23 outubro 2007

Vamos a contas 1

Seis euros. Apenas seis euros. É, aparentemente, quanto vale cada cidadão courense para o Governo de Lisboa. Isto pelo menos a fazer fé nos valores que o PIDDAC (Plano de Investimento e Desenvolvimento da Administração Central) prevê para Paredes de Coura durante o próximo ano, menos de 60 mil euros…
Menos que no ano passado? Claro que sim, muito embora 2007 também não tenha sido ano de fartura para estes lados. Além dos cerca de 40 mil euros destinados a financiar a construção do arquivo municipal, só tínhamos inscritos no plano anual de investimentos do Executivo cerca de 400 mil euros para custear as obras de beneficiação da EN303, da vila até Sapardos, obra que está agora a começar.
E este ano, a que se devem os cerca de 60 mil euros a que temos direito? Pois é, novamente para a construção do arquivo. E o Ministério da Cultura já inscreveu verbas relativamente mais baixas para os próximos dois anos, igualmente com o mesmo objectivo: o arquivo. Como que a dizer “ARQUIVE-SE”. Arquive-se o concelho, pois não vale a pena investir (ou será gastar) mais dinheiro em algo que não tem futuro. Preserve-se a história, o património, mas não adianta pensar em modernização, melhores acessibilidades ou outros benefícios que poderão, imagine-se, melhorar a qualidade de vida dos poucos que ainda por aqui residem e trabalham.
Sessenta mil euros, nem isso. É pouco, muito pouco, para um concelho que procura, a todo o custo, criar mais atractivos para quem cá mora, para quem cá quer morar. Só se trouxerem o investimento, porque o Governo entende que não é por aí o caminho. E nem é preciso pensar muito para ver do que Paredes de Coura necessita. Bastava aos membros do Governo consultar o arquivo para ver o correio recebido, os pedidos da Câmara, as exigências que estão à vista de todos.
Mas não! O Governo, qual animal de carga e trabalho, tem a vista limitada. As palas não o deixam ver à volta e por isso limita-se a olhar em frente. E em frente o que vê? Vê que continuamos a afundar-nos no coração do Alto Minho. Cada vez mais no centro, cada vez mais no fundo.
Sessenta mil euros… Melhor sorte que Valença. Ou que Melgaço, poderão dizer, já que este concelho não tem qualquer verba inscrita em PIDDAC. Pois… mas com o mal dos outros podemos nós bem. É que Melgaço, há muito que nos deixou para trás, se não ainda politicamente, pelos menos em termos económicos e de desenvolvimento. Eles avançam no tempo, nós ficamos cada vez mais… arquivados.

3 comentários:

  1. Mais uma vez, comungamos das mesmas preocupações. Aguardem pela acta da reunião de Câmara de 22/10/2007.
    José Augusto

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  2. Dito de alguem que sabe o que está a dizer:
    os senhores governantes acham que Portugal é Lisboa e o resto é pura paisagem.
    Não duvidem, é o que eles acham de facto.

    SB

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  3. Não, estão errados, este é um documento que até já nem deveria existir, isto a fazer fé nos lideres socialistas do Alto Minho... Pelo menos até o governo mudar de cor.

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