04 janeiro 2007

Vender património para pagar dívidas

O ano ainda mal começou e já se está mesmo a ver que o cenário vai continuar a ser o mesmo de 2006. A Câmara de Paredes de Coura continua (cada vez mais?) apertada de dinheiros e, vai daí, há que fazer como qualquer outro cidadão e toca a vender algum património. A diferença é que, no caso do cidadão comum que não fez contas à subida dos juros do crédito habitação, vende-se o que se pode, muitas vezes a própria casa, mas que é dele. No caso da Câmara, por aguardar indefinidamente dinheiros que nunca mais chegam, o património que se vende não é apenas de dos representantes do município, é de todos os que nele habitam.
Na última reunião da Assembleia Municipal, bastante animada por sinal e com a opsição a mostrar (finalmente) que fez o trabalho de casa, foi aprovada a venda da participação da autarquia na empresa concessionária da produção de energia eólica no concelho. São cerca de 1,5 milhões de euros que vão entrar para os cofres da Câmara. No mínimo, porque o concurso público pode trazer ainda alguma proposta mais elevada.
Mas este dinheiro vai lá estar por pouco tempo. O presidente da autarquia já anunciou que os cerca de 300 mil contos se destinam a pagar dívidas de curto prazo que o município tem, e que o mais certo é esta verba servir para pagar parte das obras de saneamento que estão a decorrer no concelho. O PSD, por seu lado, preferia que fosse aplicado na amortização da grande dívida, a 20 anos, que vai continuar a ser paga em "suaves prestações", até porque Pereira Júnior diz que desta forma não custa a pagar. E por falar em 20 anos, não esquecer que, na mesma assembleia, os social-democratas demonstraram por A+B que, caso o município decidisse manter a participação na empresa das eólicas, a longo prazo, esta resultaria num possível lucro de cerca de 12 milhões de euros. Sobre isso falarei noutro post.
Além das acções da VentoMinho, a Câmara de Paredes de Coura equaciona também a venda de outros bens, nomeadamente imóveis. Na calha está a venda de três apartamentos que a autarquia detém na vila, dois deles ocupados, e ainda de terrenos na Quinta da Casa Grande. Património que, estima o município, deverá render cerca de 300 mil euros aos cofres municipais.
Tudo receitas já incluídas no Orçamento da autarquia para este ano, aprovado pela maioria socialista e com a abstenção de toda a oposição, no caso apenas o PSD, porque a CDU esteve ausente da reunião. Um orçamento que, explicou o presidente, "é muito influenciado pela nova Lei das Finanças Locais" e que, por isso mesmo, mostra "alguma contenção", até porque o objectivo, acrescentou o autarca, "é baixar a nossa dívida para depois trabalhar com as contas certinhas".

2 comentários:

  1. Se a oposição atacasse os problemas reais frontalmente, sem perder tempo a olhar para o seu umbigo, Paredes de Coura poderia estar melhor. Mas infelizmente, o PSD courense não tem nem maturidade política, nem gente à altura dos desafios políticos.
    P

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  2. Tem gente estúpida que se escondem atrás dos fatos, da ignorância e da má educação. Ouvi dizer que em todas as assembleias só fazem merda e só insolentes para com os da sua bancada e com os gajos do PS.

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