31 maio 2007

Ninguém nos liga

Um ano! Um ano à espera e nada, ou melhor ninguém para inaugurar o Centro de Educação e Interpretação Ambiental, em Vascões, Paredes de Coura. Ao que parece, seis meses depois de ter entrado em funcionamento, e um ano depois da data inicialmente apontada para a sua inauguração, a Câmara continua a aguardar que algum membro do Governo de Sócrates se digne percorrer os cerca de 450 quilómetros que nos separam de Lisboa, mais umas curvinhas depois de sair da A3, para vir a este recanto à beira Coura inaugurar uma obra que já tem desenvolvido um bom trabalho em prol da educação ambiental mas que se propõe fazer mais, muito mais.
Ainda bem que, no início do ano, farto de esperar por quem não prometeu, Pereira Júnior decidiu abrir as portas daquele espaço ele mesmo, colocando-o à disposição de todos os interessados que, se assim não fosse, ainda hoje aguardariam por um qualquer de Lisboa (leia-se do Governo). Um qualquer que viria a Paredes de Coura muito a contragosto, trincava um biscoito de milho e bebia uma malga de verde tinto e seguia todo contente com a sensação de que tinha descido ao Portugal profundo para encanto dos nativos e agora, durante uns meses, não queria sequer ouvir falar em sair dos grandes centros urbanos.
Mas o caso do CEIA é apenas mais um sintoma do isolamento a que o Governo, e falo deste porque é o que lá está mas os outros fizeram mais ou menos o mesmo, parece ter votado o concelho. Veja-se, por exemplo, a próxima edição da Feira Mostra, que decorre de 8 a 10 de Junho. Consulta-se o programa aqui, aqui ou mesmo aqui e verifica-se que, aparentemente, não há nenhuma figura do Governo que vá marcar presença neste evento. E, aparentemente, essa ausência não é aparente, é mesmo assim. No entanto, os nossos vizinhos mais próximos, sempre que inauguram qualquer coisa, da feira local à biblioteca municipal, é ver algum governante ao lado do presidente da Câmara e do governador civil, com a tesoura na mão, pronto a cortar a fita da praxe.
Ninguém nos liga, apetece dizer. Sabemos que temos fracos acessos, não é preciso estarem sempre a lembrar-nos disso (até porque para isso já basto eu aqui no blog), sabemos que estamos longe de tudo, principalmente, daquilo que interessa, mas ao menos de vez em quando era bom saber que, apesar de tudo isto, há alguém em Lisboa que sabe onde fica Paredes de Coura pelas boas razões e não apenas porque o centro de saúde está para fechar ou a Câmara está para abrir... os cordões à bolsa. Já agora, o reparo feito aos governantes é válido também para aquela comunicação social que na semana passada não deu descanso a Pereira Júnior mas que, se a memória não me engana, não mete cá os pés quando as notícias são sobre cultura ou as tradições concelhias.

21 comentários:

  1. quero lá saber de governantes, o que interessa é que o CEIA está a funcionar, a feira mostra vai realizar-se, mas para que queremos um engravatado para cortar fitas? chamará mais atenção para o concelho? não sei se é deste tipo de propaganda que estamos a precisar...

    só faz falta quem cá está

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  2. Idem idem " ", é preciso vir alguem do governo central fazer uma inauguração para quê?
    Sandra B.

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  3. Inaugure o Júnior

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  4. A Camara é da mesma cor do Governo e nao consegue trazer cá ninguém? Fica influencia que tem no meio politico....

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  5. Acho que a câmara devia escolher outra empresa marketing/imagem, porque aquela espiga de milho híbrido (mais parece transgénico)nada tema a ver com uma feira mostra de produtos regionais.

    JSD Paredes de Coura

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  6. Ponham uma foice e um martelo

    JCP Paredes de Coura

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  7. Uma Laranja

    JSD Paredes de Coura

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  8. Uma Rosa

    JS Paredes de Coura

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  9. Um charro

    Juventude do Bloco

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  10. Que se fodam os senhores de Lisboa,nós chegamos para fazer inauguracoes.

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  11. PALAVRAS DE ORDEM

    Pereira/amigo/inaugura/estamos contigo.

    Esteves/Lebrão/Vinhão/para a inauguração. :)

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  12. Mas porque é que tudo gira à volta das aparências, do que é conhecido, do que dá destaque e protagonismo? Qual é a relação entre a vinda de um membro do governo e o funcionamento do CEIA? E qual é a relação entre a vinda de um elemento do governo e o sucesso da feira mostra? O que interessa não é o que passa, mas sim o que é!

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  13. O Governo tem tentado passar a ideia de que o futuro aeroporto da Ota será um empreendimento essencialmente privado com uma contribuição do Estado português de apenas 10%. Mas por detrás de um aparente investimento privado estão custos ocultos que o tornam num investimento essencialmente público. A maior parte da contribuição do Estado será feita através de contrapartidas não financeiras cujo valor ultrapassa em muito os 10% anunciados pelo Governo. Em troca da construção da Ota por entidades privadas, o Governo pretende oferecer a desactivação da Portela, os acessos rodoviários ao aeroporto, um shuttle para ligar a Ota a Lisboa em 20 minutos, um terminal de TGV, parte do capital da ANA (empresa pública gestora dos aeroportos), fundos comunitários que poderiam ser aplicados noutros projectos, o monopólio sobre todos os aeroportos de Portugal continental e a concessão da Ota por dezenas de anos.

    A chave do negócio do aeroporto da Ota está no destino que o Governo pretende dar à ANA e ao aeroporto da Portela. O Governo pretende usar a ANA para financiar o aeroporto da Ota de duas formas. Por um lado pretende vendê-la abaixo do preço de mercado aos privados que estiverem dispostos a investir na Ota. Por outro pretende incluir no mesmo pacote de privatização todos os aeroportos de Portugal continental. O Estado atribuirá assim dois subsídios aos privados que vão investir no aeroporto da Ota, um igual à diferença entre o valor real da ANA e o valor pelo qual será vendida e outro igual às receitas em excesso que o futuro concessionário conseguirá cobrar por explorar três aeroportos em regime de monopólio. Estes subsídios serão pagos por todos os portugueses, que verão parte do património público ser transferido para os privados, e pelos utentes dos aeroportos, que terão que pagar taxas aeroportuárias mais elevadas.

    Para garantir o monopólio do futuro concessionário, o Governo terá que desactivar o aeroporto da Portela em 2017. Ora, em 2017 a Portela será um aeroporto rentável, com capacidade para 16 milhões de passageiros, no centro de Lisboa e com ligação ao metro. Pela sua localização e pela sua capacidade, a Portela terá um valor económico da mesma ordem de grandeza que o valor do futuro aeroporto da Ota. Esse valor é património público. Será mais um valor a pagar por todos os portugueses para que a Ota possa ser construída, mas que não será recebido por ninguém. Será pura e simplesmente destruído. Restarão os terrenos, cujo estatuto legal é incerto e que terão que ser descontaminados de toda a poluição acumulada. O dr. António Costa quer transformá--los num "pulmão verde" muitíssimo caro e o ex-ministro da Economia Augusto Mateus quer mantê-los de reserva para a eventualidade de a Ota saturar lá para 2030.

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  14. O governo Socialista de José Sócrates começa a dar trambolhões. E ninguém fez nada por isso, a não ser os próprios. São as declarações infelizes de Mário Lino sobre a margem sul, são as graçolas infelizes de repetente Mário Lino sobre ser engenheiro inscrito na ordem, são as declarações do Prof Charrua e a sansão sofrida, são as desorientações do ministro da Economia, são as inexistências dos ministros do ambiente, agricultura e cultura. Como se vê já são muitas e Sócrates continua sem falar. Quem normalmente o poderia fazer era António Costa. Será que esta saida do governo não vai trazer duplos dissabores aos socialistas?

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  15. Qual é exactamente a diferença entre o Valentim Loureiro que oferece frigoríficos pagos com o seu dinheiro aos eleitores e o Sócrates que oferece computadores pagos com o dinheiros dos contribuintes nos dois últimos anos de mandato?

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  16. Como, anónimo anterior?

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  17. Calma, porque eu tambem não acredito que um vigarista como o valentim (a letra pequena é propositada), tenha pago do seu bolso os ditos frigoríficos. Por cá não são frigoríficos, mas a título de exemplo vamos tendo máquinas da câmara a fazer alicerces de casas particulares.

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  18. Diga onde e quando anónimo anterior.

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  19. "Por cá não são frigoríficos, mas a título de exemplo vamos tendo máquinas da câmara a fazer alicerces de casas particulares. "

    Digam onde e quando?

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