23 maio 2007

Em lume brando

Quem lhes deita a mão? Quem lhes acode? A eles, os bombeiros, que não contentes com todos os problemas que, ano após ano, invariavelmente, os incêndios lhes trazem, ainda conseguem arranjar entre si mais “lenha” para alimentar a fogueira. Em Monção fizeram um quartel que é um luxo mas encheram-se de dívidas e agora vão ter de entregar o edifício à autarquia em troca de meia dúzia de tostões. Por cá, por Paredes de Coura, a Câmara também foi chamada a intervir na crise dos bombeiros. O novo quartel nem chegou a sair do papel, o que não significa que os problemas não tenham aparecido. Apareceram, muitos. De tal maneira que a associação humanitária courense está prestes a ficar sem quem a governe. Depois da queda da direcção, eis que a comissão administrativa também entregou os pontos.
A gota de água, num copo que já deitava por fora há muito tempo, parece ter sido a assembleia geral do passado domingo, com apenas três participantes. De nada valeu o apelo “in extremis” de José Augusto Viana nas páginas dos jornais de Coura. Afinal, parece que nem mesmo trazendo a política para a guerra interna dos bombeiros as coisas mudam. Vai daí a comissão administrativa colocou a questão nas mãos da Câmara.
E agora?, perguntamos. Agora é esperar, mais um bocado, porque a autarquia lá conseguiu convencer a equipa que dirige os bombeiros desde Janeiro a aguentar o barco mais um mês, à espera de uma solução milagrosa por parte do secretário de Estado da Administração Local. É que, ao parece, se o Governo tomar uma decisão sobre o imbróglio em que se transformou o concurso público para a construção do novo quartel, não faltarão candidatos para dirigirem aquela colectividade que tanto deu e tem para dar aos courenses. Até o próprio Décio Guerreiro, que venceu as últimas eleições e suspendeu o mandato quando a decisão do concurso lhe não agradou, se mostra disposto a tomar novamente as rédeas da associação. Ou seja, quando as coisas correm bem, não há quem não apareça para tomar conta da ocorrência. Já quando as coisas correm mal…
Termino como comecei, a lembrar a dívida dos Bombeiros de Monção. Pois que começo a acreditar que igual destino espera a corporação de Paredes de Coura. Então se o objectivo é investir no novo quartel cerca de 1,5 milhões de euros para os quais a Câmara e o Governo apenas comparticipam com 345 mil euros, quem é que vai pagar o resto? A corporação? Como? O que vale é que o Governo parece já ter na calha legislação que vai alterar a maneira como as associações de bombeiros são geridas e dar às autarquias um papel mais decisivo nessa área e pode ser que a Câmara consiga cortar as bases a uma eventual futura direcção. E daí, pensando melhor e olhando o estado de endividamento da Câmara de Coura, se calhar ainda vai ficar pior.

PS: Para que conste, não sou associado dos Bombeiros Voluntários de Paredes de Coura. Não defendo, por isso, qualquer futura lista, anterior direcção ou actual comissão administrativa. Só falo como courense, que está cansado de ouvir falar de um problema que em nada dignifica o concelho.

13 comentários:

  1. È uma vergonha, sao as pagas de 1993, ainda queriam eles governar coura. e depois a quem entregavam as chaves? Ao Socrates ou ao Cavaco, se calhar ao Salgado

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  2. Os BVPC só estao assim porque as últimas direccoes puseram outros interesses(politicos)em detrimento da própria associacao.Alguns senhores pensam que podem aproveitar-se dos Bombeiros para dar o salto mais além em Paredes de Coura.Nem o Décio,nem o Ivan,e todos os que à sua volta gravitam serao bons admnistradores de uma associacao como a AHBVPC.

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  3. O Ivan não foi bom administrador? Essa é para rir, ate foi bom demais, deixou os cofres cheios. Tenham juízo, no meio disto tudo tenho pena do Corpo Activo, tudo o resto que se f...

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  4. Desculpe que lhe diga: Todos os Courenses deviam ser associados da AHBVPC

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  5. Deixar os cofres cheios nao quer dizer que se seja um bom presidente,ou entao tinha feito algo de útil com esse dinheiro,o que nao foi o caso.

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  6. JOFEL VOLTA, TUDO SE PAGA...

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  7. Não digam isso que ele acredita. A questão dos bombeiros está assim por uma questão de falta de carácter. os hipotéticos candidatos, aqueles que se oferecem na condição do "se", só irão para a frente se tiverem os seus interesses salvaguardados. Ou há obras ou não se avança. Esses não são os verdadeiros lideres. Os verdadeiros são aqueles que dão a cara em situação de crise, que mesmo sabendo que vao existir dificuldades sabem que é precisamente esse o seu momento. Porque se tudo estivesse bem, os bombeiros não precisariam desesperar por uma direcção.

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  8. Ora aí está a resposta anónimo das 19.13,concordo consigo.Já nao me lembrava do JOFEL,mas talvez tenha sido melhor que todos os outros todos juntos,é uma hipótese a considerar.

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  9. o finaciamento é simples:eu não sou contra o festival, mas sejamos francos:o festival paga-se a si próprio e dá lucros, os organizadores não o fazem por amor à camisola!Acho que a população courense aceitava muito melhor que os 200 mil euros que vão ser entregues à organização do festival fossem entregues a essa nobre instituição que são os bombeiros!!Além disso, a Câmara, tal como faz no festival poderia ceder alguns dos seus funcionários para as obras do quartel, porque se pode pôr os seus funcionários ao serviço duma empresa privada (Ritmos) pode também pô-los ao serviço duma instituição pública que tem um fim mais nobre que qualquer festival de musica...como courense tou farto de ouvir falar da crise dos bombeiros, porque são a instituição courense que mais admiro..

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  10. Nao misture alhos com bogalhos.

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  11. Ok. Mas as instituições courenses não podem viver eternamente à sombra da camara. Primeiro foi o courense em crise directiva, agora os bombeiros e a camara sempre a remediar os males. Na minha opinião as instituições necessitam de independencia, em cooperação com a camara tudo bem, mas dependentes dela não. O que os bombeiros realmente precisam é de alguem disposto a tocar o barco para a frente, mesmo sem promessas ou garantias futuras. Já agora, pergunto eu, será que o investimento no quartel é assim tão preciso, ou melhor, até que ponto é preciso? Perante tanta falta de consenso porque não começar o plano desde o início e pensar algo talvez menos megalomano, talvez mais ecessivel à realidade da associação? Sim, eu sei que entretanto se teriam dispendido uma infinidade de recursos, mas será que não valeria mesmo a pena?

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  12. Quem comecou com esta obra megalómana?A câmara municipal nao foi concerteza.

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  13. De que estará o presidente á espera para ficar com as chaves, criar o corpo municipal de bombeiros e talvez ajudar a fundar a delegação de coura da Cruz Vermelha?

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