04 maio 2007

Livro de ponto

O livro de ponto tem sido um dos instrumentos mais utilizados para controlar a assiduidade nas mais variadas instituições, nomeadamente no ensino. Quem não se recorda de o ver passar na mão da funcionária entre cada aula? Ou de o consultar para ver o sumário da aula a que faltamos? Além disso também servia para verificar as faltas que cada professor dava.
Isso era na escola. Mas, como seria se fosse aplicado noutras instituições? Na Assembleia Municipal daria para ver, por exemplo, quem são os deputados que pautam a sua actividade política pela ausência. Mas também para ver porque é que, ao contrário do que era habitual, a escola, ou melhor a assembleia, esteve fechada no dia 25 de Abril. Assim, à falta de livro de ponto, tivemos de esperar pela sessão do passado dia 30 para escutar do seu presidente o porquê de não ter havido sessão comemorativa da “Revolução dos Cravos”.
José Augusto Pacheco explicou, como tinha prometido em comentário neste blog, mas não convenceu. Questionado por Arlindo Alves, do PCP, o presidente da Assembleia Municipal de Paredes de Coura disse simplesmente que não houve sessão a 25 de Abril por dificuldades de agenda. Como? Dificuldades de agenda? Se estivéssemos a falar de uma qualquer reunião extraordinária ainda vá, mas quanto está em causa uma sessão que se realiza sempre na mesma data, que se sabe de ano para ano quando é que vai ser… dificuldades de agenda é que não podem justificar. Se fosse uma decisão política, pessoal mas alicerçada em motivos políticos, ainda se aceitava, talvez não se compreendesse mas aceitava. Agora, dificuldades de agenda… Agenda de quem?
Mas a justificação de José Augusto Pacheco serviu para lembrar outras “dificuldades de agenda” que já marcaram a Assembleia Municipal. Uma delas foi mesmo referida pelo seu presidente que, em resposta a Arlindo Alves, lembrou a sessão de 29 de Dezembro último, quando havia uma proposta comunista para votar e ninguém daquele partido para a representar. Para um partido que só tem um lugar na assembleia, não ter ninguém é uma falta… disciplinar.
A faltar, repetidamente, parecem estar também Maria José Fontelo e Fernando Carranca que não marcam presença nas sessões daquele órgão autárquico desde a reunião de Dezembro. A sua ausência tem-se notado, nomeadamente, na duração das sessões que são cada vez mais curtas, mas não têm faltado explicações para a sua ausência. Desde as guerras internas no PSD até às guerras internas no PSD, muito se tem dito para explicar a ausência da dupla social-democrata.
Ausentes também, muito embora sem direito a falta por não ser obrigatória a sua presença, têm estado também os vereadores deste mesmo partido. É certo que Décio Guerreiro tem sido mais ou menos regular, apesar de ter faltado à ultima reunião, mas o mesmo já não se pode dizer do seu colega de bancada que, se a memória não me falha, desde a tomada de posse, em Outubro de 2005, só assistiu a uma assembleia, precisamente a de 25 de Abril do ano passado. Aliás, parece que José Augusto Viana estará até ausente do próprio partido. Só assim se explica a fraca prestação do PSD na discussão das contas de 2006. É que se o vereador não pode intervir na Assembleia Municipal, sempre poderia, e deveria, preparar os seus colegas que têm que o fazer.

7 comentários:

  1. Caro E.B., a Assembleia Municipal não precisa de livro de ponto... para isso temo-lo cá a si e ao seu blog. É serviço público.

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  2. Não precisa de livro de ponto, mas os eleitores deveriam saber desta nível de assiduidade e intervenção, é assim mesmo EB

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  3. Caro anónimo, nada contra si... Todavia, os eleitores devem querer sabê-lo. Sabe qual o nível de assiduidade e intervenção do público?

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  4. e o público se for la apresenta as suas ideias a quem?se as faltas são assim tantas...

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  5. E será que o público é ouvido? Pelo que vimos nos artigos anteriores nem os deputados municipais são...

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  6. E se... na dúvida não saias de casa. Por isso é que eu sou anarquista.

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  7. Quem perde é o Vereador, pelo menos não recebe a senha de presença.

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