque ao fim de três anos as bocas para alimentar continuam a ser as mesmas e o apoio da Câmara já se foi. E depois surgem os casos para acompanhamento da Segurança Social, da rede social da autarquia e, infelizmente, da comissão de protecção de crianças e jovens.
O ideal seria pegar no título deste post e dividi-lo em dois. Façam filhos, pois que o problema da inversão da taxa de natalidade é muito sério e ameaça o futuro do concelho. Mas façam-nos apenas depois de terem trabalho e de trabalhar a sério. E é esse apoio que devem pedir à Câmara, ou seja, que promova o concelho junto de potenciais investidores, que reivindique, junto de quem de direito, melhores acessos que abram alas a novos postos de trabalho, que ajudem a fixar os courenses em Coura. As zonas industriais do concelho começam a ter mais vida, felizmente, mas o espaço ainda é suficiente para que outros também ali se instalem.
E depois do trabalho, então sim, podem surgir os filhos, dois, três, apenas um, mas devidamente planeados, sem ter em conta a procriação por recompensa, mas apenas pela recompensa do sorriso de uma criança. E se houver trabalho, certamente haverá motivação para ficar.
Aliás, a Câmara de Paredes de Coura parece estar também ciente disso e vai dai estar a equacionar a adesão ao programa Finicia, que possibilitará a criação de um “bolo financeiro” destinado a ajudar os jovens a criar a sua própria empresa e ao mesmo tempo dar trabalho a outros. Mas isso parece não interessar a quem faz as notícias e a cultura da “subsidio-dependência” é que domina a actualidade. Infelizmente.
Televisões, jornais e rádios não falaram de outra coisa, com Pereira Júnior a desdobrar-se em entrevistas, a explicar a razão ser desta posição. Esqueceram-se foi de dar conta de que a novidade já não é tão nova assim. Aliás, como já tinha referido em Fevereiro último, o assunto já tinha sido abordado há alguns anos, mas tinha ficado por aí, pelas palavras. Pude também verificar que, afinal, estava errado. Errei quando disse que o tema tinha sido abandonado, e tornei a errar quando disse que, mesmo que a Câmara de Coura avançasse com esta medida nunca ofereceria aos casais um valor tão elevado como Carrazeda de Ansiães, 7500 euros. Afinal Paredes de Coura vai mais longe e eleva a fasquia do apoio às famílias que optem por ter um terceiro filho, ou mais, a quase 15 mil euros, repartidos por três anos.
Mas, e voltando ao post de Fevereiro, relembro que alguns especialistas ouvidos sobre o assunto, diziam que não era com subsídios deste género que se cativavam os munícipes para se fixarem no concelho. Concordo. Estou certo que várias famílias courenses estão já a “trabalhar” para receber o salário mínimo sem qualquer esforço (salvo o do trabalho de parto), mas penso que, tendo em conta a situação económica do país, em geral, e do concelho, em particular, o subsídio não será atractivo suficiente para fazer crescer a família, porque ao fim de três anos as bocas para alimentar continuam a ser as mesmas e o apoio da Câmara já se foi. E depois surgem os casos para acompanhamento da Segurança Social, da rede social da autarquia e, infelizmente, da comissão de protecção de crianças e jovens.
O ideal seria pegar no título deste post e dividi-lo em dois. Façam filhos, pois que o problema da inversão da taxa de natalidade é muito sério e ameaça o futuro do concelho. Mas façam-nos apenas depois de terem trabalho e de trabalhar a sério. E é esse apoio que devem pedir à Câmara, ou seja, que promova o concelho junto de potenciais investidores, que reivindique, junto de quem de direito, melhores acessos que abram alas a novos postos de trabalho, que ajudem a fixar os courenses em Coura. As zonas industriais do concelho começam a ter mais vida, felizmente, mas o espaço ainda é suficiente para que outros também ali se instalem.
E depois do trabalho, então sim, podem surgir os filhos, dois, três, apenas um, mas devidamente planeados, sem ter em conta a procriação por recompensa, mas apenas pela recompensa do sorriso de uma criança. E se houver trabalho, certamente haverá motivação para ficar.
Aliás, a Câmara de Paredes de Coura parece estar também ciente disso e vai dai estar a equacionar a adesão ao programa Finicia, que possibilitará a criação de um “bolo financeiro” destinado a ajudar os jovens a criar a sua própria empresa e ao mesmo tempo dar trabalho a outros. Mas isso parece não interessar a quem faz as notícias e a cultura da “subsidio-dependência” é que domina a actualidade. Infelizmente.
Se a câmara quer que os jovens se fixem por cá porque é que coloca tantos problemas a quem quer construir? Vale muito eu ter 3 ou 4 filhos se não tenho onde morar.
ResponderEliminarConcordo com o anónimo anterior. Há Engenheiros que são prejudiciais á saúde do concelho, e tem o beneplácido das autoridades máximas.
ResponderEliminarSerá ético dar dinheiro para promover a natalidade? Quem controla que o dinheiro dado é para o bébé? Se o critério do Municipio de Paredes de Coura, neste caso, é o de promover a demografia, quem garante que no fim do subsidio, a familia mude para outro concelho? Julgo que estas questões são relevantes e carecem de resposta. Não me parece de todo correcto que de ofereça dinheiro para ter filhos. Sou de outro concelho, estou em Paredes de Coura à 2 anos. Quando cheguei não tinha onde deixar o meu filho, durante o dia, uma vez que as instituições estavam cheias. Estou a contruir uma casa e as taxas municipais que tive de pagar são no minimo obscenas. Não há emprego no concelhos, as acessibilidades não existem, não se promovem actividades, no fim de semana, e ir a Paredes de Coura num Domingo de tarde é no minimo desmotivador. Julgo que em quase todas as freguesias no concelho existem Associações Culturais que trabalham de costas voltadas umas para as outras. Fala-se demasiado em freguesias, demasiado, e pouco em Municipio, em Concelho, em Paredes de Coura. Nós, pais, temos obrigação de ajudar a criar as condições, a exigir que se criem as condições para viver, e para que as crianças tenham condições para viver no concelho se assim o entenderem. Acredito, porque venho da grande cidade, e reconheço muitas qualidades ao interior, que existindo condições as pessoas ficam.
ResponderEliminarSandra B.