27 julho 2007

Público difícil

Não posso sequer imaginar o que sentirá um artista, seja ele qual for, que, no momento de subir ao palco se depara com uma plateia vazia. É, na minha opinião, um cenário desencorajador, que só não estraga o espectáculo porque o profissionalismo fala mais alto. Vem isto a propósito da grande oferta cultural e recreativa que Paredes de Coura tem nestes meses de Verão, principalmente em finais de Julho e durante todo o mês de Agosto. Praticamente todos os dias há alguma coisa para ver, algum espectáculo para aplaudir, algum concerto para escutar. E público, haverá? Isso agora, já é outra conversa.
Vejamos, por exemplo, o espectáculo levado a cabo precisamente há uma semana, pelo grupo de flamenco Soleares. Três bailarinas num palco montado num local pouco habituado a receber eventos do género (frente ao Tribunal), que há hora marcada para começarem a dançar tinham uma dúzia de pessoas na assistência. E desses, realce-se que mais de metade eram de fora do concelho. Valeu, no espectáculo em questão, o profissionalismo das bailarinas que, pouco depois de iniciarem a actuação, conseguiram fazer com que se ocupassem praticamente todas as cadeiras disponíveis frente ao palco, mais alguns tímidos que preferiram assistir de longe.
O problema é que não é caso único. Podem dizer que é um risco, fazer tais espectáculos no concelho. Eu defendo que se trata de um desperdício… não aproveitar as oportunidades que a cultura da autarquia nos tem trazido. Temos um Centro Cultural de fazer inveja a muitas capitais de distrito, com uma programação mais ou menos constante e cuja responsável tenta adequar aos mais variados públicos, mas nem sempre estes públicos respondem à chamada. Temos um Museu Regional que muitos dos courenses nunca visitaram. Temos teatro e cinema para salas com metade dos lugares vazios, temos concertos onde as poucas palmas não chegam para agradecer o bom espectáculo.
Ainda assim estamos muito melhor do que há alguns anos, em que tínhamos peças de teatro com mais actores no palco do que pessoas na assistência. A mentalidade, ou a disponibilidade, das pessoas têm mudado. Que Agosto, carregado de actividades, ajude a mudar ainda mais.

PS: Já ouvi dizer que o problema é o desconhecer as realizações que vão sendo feitas. Pois bem, quem quiser pode receber a programação cultural em casa, só tem de se inscrever no Centro Cultural. Ou podem sempre descarregar a agenda online, carregando aqui.

3 comentários:

  1. José Sócrates em directo


    Numa excelente iniciativa, a SIC Notícias repetiu a entrevista de José Sócrates, transmitida ontem, em directo, na SIC.

    O cordeiro
    ”Eu fiquei tão chocado com os casos das juntas médicas como a opinião pública“

    O salazarista
    ”Estamos a fazer um trabalho sério de consolidação orçamental“

    O cómico
    ”Não quero dar esse sinal de facilidade. Veremos. É cedo para falar nisso. Nunca baixarei os impostos por motivos eleitorais“

    O aprendiz
    ”A despesa de investimento é muito importante para fazer crescer a economia“

    O publicitário
    ”O nosso programa é rigor, crescimento e qualificação“

    O habilidoso
    ”A criação de 150 mil postos de trabalho é uma meta. Não foi uma promessa“

    O dinamarquês
    ”Não queremos um modelo pronto-a-vestir“

    O demagogo
    ”A decisão de construir um novo aeroporto não se faz com leviandade“

    O cineasta
    ”A Saúde é um dos casos exemplares da diferença entre a percepção e a realidade“

    O estatístico
    ”Há mais 100 mil portugueses com médico de família“

    O porta-estandarte
    ”A Governo Regional da Madeira tem de aplicar a lei do aborto“

    O educador
    ”Não é o Governo que faz os exames. Todos os exames têm erros“

    O ingénuo
    ”Fiquei espantado. Não me passava pela cabeça. Não foi o Governo que contratou as crianças para participar na apresentação do Plano Tecnológico“

    O sinaleiro
    ”O estatuto dos jornalistas não é importante só para os jornalistas. Também é para a sociedade“

    O clássico
    ”Há três anos, Manuel Alegra já dizia que havia medo no PS“

    O descarado
    ”Não percebo como jornalistas, que têm uma consciência histórica, dizem que este é o maior ataque à liberdade de imprensa“

    O leitor
    ”O caso do professor Charrua foi daqueles com que convivi com maior dificuldade. Soube pelos Jornais“

    O deslize
    ”Não me sinto insultado por quem me insulta“

    O pragmático
    ”Quem confunde vaias com estados de popularidade comete um erro“

    O licenciado
    ”Foi uma tentativa de me diminuir“

    O verdadeiro
    ”Isto não é para os fracos de espírito. É para quem tem ânimo, vontade e determinação“

    Este bandalho, é do piorio...

    in mais actual

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  2. Como alargar alguns horizontes, do MT:







    http://users.telenet.be/kixx/

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  3. Há que fazer cultura para o povo-povo e não para a elite disfarçada de povo

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