27 março 2008

Os eleitos

Muito se tem debatido na Assembleia Municipal o trabalho desenvolvido, ou por desenvolver, por parte dos elementos que aquele órgão elege para o representarem numa diversidade de organizações, organismos e comissões, desde o Conselho Municipal de Educação aos órgãos sociais das associações intermunicipais, passando pelas estruturas representativas de autarcas a nível nacional.
É o caso de Joaquim Felgueiras Lopes, presidente da Junta de Freguesia da vila que se orgulha de levar as cores de Paredes de Coura a cada reunião da ANMP ou da ANAFRE em que participa. E faz questão de, posteriormente, dar conta do que ali se passou aos seus colegas da assembleia municipal. E como ele outros colegas de partido (sim, porque todos esses lugares são ocupados por elementos do Partido Socialista). Será porventura por isso que há sempre quem, na oposição, critique a participação destas pessoas nos lugares onde devem exercer a sua representação. Ou melhor, há quem critique o facto de estes representantes não participarem, ou pelo menos não apresentarem qualquer informação sobre isso, nas actividades dos organismos e comissões para os quais foram eleitos.
De tal modo assim é que, por mais que uma vez, já foi pedida a exoneração dessas pessoas e a eleição de outros para ocupar o mesmo lugar. Propostas do PSD que, como é bom de ver, foram rejeitadas pela maioria socialista. Será um pedido extremo, mas o certo é que a participação dos representantes da AM nos vários locais onde esta está representada é muitas vezes relegada para segundo plano. Isto apesar de ser um serviço remunerado e, teoricamente, sem qualquer prejuízo para a sua actividade profissional. Mais ainda, o regulamento da assembleia estipula que é dever dos eleitos desempenhar os cargos e funções para que foram escolhidos. E o que fazer quando, na maior parte das vezes, essa representação colide com as obrigações profissionais dos eleitos? Falta-se, pois então! Uma coisa é abdicar de um serão em família para uma noite passada na assembleia municipal, outra, muito diferente, é faltar ao trabalho para participar numa reunião qualquer.
Mas depois acontecem situações como aquela de, numa reunião de uma estrutura municipal onde a assembleia tem quatro representantes, não haver um único que aparecesse. Nem um. E admiram-se das críticas da oposição? Refira-se, contudo, que a oposição também perde a razão para criticar quando, convocada pelo presidente da AM para uma reunião de onde deveria sair um parecer sobre as alterações à lei das autarquias locais, não aparece. Nem PSD, nem PCP se dignaram aparecer e, só com o representante do PS na sala, a mesa decidiu não emitir qualquer parecer. Perdeu-se a oportunidade e a razão de criticar.

2 comentários:

  1. Muito bem osbervado, Eduardo.
    Abraço
    JAPacheco

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  2. este elogio acima cheira a presente envenenado, vindo dum arrumador de cadeiras...

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