02 novembro 2007

Reflexões em dia de finados

Dia de todos os santos. Dia de fiéis defuntos. Nunca fui muito adepto do culto dos mortos, confesso, muito embora tenha um certo fascínio, se é que assim se pode chamar, por cemitérios. Em tempos, inclusivamente, cheguei a fazer um trabalho académico sobre a importância artística e social de alguns túmulos, nomeadamente em cemitérios mais antigos, alguns com campas datadas de há centenas de anos.
Hoje em dia, mesmo não sendo daqueles que vai todas as semanas prestar tributo aos entes queridos que partiram, admito que vou ao cemitério de quando em quando. Pelo acto religioso em si, mas também por reconhecer que é um espaço onde, ao mesmo tempo, temos um misto de aula de história e momento de recolhimento. Haverá algum silêncio mais forte que o de um cemitério?
É claro que, em dia de finados, assinalado hoje mas que, dado o feriado de ontem, é por muitos celebrado no dia anterior, silêncio é coisa que não se encontra com tanta facilidade num cemitério. É o dia em que grande parte das famílias vai mesmo ao cemitério, numa visita que, muitas vezes, é apenas isso, uma visita, circunstancial, anual… Sentida? Às vezes nem isso… Mas enfim, cada qual é como cada um e se para muitos o meditar junto da última morada dos seus familiares e amigos é um momento de reflexão, para outros é apenas um ritual que cumprem porque pareceria mal não o fazer. São as flores, as campas lavadas, as velas… uma vez no ano.
E por falar em assuntos mais mundanos num dia onde se respeita a memória, lembrei-me de uma visita recente ao cemitério da vila de Paredes de Coura. Uma visita indesejada, infelizmente, mas que me possibilitou observar duas situações que deveriam ser corrigida, uma, e precavida, a outra. Por um lado reparei que o cemitério não dispõe de quaisquer instalações sanitárias. Nem os outros do concelho, podem retorquir! Pois não, mas a maioria deles está situada junto às respectivas igrejas paroquiais e essas, pelo menos, têm sanitários. Na vila tal não acontece e não se pense que por ser um espaço para cuidar dos mortos, não se deve olhar para os vivos. A corrigir.
Por outro lado, verifiquei que o cemitério da vila padece, infelizmente, do mesmo mal que outros cemitérios do concelho: está ficar lotado. Castanheira, por exemplo, já está a alargar o seu espaço e Insalde procura uma solução para aumentar a capacidade. E na vila, como estamos? Desconheço, mas a única solução que vejo para prolongar o actual cemitério é a expansão para os terrenos confiantes nas traseiras da capela. Terrenos privados, é claro, que será necessário adquirir. Com que dinheiros? Outra incógnita, mas esta é uma compra que certamente deverá ser equacionada dentro de relativamente pouco tempo. A precaver.

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