14 novembro 2007

(Des) Protegidos

Faz-me confusão ver caçadores numa área protegida. A sério que faz! E não tenho nada contra a caça, ou contra os caçadores (os bons caçadores, que não abandonam os cães no terreno quando estes não lhes servem mais). Mas, sinceramente, faz-me confusão como é que se pode caçar numa área protegida.
Não sei que pensar, por exemplo, quando ao domingo passo pela Área Protegida do Corno de Bico e vejo os carros e atrelados dos caçadores por ali espalhados. Nem sei se eles por ali podem andar, sinceramente desconheço. Mas ainda que possam, por nem todas as espécies animais ali existentes estarem protegidas, fico a matutar como é que se pode andar aos tiros numa área protegida. E se de repente, quando se faz pontaria a uma rola, se verifica que afinal é um picanço-de-dorso-vermelho? Será que disparam? Será que não?
E que dizer do avanço desregrado pela área protegida? E estou a falar daquela zona mais "restrita" com sinalização específica, trilhos programados, etc. Haverá algum cuidado por parte dos caçadores para não danificar a flora existente? Se não seguem os percursos marcados, porque certamente não será lá que anda a caça, como garantir que nada fica estragado ou sujo? Questões que, volto a dizer, me fazem confusão. Ainda para mais quando vejo no site do ICNB que um dos motivos que levou à classificação daquela zona como Área de Paisagem Protegida foi precisamente “a promoção do recreio ao ar livre em equilíbrio com os valores naturais salvaguardados”. Será?

13 novembro 2007

Hoje como ontem... infelizmente

O Prestige foi há cinco anos. Apenas cinco anos, mas que parecem mais, muito mais. Tantos que parece que já caíu no esquecimento. Não pode, é preciso lembrar, lembrar sempre.
Hoje, como ontem, continuam os atentados ambientais, as asneiras, as irresponsabilidades como as que originaram a catástrofe que se vive no Mar Morto. Estamos longe, mas não estamos fora de perigo. Todos os anos milhares de petroleiros continuam a passar ao largo da nossa costa.



Coura à noite

Um deserto iluminado

08 novembro 2007

Águas turvas

O que é que têm em comum o Festival de Paredes de Coura e a truticultura existente em Formariz? Para além do facto de ambos se desenvolverem a partir do rio Coura e na mesma freguesia? Para além de ambos levarem longe, cada qual à sua maneira, o nome do concelho (ainda há tempos descobri que os supermercados Pingo Doce são abastecidos de trutas “made in Coura”)?
A resposta é simples: ambos são apontados como causadores de episódios de poluição do rio Coura. A truticultura já por diversas vezes foi notícia por esse motivo e, inclusivamente, quem de direito já analisou à água da zona envolvente, e terá detectado elevados índices de factores poluentes. Já o Festival tem passado incólume e, a bem da verdade, não há nada que indique taxativamente que polui o Coura. Taxativamente, disse eu, porque indícios disso não faltam.
Que o digam as análises levadas a cabo semanalmente pelo INAG, durante toda a época balnear. Mesmo para quem, como eu, é um leigo nestas questões, salta à vista que a tradicionalmente “aceitável” qualidade da água do rio, na praia fluvial do Taboão, foi este ano, por duas vezes, considerada má. Uma delas, precisamente na semana do festival, com a colheita das águas efectuada no dia seguinte a ter terminado este evento, a registar um aumento considerável dos valores de coliformes totais e coliformes fecais existentes no Coura. Para um leigo, como eu, isto significa águas poluídas, com a indicação de que a praia fluvial ficaria (ficou mesmo?) interdita pelo delegado de saúde.
Um mal menor, dirão alguns. Pois, mas um mal… Se provocado pela concentração de milhares de pessoas naquele espaço ou se pelo deficiente encaminhamento dos esgotos das estruturas temporárias que são montadas de um lado e do outro do rio, isso já não sei. Sinceramente espero bem que se fiquem a dever ao primeiro cenário. É que se for por causa da canalização de esgotos para o rio, é um comportamento que deve ser punido. Se a Câmara está (parece?) tão preocupada com os despejos das vacarias, como se explica a falta de acompanhamento de uma situação como esta, numa zona que é um dos ex-libris turísticos do concelho?

07 novembro 2007

Não sei porquê...

... mas concordo com muito do que escreve o Pedro Morgado neste post do Avenida Central. Ou se calhar até sei...

Quando a sirene toca

Toca a sirene. Mais uma vez. Tem tocado bastante nos últimos dias. De dia. De noite. Toca a sirene. Parece Verão! Em Novembro? Sim, parece Verão.
No quartel a azáfama é grande. Todos os dias há um, dois, três focos de incêndio. De Mozelos a Parada, de Bico a Rubiães. Parece Verão, há quem diga. Pois parece. Há calor, há incêndios, há incendiários. Sim, parece Verão.
Mas é um Verão fora de horas, fora de meses, até. Onde vai já o “período crítico” dos fogos florestais, que este ano registou o menor número de ocorrências dos últimos tempos. Pudera, se só agora é que é Verão… Mas no Verão de Outubro, de Novembro, os incêndios multiplicam-se em Paredes de Coura, em Ponte de Lima, em Valença, no Gerês e um pouco por todo o lado, por todo o país. Nos jornais vem até a notícia de uma corporação que no último mês teve 40 intervenções na mesma freguesia. É por causa do Verão…
É que o Verão acabou e com o Outono regressaram as fogueiras para queimar os restos da limpeza dos campos. Pois o papel afixado na Junta de Freguesia diz que já se pode fazer fogueiras, porque não se hão-de fazer? Só porque, apesar de estarmos em Novembro, ainda é Verão?
E a sirene a tocar. De tal modo que, essa tal corporação, em Oliveira de Frades, já terá sido acusada de fazer muito barulho e, mais dia, menos dia, ainda a proíbem de tocar a sirene a chamar os voluntários. Que arda, então? Que se mude o sistema e se acabe com a sirene? Em muitas corporações a sirene já foi substituída por um pager, um alerta no telemóvel. Por cá continua a sirene, sem queixas. É que os telemóveis ainda perdem a rede com alguma facilidade. Toca a sirene. Infelizmente. Não pelo toque, mas pelo que ele representa.

06 novembro 2007

Exemplos

Às vezes é preciso dar o exemplo. Outras vezes é preciso ter um exemplo para seguir. Numa altura em que se discute o estatuto do aluno, sempre com a preocupação de combater o abandono escolar, eis que me deparo com um exemplo que merece ser tido em conta.
Um exemplo, ou melhor dois, que encontrei no passado fim-de-semana, em convívio académico, e que devem ser analisados pelos jovens e por todos os outros. Especialmente por aqueles que não dão à escola o devido valor e passam pela escolaridade obrigatória como quem passeia de carro num domingo à tarde: sem interesse, sem aplicação, sem grandes expectativas.
No primeiro caso, uma pessoa que, aos 77 anos de idade, decidiu que ainda estava muito a tempo de se aplicar nos estudos e conseguir um diploma universitário. Deixou os estudos cedo, aos 13 anos, para enveredar pelo mundo do trabalho. Décadas mais tarde, com a vida resolvida e os negócios entregues aos filhos, resolveu ir em busca daquilo de que tinha sido privado. E hoje é caloiro na universidade, mostrando que nunca é tarde, nunca é longe demais.
Mas o fim-de-semana trouxe-me ainda outro caso. O de um pai que deixou os estudos a meio do antigo liceu, mas que, anos mais tarde, quando viu que o filho se preparava para fazer o mesmo, decidiu que não seria esse o seu exemplo. Vai daí voltou aos estudos, acabou o ensino secundário e entrou na universidade. Ele e o filho, por ele impulsionado, por ele motivado.
É por isso que digo que, às vezes, um bom exemplo mostra o caminho. Na educação como noutras áreas. E se não o tivemos de outros, podemos sempre ser nós a dar o exemplo.

03 novembro 2007

Acreditar. Continuar.

O Mais pelo Minho assinala hoje dois anos de existência. Uma imensidão no mundo da blogosfera, onde todos os dias nascem e morrem blogs como este.
O Mais pelo Minho, no entanto, continua. Com o seu ritmo próprio, sem pressas, sem exageros. Ao ritmo de quem o escreve, de quem lhe dá vida. À velocidade que surgem as ideias, os assuntos, as opiniões.
Dois anos serviram para trazer algumas mudanças, alguns ajustes. Trouxeram alguns leitores assíduos, certamente que deixaram outros pelo caminho. Críticas também por cá passaram, continuarão a passar. Mas não são também as críticas fonte de inspiração?
A uns e a outros só tenho a agradecer. São eles que ajudaram a dar mais vida a estes dois anos. É por eles que, semana após semana, com maior ou menor assiduidade, aqui vou escrevendo.


PS: Não gosto particularmente de bolo de aniversário, por isso partilho aqui com vocês um semi-frio de café e chocolate para assinalar a data. A receita fica para outra altura.

02 novembro 2007

Reflexões em dia de finados

Dia de todos os santos. Dia de fiéis defuntos. Nunca fui muito adepto do culto dos mortos, confesso, muito embora tenha um certo fascínio, se é que assim se pode chamar, por cemitérios. Em tempos, inclusivamente, cheguei a fazer um trabalho académico sobre a importância artística e social de alguns túmulos, nomeadamente em cemitérios mais antigos, alguns com campas datadas de há centenas de anos.
Hoje em dia, mesmo não sendo daqueles que vai todas as semanas prestar tributo aos entes queridos que partiram, admito que vou ao cemitério de quando em quando. Pelo acto religioso em si, mas também por reconhecer que é um espaço onde, ao mesmo tempo, temos um misto de aula de história e momento de recolhimento. Haverá algum silêncio mais forte que o de um cemitério?
É claro que, em dia de finados, assinalado hoje mas que, dado o feriado de ontem, é por muitos celebrado no dia anterior, silêncio é coisa que não se encontra com tanta facilidade num cemitério. É o dia em que grande parte das famílias vai mesmo ao cemitério, numa visita que, muitas vezes, é apenas isso, uma visita, circunstancial, anual… Sentida? Às vezes nem isso… Mas enfim, cada qual é como cada um e se para muitos o meditar junto da última morada dos seus familiares e amigos é um momento de reflexão, para outros é apenas um ritual que cumprem porque pareceria mal não o fazer. São as flores, as campas lavadas, as velas… uma vez no ano.
E por falar em assuntos mais mundanos num dia onde se respeita a memória, lembrei-me de uma visita recente ao cemitério da vila de Paredes de Coura. Uma visita indesejada, infelizmente, mas que me possibilitou observar duas situações que deveriam ser corrigida, uma, e precavida, a outra. Por um lado reparei que o cemitério não dispõe de quaisquer instalações sanitárias. Nem os outros do concelho, podem retorquir! Pois não, mas a maioria deles está situada junto às respectivas igrejas paroquiais e essas, pelo menos, têm sanitários. Na vila tal não acontece e não se pense que por ser um espaço para cuidar dos mortos, não se deve olhar para os vivos. A corrigir.
Por outro lado, verifiquei que o cemitério da vila padece, infelizmente, do mesmo mal que outros cemitérios do concelho: está ficar lotado. Castanheira, por exemplo, já está a alargar o seu espaço e Insalde procura uma solução para aumentar a capacidade. E na vila, como estamos? Desconheço, mas a única solução que vejo para prolongar o actual cemitério é a expansão para os terrenos confiantes nas traseiras da capela. Terrenos privados, é claro, que será necessário adquirir. Com que dinheiros? Outra incógnita, mas esta é uma compra que certamente deverá ser equacionada dentro de relativamente pouco tempo. A precaver.

30 outubro 2007

Boas novas... e más notícias

Temos estudo… outra vez
Quase dois anos volvidos desde que foi encontrada a empresa vencedora, eis que, finalmente, é adjudicada a execução do estudo que vai definir o traçado da futura ligação de Paredes de Coura à A3 e a Vila Nova de Cerveira. Prazo para execução do estudo: mais de um ano. Prazo para o estudo ser aprovado: uma incógnita. Prazo para começar a construir: há quem diga que será nesta legislatura. Eu não sou tão optimista…
O que importa aqui é realçar a atitude da Câmara de Paredes de Coura, que se colocou à disposição da empresa vencedora para prestar a assessoria necessária no terreno, já que tem obrigação de conhecer melhor que os técnicos que cá vêm pela primeira vez. Registe-se o forte interesse da autarquia em avançar com este dossier que se arrasta há anos, por um lado, e a tentativa de evitar um chumbo como o de 1998, por outro lado. A ver vamos se o traçado sai ou não.


Sem fios e sem euros
O Território com Alma traz a informação. A newsletter da Vale do Minho comprova-o, já estão no terreno os trabalhos de instalação da rede wireless de acesso à internet em algumas zonas públicas de Paredes de Coura. Ou melhor da vila, porque os dois hot-spots conhecidos até à data estão instalados na Câmara Municipal, supostamente para servir os largos envolventes, e no Centro Cultural, para quem optar por aceder à Net naquela zona.
Ainda não estão em funcionamento e desconhece-se como vai ser gerido o acesso a este sistema, mas aplaude-se a iniciativa que se vê já um pouco por todo o lado, desde centros comerciais das grandes cidades a jardins e esplanadas das pequenas vilas portuguesas.


É mesmo para pagar?
Mário Lino, o ministro das Obras Públicas garante que sim. Mas vindo dele até pode ser que seja anedota, nunca se sabe. Mas o seu secretário de Estado alinha pelo mesmo diapasão, por isso temo que seja mesmo para avançar a introdução de portagens na A28, entre Viana do Castelo e o Porto.
Venceu a casmurrice do ministro? Esperemos que não, que ele e todos os que apoiam a sua ideia luminosa voltem a si e reconsiderem. A ser verdade é uma grande injustiça para as gentes dessa zona e, por inerência, também para nós, que temos ali um acesso facilitado e gratuito ao Porto. O presidente da Câmara de Viana do Castelo é que não gostou da história e já avisou: se avançarem as portagens na A28, os pesados que circularem por Viana vão ter de pagar. Ou seja, se não quiserem pagar num lado, lá terão de pagar no outro.

26 outubro 2007

É para aqui que nos querem mandar?

O serviço de urgência do Hospital de Ponte de Lima não tem condições. A sério! E não sou eu que o digo, é o próprio director do Centro Hospitalar do Alto Minho, que coordena também a unidade de saúde de Ponte de Lima. Surpresa? Nem por isso…
Acho que ficaria surpreendido se, isso sim, me garantissem a pés juntos que o Hospital de Ponte de Lima tem as melhores condições, ou melhor as condições necessárias, para receber os doentes de três concelhos, dois dos quais dos mais populosos do distrito. Aí sim ficaria de pé atrás. É que, conhecendo eu as instalações da urgência limiana, sei que numa escala de 0 a 10, em termos de edifício e estruturas, não conseguiriam mais que um… negativo. Comparado com o Centro de Saúde de Paredes de Coura, e repito, falo apenas do espaço físico, a urgência de Ponte de Lima está a anos luz. E no entanto, é para lá que, quando o SAP fechar e todas as alternativas (?) prometidas estiverem a 100%, serão recambiados os courenses que precisarem de cuidados médicos mais exigentes.
O director do Centro Hospitalar fala também em obras, necessárias para o bom funcionamento do serviço, mas ainda sem data prevista para a sua realização. E acima de tudo sem financiamento anunciado. Outra coisa que não é novidade, nem na saúde nem outros sectores da sociedade. Ainda há pouco tempo, no início de mais um ano lectivo, se ouviu falar de escolas remodeladas recentemente mas que foram encerradas e os seus alunos transferidos para outras sem capacidade de os acolher e, acima de tudo, com muito menos condições que a ficou abandonada. Sinceramente não compreendo essa lógica de gastar dinheiro a recuperar um espaço para logo a seguir o fechar e deixar sem utilização, mas deve ser moda lá para os lados de Lisboa… Primeiro muda-se sem olhar a quê, depois acertam-se os pormenores necessários à mudança.

23 outubro 2007

Vamos a contas 2

Lá diz o velho ditado: olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço!

Vamos a contas 1

Seis euros. Apenas seis euros. É, aparentemente, quanto vale cada cidadão courense para o Governo de Lisboa. Isto pelo menos a fazer fé nos valores que o PIDDAC (Plano de Investimento e Desenvolvimento da Administração Central) prevê para Paredes de Coura durante o próximo ano, menos de 60 mil euros…
Menos que no ano passado? Claro que sim, muito embora 2007 também não tenha sido ano de fartura para estes lados. Além dos cerca de 40 mil euros destinados a financiar a construção do arquivo municipal, só tínhamos inscritos no plano anual de investimentos do Executivo cerca de 400 mil euros para custear as obras de beneficiação da EN303, da vila até Sapardos, obra que está agora a começar.
E este ano, a que se devem os cerca de 60 mil euros a que temos direito? Pois é, novamente para a construção do arquivo. E o Ministério da Cultura já inscreveu verbas relativamente mais baixas para os próximos dois anos, igualmente com o mesmo objectivo: o arquivo. Como que a dizer “ARQUIVE-SE”. Arquive-se o concelho, pois não vale a pena investir (ou será gastar) mais dinheiro em algo que não tem futuro. Preserve-se a história, o património, mas não adianta pensar em modernização, melhores acessibilidades ou outros benefícios que poderão, imagine-se, melhorar a qualidade de vida dos poucos que ainda por aqui residem e trabalham.
Sessenta mil euros, nem isso. É pouco, muito pouco, para um concelho que procura, a todo o custo, criar mais atractivos para quem cá mora, para quem cá quer morar. Só se trouxerem o investimento, porque o Governo entende que não é por aí o caminho. E nem é preciso pensar muito para ver do que Paredes de Coura necessita. Bastava aos membros do Governo consultar o arquivo para ver o correio recebido, os pedidos da Câmara, as exigências que estão à vista de todos.
Mas não! O Governo, qual animal de carga e trabalho, tem a vista limitada. As palas não o deixam ver à volta e por isso limita-se a olhar em frente. E em frente o que vê? Vê que continuamos a afundar-nos no coração do Alto Minho. Cada vez mais no centro, cada vez mais no fundo.
Sessenta mil euros… Melhor sorte que Valença. Ou que Melgaço, poderão dizer, já que este concelho não tem qualquer verba inscrita em PIDDAC. Pois… mas com o mal dos outros podemos nós bem. É que Melgaço, há muito que nos deixou para trás, se não ainda politicamente, pelos menos em termos económicos e de desenvolvimento. Eles avançam no tempo, nós ficamos cada vez mais… arquivados.

19 outubro 2007

Falta a prenda

O Sporting Clube Courense assinala este fim de semana os seus 75 anos de vida. Com festa e um colóquio, logo à noite, onde participam Agostinho Oliveira e o árbitro Paulo Pereira. Mas, ainda, sem o mais importante: a prenda de anos, a desejada relva para o campo de jogos.
Já aqui tinha falado do assunto, há mais ou menos um ano. Na altura, Laurentino Dias, secretário de Estado do Desporto, apresentou no Parlamento a integração no Orçamento de Estado para o corrente ano de uma verba de mais de um milhão de euros para relvar campos de futebol, com prioridade para os municípios que ainda não tinha uma infraestrutura do género. A Câmara não perdeu tempo e, logo na primeira reunião do Executivo de 21007, fez aprovar o protocolo a celebrar com o clube que, em linhas gerais, cede o campo à autarquia por um período de 10 anos.
Estava dado o derradeiro passo para fazer avançar a candidatura de Paredes de Coura à receber a desejada relva. Até agora, contudo, a terra batida continua a ser o palco das actuações do Courense…
Até quando, perguntamos? Até muito breve, é a resposta. É que, se começou como um desejo, eventualmente um sonho, o relvado é hoje uma necessidade, tendo em conta as exigências que todas as épocas são feitas aos clubes de futebol do escalão em que milita o Courense. Ver o Courense a jogar fora de casa poderá ser uma realidade, cruel para um clube com 75 anos de história. A ver se não temos de lidar com isso.

17 outubro 2007

"A da minha terra é mais bonita"

Fátima, fado e futebol? Só faltou o fado, no passado fim de semana. O futebol trouxe-o uma selecção nacional aflitinha lá para os confins da Europa. E Fátima? Fátima marcou o fim de semana, como tinha já marcado toda a semana anterior, a avaliar pelo que se lia nos jornais e via nas televisões deste país. Só faltou o fado, mas sempre tivemos a Família Superstar…
Mesmo não fazendo parte dos milhares que rumaram a Fátima para “inaugurar” a nova Igreja da Santíssima Trindade, não me livrei de contemplar cada pormenor e cada opinião que, tão diligentemente, a nossa televisão, pública ou privada, fez questão de nos levar casa adentro. Das cadeiras almofadadas à imagem controversa do Cristo na cruz, das novas tecnologias ao conjunto de obras de arte que embeleza o espaço, nada faltou.
Nem sequer a opinião popular daqueles que esperaram horas à porta do novo espaço religioso do país para depois entrarem por ali “à doida” a olhar para todo o lado como se a igreja acabada de inaugurar fosse desaparecer alguns minutos depois. Um ritual tipicamente português… Como os comentários que se seguiram à visita, um dos quais me levou às lágrimas de tanto rir. Uma senhora, com sotaque do Norte, questionada sobre se tinha gostado da nova igreja, não esteve com meias medidas e sem hesitar lançou: “a da minha terra é mais bonita”.
Também a da minha terra. É mais bonita e mais próxima, mais sentida. Não custou 80 milhões de euros e os bancos são de pau. E obras de arte também não as terá, ao contrário da de Fátima, até porque não teriam segurança. É que, recordo eu, há anos não instalou um sistema de alarme porque não tinha os cerca de 10 mil euros necessários para o custear.
Apesar disso, continua ali, disponível, aberta, acessível, discreta. Com ou sem dinheiro para lá deixar. Nos bons e nos maus momentos. Quando é preciso, quando precisamos.

Cavalo não entra

Aplauda-se! Agradeça-se a iniciativa da Câmara de Paredes de Coura de vedar a rua Conselheiro Miguel Dantas à passagem de cavalos e éguas, poldros e afins. Gado cavalar de uma forma geral que, como bem deu a conhecer o Eduardo Daniel Cerqueira, sempre que por ali passava deixava atrás de si um rasto de porcaria e, ao mesmo tempo, de alívio da parte de quem tinha de se cruzar com tais animais.
É claro que estamos a falar de um pequeno grupo que, habitualmente nas tardes de domingo, percorre parte do concelho a cavalo, exercitando as suas montadas e criando entre si um ambiente de convívio que se quer são e salutar. Justifica-se, assim mesmo, a tomada de posição da autarquia? Creio que sim, mais não fosse para evitar que o pior acontecesse. E não estou a falar de porcaria nas ruas, porque essa não são precisos cavalos para a fazer (basta olhar os cães vadios). Refiro-me, isso sim, à convivência entre cavalos e peões, ou não é aquele troço da Miguel Dantas uma zona pedonal?
Se o objectivo é dar a rua aos peões, para que estes circulem mais à vontade, passeando-se pelo centro da vila, não faz sentido expor esses peões a eventuais investidas de cavalos montados por cavaleiros menos experientes. Aliás, estou em crer, que a Câmara mais não terá feito que recuperar uma antiga postura municipal, do tempo do próprio Conselheiro, que impedia o trânsito de animais pela chamada “rua da frente”. Se ontem a preocupação era a estética, hoje deverá ser a segurança.
Uma coisa fica, no entanto, por esclarecer. Ou melhor, duas. Em primeiro lugar ficamos sem saber se esta proibição se estende também a carros de bois, burros ou mesmo charretes puxadas por cavalos, ou se se fica apenas pelos cavalos montados. E depois, a pergunta óbvia: o que é a Câmara vai fazer em dias de cortejo etnográfico e outros que tais? Impedir os cavalos de embelezarem o desfile, tapar os sinais ou pedir à GNR para ignorar a sinalética? Ainda bem que nós por cá não temos GNR a cavalo…

15 outubro 2007

Convite 2

E já que estamos em maré de convites, aproveito para falar de um outro. Também é para o Centro Cultural de Paredes de Coura mas desta feita vou ter de recusar. É o que dá realizarem actividades deste género num dia de semana, à tarde. Depois do sucesso do encontro sobre a Agenda 21 Local de Paredes de Coura, que decorreu numa noite de sexta-feira naquele espaço, a equipa coordenadora da Agenda 21 no Vale do Minho agendou a apresentação pública dos resultados dessa reunião, e das que se realizaram nos outros concelhos da comunidade intermunicipal, para a tarde da próxima quarta-feira.
Eu questiono: é assim que querem atrair a população para este tipo de iniciativas?

Convite 1

Este fim de semana recebi um convite. Nada de casamentos, baptizados ou afins. Apenas um convite, irrecusável. Não pelo conteúdo, se bem que também, mas acima de tudo por quem me convidou: os meus filhos. No âmbito do projecto “Eu convido”, que pretende levar os pais ao Centro Cultural para participar em actividades conjuntas com os seus filhos. Uma boa ideia que, a ver pela participação de ontem, parece ter futuro.
Na prática trata-se de um “dois em um”, daqueles que só nos traz vantagens. Por um lado temos o aproveitamento de um equipamento único na região, que muitas vezes é visto de lado por muitos courenses que nem sequer ousam aproximar-se dele. Por outro lado, e na minha opinião o mais importante desta iniciativa, privilegia-se o partilhar de experiências entre grandes e pequenos, entre pais e filhos, relação essa que deve estar no topo das prioridades.
Será que custa muito passar algumas, poucas, horas, num fim de semana de dois dias, com os filhos, a brincar, a estudar, a ver um filme, a fazer algo em conjunto? Custa, especialmente para quem tem de trabalhar também ao fim de semana. Mas para aqueles que não têm, é tempo de qualidade que estão a desperdiçar. E que não se recupera.
Num concelho onde se exalta a necessidade de mais crianças, num país onde se exorta o aumento da natalidade, é importante criar incentivos, financeiros, para que esse cenário se concretize. Mas de que adiantam esses apoios se depois falta o mais importante: tempo (ou será vontade) para viver essa natalidade.
Uma tarde no café ou uma tarde na melhor companhia do mundo, os nossos filhos? A escolha é fácil, e o projecto do Centro Cultural só vem dar mais uma ajudinha. Muito bem vinda.


PS: Foto respeitosamente retirada daqui.

12 outubro 2007

Pelas notícias...

Uma vista de olhos pelas notícias do dia.



No Jornal de Notícias a informação de que vai mesmo avançar a reorganização territorial da GNR. Ou seja, que vão encerrar alguns dos actuais postos, nomeadamente "em zonas despovoadas do interior do país". Teremos razões para pensar que Paredes de Coura é um dos postos a abater? (Actualização: a Rádio Geice já divulgou a lista dos postos que fecham e dela não consta Paredes de Coura)



Mais à frente, no mesmo jornal, a notícia de que até ao final do ano, os dez concelhos do distrito, unidos (ainda que só de fachada e por interesse), vão definir um programa de acção com vista a trazer para a região alguns investimentos no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacinal. A minha pergunta é: aceitam-se sugestões?



Por último, na Rádio Geice, o anúncio de que, na próxima quarta-feira, vai ser inaugurada a Escola de Hotelaria e Turismo de Viana do Castelo. Não foi este equipamento que chegou a estar previsto para a Casa do Outeiro, em Agualonga?

Tecnologicamente isolados

Uma trovoada. É quanto basta. Uma trovoada e deixamos de estar ligados ao mundo. Sinónimo de fragilidade? Ou de incompetência? Estamos em pleno século XXI, aquele que o Governo de José Sócrates nos apresenta como sendo o do “choque tecnológico”. Computadores a 150 euros para alguns, Internet para todos, tecnologia ao serviço do cidadão… balelas?
De que adianta investir num sistema que praticamente obriga os cidadãos a utilizar a Internet para comprar o “selo” do carro se a maior parte dos portugueses continua analfabeta em termos informáticos. Pede ao vizinho, paga ao conhecido que lhe faz esse “favor”? Que remédio! Investir em computadores a preço da chuva não vai acabar com essa situação. Falta o resto. Falta a cana, a linha e o anzol, porque o peixe oferecido já confeccionado e no prato todos o sabem comer…
Uma trovoada, repito.
Vivemos numa sociedade pontilhada de telemóveis e pda’s, gps e outros que tais. Tecnologias, dizem. Tecnologias que não funcionam em todo o país, e que, assim sendo, contribuem ainda mais para a o fosso que separa as zonas desenvolvidas das zonas que não vale a pena desenvolver. Muito duro? Talvez, mas é o que acontece. De que adianta telemóveis 3G se a antena se fica pela tecnologia anterior? E porque somos obrigados a comprar uma placa 3G para aceder à Internet móvel capaz de atingir velocidades estonteantes quando sabemos à partida que estamos limitados ao mínimo que a rede nos vai disponibilizar… Ah, já me esquecia, é porque é móvel e podemos ir para outro lado... Para longe daqui, é o que parece. É o que querem?
Só pode ser. Ir para um lado onde a concorrência exista. Dois, três, quatro, doze operadores a oferecerem a mesma coisa, mais barata, com melhor condições. É o que nos falta. É do que nos privam. É o tal fosso… tecnológico. E daí a trovoada. A tal que nos corta as ligações telefónicas que demoram dias a ser reatadas. A mesma que, durante semanas, nos condiciona a ligação ADSL, a única que parece (parecia) funcionar sem grandes problemas num concelho que dista 45 minutos da sede do distrito… Da civilização? Estaremos tecnologicamente isolados? Quem conseguir ligar à Internet que responda.