19 junho 2008

Socorro!

O pedido de ajuda dos bombeiros portugueses é, no mínimo, original, pois se é a eles que estamos habituados a recorrer quando precisamos, precisamente, de socorro. Mas é também uma acção que só vem pôr ainda mais a descoberto a má situação financeira por que passam muitas corporações de bombeiros nos dias que correm. E os aumentos consecutivos do preço dos combustíveis vieram agravar ainda mais o aperto que são as contas diárias das associações humanitárias.
Socorro, pedem eles. Como nós, contribuintes singulares ou colectivos que, de cada vez que vamos abastecer o carro, damos conta de que os 10 euros já praticamente não chegam para sair da estação de serviço. Imagine-se, por isso, o que não devem passar os bombeiros e outras instituições de solidariedade social que, sem os lucros das empresas, lutam pela sobrevivência. Imagine-se o que é um aumento de “apenas” 15 cêntimos por litro de gasóleo, quando estamos a falar de alguns milhares de litros por mês. Pois… é fazer as contas!
O protesto dos bombeiros é, também por isso, de respeitar. E a ver se têm a mesma sorte que os camionistas na semana passada. Pelo menos tiveram a responsabilidade de não cortar estradas, de não atacar os colegas que não estão solidários com a sua causa e não paralisaram os serviços. Aliás, as corporações de bombeiros que aderiram a esta iniciativa fizeram questão de salientar que o serviço não será colocado em causa e que ninguém ficará sem auxílio se dele necessitar.
Pelo menos por enquanto, avanço eu, porque da maneira que isto anda ainda estou a ver os bombeiros a deixarem ambulâncias paradas por não terem dinheiro para as abastecer. Sobre o apoio aos bombeiros, aliás, não posso deixar de recordar uma situação vivida há alguns meses, com os Bombeiros de Paredes de Coura a pedirem apoio financeiro ao Governo para a compra de equipamento que diziam indispensável ao seu bom serviço. A resposta do Governo Civil de Viana do Castelo não podia ser mais elucidativa, ao passar a “batata quente” para as mãos da Câmara Municipal, como quem: nós não temos, peçam a outro.
No mesmo barco, das dificuldades financeiras, estão as forças de segurança, nomeadamente, e no que nos diz respeito, a GNR. Aliás, não são de agora as dificuldades sentidas por esta força policial em relação aos transportes, nomeadamente a falta de viaturas quando algumas das que têm ao serviço necessita de recolher à oficina. Imagine-se o que não será agora com o preço dos combustíveis a subir em flecha!

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