Há algumas semanas, a propósito da desastrada actuação de Amy Winehouse no Rock in Rio edição 2008, acompanhei com algum interesse o debate que se fez sentir em alguns blogues lusos sobre o erro crasso cometido pelo jornal Público, que no dia seguinte ao falhado concerto saíu para as bancas com a indicação de que o espectáculo da cantora britânica tinha sido um êxito.
Jornalismo de antecipação não dá bons resultados, vaticinavam alguns comentadores, nomeadamente aqui e aqui. De tal modo que até o provedor do leitor daquele jornal, que também se apercebeu das constradições, não perdeu tempo e vá de pedir e dar explicações. Enfim, coisas que até se admitiriam num jornal local ou regional, mas que num diário nacional, ainda para mais num que se quer manter como "jornal de referência" são pouco ou nada toleráveis.
Ontem, ao folhear a última edição do Notícias de Coura, o debate sobre a notícia por antecipação do concerto de Amy Winehouse veio-me de novo à memória. E porquê? Porque o artigo da página 3 (não disponível na edição online), que faz o resumo da reunião da Assembleia Municipal em Padornelo também peca por antecipação. Ou se calhar aqui foi mesmo por distracção.
Assinado por Vaz de Sousa, o texto retrata a noite calma que se viveu no salão da Junta de Freguesia de Padornelo, sem grandes intervenções ou temas quentes em agenda. Tudo bem. Só que o mesmo artigo refere que os nomes mais sonantes do PSD faltaram à chamada, o mesmo acontecendo com os vereadores Décio Guerreiro e José Augusto Viana. Pois... mas se tivermos em linha de conta que José Augusto Viana está a ser substituído por João Cunha e que este esteve sentado na mesa reservada aos vereadores, ao lado dos elementos socialistas, durante toda a sessão, ficamos a pensar que quem escreveu ou não esteve na sala, ou não esteve com a atenção devida.
De resto, Vaz de Sousa transmite bem o que por lá se passou. A ausência de intervenções políticas por parte da oposição (se não contarmos com o pedido de esclarecimento de Catarina Moreira), a apatia de Paula Caldas que, naquele que poderia ser um dos momentos importantes da sessão (a interpelação ao presidente da Câmara) aproveitou para sair da sala, e pouco mais. Uma sessão morna, quase a roçar o frio. Assim como estas noites de Verão que ainda obrigam a um casaco pelas costas.
Ora cá vai, inocentemente, outro ponto de vista: e quem disse que João Cunha estar actualmente à frente do partido é sinónimo de ser ele o nome mais sonante?
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