02 junho 2008

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Há uns anos, em conversa de café, discutia-se a visibilidade de Paredes de Coura nos meios de comunicação social nacionais. À parte o fenómeno Festival, é raro saírem notícias sobre o concelho e, quando saem, nem sempre são as que agradam a quem cá está, como já ficou patente em algumas intervenções públicas.
Mas, voltando à tal conversa, tida seguramente há alguns cinco anos, havia quem lembrasse que Paredes de Coura podia seguir o exemplo de Moledo, Caminha, que beneficiava da visibilidade que lhe era dada, fosse directa ou indirectamente, de cada vez que o maestro António Vitorino de Almeida falava sobre o seu lado mais dedicado ao lazer e recordava as passagens pela praia alto-minhota. Ideia que voltou à baila algum tempo mais tarde, quando Durão Barroso foi eleito primeiro-ministro e Portugal inteiro acompanhou as férias do governante pelas areias e esplanadas de Moledo.
Agora, volvidos alguns anos, eis que ouço novamente a mesma ideia, desta feita aplicada a Ricardo Araújo Pereira (RAP). O humorista esteve em Coura na passada sexta-feira para apresentar o seu livro e para trocar dois dedos de conversa com quem esteve no Centro Cultural. Entre alusões ao património de Paredes de Coura, e às meninas que pontilham os acessos pelas Pedras Finas, houve alguém que pediu a RAP que, de ora em diante, vestisse as cores de Paredes de Coura e aproveitasse a sua visibilidade mediática para divulgar o concelho.
A ideia até nem seria descabida se se tratasse de uma pessoa que vem a Paredes de Coura com alguma frequência, o que não é o caso. E no caso de RAP, já por diversas vezes este aludiu às suas origens alto-minhotas, ainda que remotas, e por aí se ficou, dando a entender que a sua ligação ao concelho se resume a apenas isso e à influência que essa vivência minhota que lhe foi transmitida pela avó e pela mãe consegue ter nas suas criações.
Mas, repito, a ideia não é de todo descabida. Há que aproveitar todos os caminhos que podem dar mais notoriedade ao concelho e se isso passar por colocar as figuras públicas a falar de Coura, que assim seja. Veja-se, a título de exemplo, o artigo que ontem saiu no Correio da Manhã com Mário Cláudio, que escolheu Paredes de Coura por opção, a tecer rasgados elogios a este município. À espera de que, como ele, venham mais.

1 comentário:

  1. Esta nossa terra, é uma realidade vivida, apreciada e sentida de diferenciados modos. Quem nesta terra vive, sente-a diariamente como uma rotina, uma rotina pacata, cinzenta, escura…. De luzes e ribaltas apagadas por falta de conexão e pagamento. E quem nela revive momentos, guloseimas e tios inspiradores, como o Ricardo, sente-a como um porto de abrigo, um lugar onde se sente em casa ….Mesmo que essa não seja a sua real casa.
    Paredes de Coura, é uma terra onde Brilham sempre com maior intensidade os holofotes pendurados nos olhos de quem nos visita, agradamos a troianos mas vemo-nos gregos para conseguir gostar
    Os joelhos esmurrados da meninice do Ricardo, em S.Martinho, e a clausura criativa de Mário Cláudio, em Venade, podem ser (acho que o são), duas faces de um mesmo amor; O amor por terras de Coyra
    Mas de que nos servirá o Ricardo e o Mário acenderem em Lisboa as “luzes da ribalta”, se muitos de nós teimarmos desligar a nossa “luz ao fundo do túnel”?

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