03 junho 2009

Pensamento no futuro

(Foto: SC Courense)

Não sou daqueles adeptos fervorosos, que acompanha o seu clube para tudo quanto é lado, mas gosto de me manter a par do que vão fazendo as equipas da terra. E o Sporting Clube Courense é disso exemplo. Gosto, especialmente, de acompanhar o bom trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelas camadas mais jovens do clube, com uma dinâmica que há muito não se via. Um trabalho que, prometem os seus dirigentes, é para continuar, provavelmente muito à custa de tempo roubado a outros afazeres, mas estas coisas, infelizmente, funcionam mesmo assim, com poucos a tentar trabalhar em prol de muitos.
A pensar, precisamente, no futuro do clube, e por via indirecta dos jovens courenses, o Sporting Clube Courense abre as portas, na próxima semana, a mais uma "fornada" de jovens talentos. Os treinos de captação de novos jogadores realizam-se no próximo dia 11, feriado, pelas 10 horas, nas instalações desportivas do clube. Ali, os jovens nascidos entre 1992 e 2003 podem aparecer e dar um ar da sua graça. Experimentam o relvado novinho em folha e, no final, quem sabe se não serão escolhidos para integrar o plantel do clube versão 2009/2010.
Mais do que a oportunidade de mostrar o que valem e fazerem parte da família "Courense", esta é uma iniciativa que ajuda a formar gerações de jogadores o que, como comprova o exemplo de muitos clubes de renome, é o caminho a seguir rumo a um futuro bem preparado no mundo do futebol.

PS: Por falar em clubes de futebol de Paredes de Coura, deixo aqui uma palavra de apreço à ACD Castanheira pela situação que está a passar. Perder na secretaria é o pior dos castigos para quem fez uma época que valia, e muito bem, a subida.

02 junho 2009

A Europa também passa por Coura

Alguns candidatos ao Parlamento Europeu já andaram por aqui perto. Laurinda Alves, do MEP, esteve há uma semana em Ponte de Lima, Caminha e Viana do Castelo. Paulo Rangel, do PSD, também andou este fim-de-semana pela vila limiana e pela capital de distrito. Mas Paredes de Coura também entra, amanhã, no roteiro das eleições europeias, com a realização de um comício com o cabeça de lista do Partido Socialista.
A acção de campanha de Vital Moreira, marcada para esta quarta-feira ao final da tarde (20 horas), no Centro Cultural de Paredes de Coura, traz até perto dos courenses a campanha eleitoral e, necessariamente, a discussão em torno da Europa. Além de Vital Moreira e de outros elementos da lista socialista, também José Sócrates, primeiro-ministro e secretário-geral do PS é aguardado em Paredes de Coura para o comício de amanhã, muito embora a sua presença não esteja ainda confirmada.

Telhados de vidro

Durante semanas o PSD do Alto Minho utilizou como arma política as divergências provocadas pela não aceitação do nome de Defensor Moura para candidato socialista à Câmara de Viana do Castelo, por parte da federação distrital daquele partido. E, ainda na semana passada, já com a situação resolvida, veio a terreiro criticar o processo que culminou com a indicação de José Maria Costa para a corrida à câmara vianense e o empurrão dado a Defensor Moura rumo ao Parlamento.
Pois, mas como diz o velho ditado, quem tem telhados de vidro não deve atirar pedras ao do vizinho, e vai daí eis que o mesmo mal bate à porta dos social-democratas de Viana do Castelo. A concelhia indica um nome, a distrital indica outro. Uns não concordam com o nome indicado pelos outros e a confusão, tal como no caso socialista, ameaça acabar nas mãos da líder do partido.
Depois de tantas críticas, há certamente quem vá ter muitos sapos para engolir.

01 junho 2009

Regresso ao passado

Há dias assim, em que uma pequena coisa, que julgamos simples, nos faz enveredar numa viagem ao passado, aos tempos em que éramos crianças, sem playstations e afins. Os tempos em que era impensável passar toda uma tarde defronte da televisão quando lá fora, a rua, os amigos, as brincadeiras, chamavam por nós a todo o instante. Foi um vislumbre desse passado que tive neste fim-de-semana, um daqueles momentos que, não importa o estado do tempo ou do espírito, nos fazem sempre sorrir, com o avivar de boas recordações.

Graças à Eprami, e a mais uma das muitas iniciativas com que dinamiza a comunidade courense, pude reviver o Natal de 1987, ano em que recebi, com muito esforço dos meus pais, um carro telecomandado. No sábado de manhã, ao observar o circuito montado no Largo Visconde de Mozelos, mesmo sem “conduzir” os autênticos bólides que por lá corriam, pude vibrar com a emoção das curvas e da velocidade. É claro que o carrinho de meio palmo que recebi aos 12 anos, nada tinha a ver com as “máquinas” que por lá andaram a acelerar, mas o princípio era o mesmo: treinar a nossa agilidade num convívio de amigos.

O mesmo espírito, aliás, que recordei à tarde, na praia de Moledo, ao assistir ao Festival de Papagaios que fez muita gente andar com a cabeça nas nuvens. De todos os tamanhos e feitios, despertaram curiosidade, mas o que mais me cativou foi o atelier ali montado para que os mais novos pudessem experimentar uma sensação hoje cada vez mais em desuso: o construir os nossos próprios brinquedos.

Quem, da minha geração e outras mais antigas, não se lembra de pegar num arco e num pau e encontrar ali, de uma forma tão simples, entretenimento para muitas tardes de alegria. E foi o que reencontrei na tarde de sábado, em Moledo, ao ver como ensinavam às crianças de hoje, mais habituadas a encontrar os brinquedos numa prateleira de um qualquer supermercado, como com dois pauzinhos e um pedaço de plástico podiam construir um papagaio de papel. Um vislumbre de outros tempos que sabe sempre bem recordar.


26 maio 2009

Referendo? O que é isso?

A política tem destas coisas. E, infelizmente, tem destas coisas muitas vezes. O que hoje é mentira, amanhã é a mais pura das verdades e a luta de hoje contra o que está mal passa a ser, amanhã, a defesa de tudo aquilo contra o que se lutava ontem.
Defensor Moura, (ainda) presidente da Câmara de Viana do Castelo, lutou, em Janeiro, contra a integração do seu município na Comunidade Intermunicipal Minho-Lima. Lutou, na minha opinião, sem razão de ser. Mas lutou, convicto de que estava certo, com uma força tal que não ousou em chamar às urnas os seus munícipes para referendarem essa adesão. Ganhou o referendo, ainda que sem força de lei, mas ganhou a sua luta. E ganhou mais! Ganhou oportunidade (há quem lhe chame coragem) e vá de criticar os eleitos do seu distrito, do seu partido, no Parlamento. Ganhou, por isso mesmo, mais alguns inimigos, nomeadamente os seus colegas autarcas socialistas do Alto Minho. E perdeu, também... Perdeu a hipótese de voltar a concorrer à Câmara de Viana do Castelo pelo Partido Socialista. Quando se luta por aquilo em que se acredita, são riscos que se correm.
Mas eis que, com Defensor Moura arredado da corrida autárquica e empurrado para o Parlamento nas próximas legislativas, o seu sucessor nas próximas eleições autárquicas, seu colega na vereação socialista de Viana do Castelo, chega-se à frente e... assim de repente, praticamente arrasa toda a razão da luta de Moura. A pensar na cadeira do poder em Viana, já admite, logo após as autárquicas, fazer o que Defensor Moura criticou e que lhe custou a cabeça, e levar Viana do Castelo para a CIM Minho-Lima.
Fez-se um referendo? Fez-se. Gastaram-se milhares em campanha e logística? Sim, gastaram-se. Valeu de alguma coisa? Aparentemente sim, valeu a promoção do líder da concelhia a (candidato a) presidente da Câmara. E assim vai a política no Alto Minho.

23 maio 2009

Dá Deus nozes...

Por motivos profissionais costumo receber a visita frequente de pessoas de fora do concelho, alguns até de fora do país. Esta semana veio mais um. Natural do Porto mas a residir na Grande Lisboa, nunca tinha estado em Paredes de Coura e, aproveitando uma hora de almoço mais alargada, foi brindado com uma visita relâmpago a alguns dos locais mais emblemáticos/conhecidos do concelho. No final do almoço, porque no restaurante onde fomos encontrou o programa do Maio Cultural e, dado o seu interesse pessoal pela música, pediu para ver o Centro Cultural de Paredes de Coura e ficou admirado quer com o edifício, quer com a sua programação cultural, especialmente activa neste mês. "Vocês são uns privilegiados", rematou.
Esta tarde, dias depois deste almoço, as palavras deste forasteiro, que conhece grande parte do mundo e passa, actualmente, os seus dias repartido entre Lisboa e o Médio Oriente, ecoaram de novo na minha memória. Isto porque estive no Centro Cultural a assistir à conferência de Pedro Coelho, jornalista da SIC, conhecido pelas suas reportagens premiadas. Eu... e mais nove pessoas, num cenário que deprimiria qualquer um, mas que a responsável do Centro Cultural, com o beneplácito do convidado, soube transformar numa animada conversa que, durante hora e meia abordou de forma descontraída o tema da conferência, o jornalismo de proximidade.
Um debate animado, muito informal, que possibilitou a troca de experiências com o orador, que recordou alguns episódios da sua vivência enquanto jornalista e enquanto autor da tese de mestrado que abordou, precisamente, o jornalismo televisivo de proximidade. As pressões, políticas, económicas ou sociais, sobre a imprensa local marcaram grande parte da conversa, com Pedro Coelho a concluir que é muito dificil fazer jornalismo quando se fala da pessoa que encontramos todos os dias no café.
Só não se falou no alheamento da sociedade courense em relação às iniciativas culturais do município. E de como passamos, de um momento para o outro, de privilegiados, por teremos uma grande oferta cultural, a irresponsáveis, por a ignorarmos sistematicamnte.

18 maio 2009

E assim nasce uma lixeira...

E de repente, de um dia para o outro, nasce uma lixeira!... E surge a contradição na zona industrial de Formariz. 
De um lado as fábricas e oficinas ali instaladas que, por imposição legal e ambiental, têm de respeitar uma série de normativos no que respeita ao tratamento de resíduos. Do outro lado a atitude, ilegal, de alguém que se lembrou de ali despejar resíduos resultantes do desmantelamento de umas quaisquer estufas, incluindo plásticos, telas e recicipentes de produtos químicos.
Numa altura em que, cada vez mais, se procura consciencializar as empresas, e os cidadãos de uma forma geral, para a protecção ambiental, é de lamentar que haja ainda quem, fazendo ouvidos de mercador a todas as campanhas ambientais que nos entram pela cada dentro, resolva ignorar o ambiente que nos rodeia. Pior, que o resolva prejudicar, depositando a céu aberto e sem qualquer precaução, um monte de artigos poluentes, que deveriam ter encontrado o seu fim de vida num aterro sanitário.
Mas, no cenário da fotografia, as autoridades ambientais também não ficam bem. Nem o SEPNA nem os serviços camarários resolveram, até ao momento, esta questão. E, um mês depois de terem largado este lixo em Formariz, o monte de resíduos continua a embelezar a zona industrial.

15 maio 2009

No fundo, bem no fundo

É o mais recente exemplo da burocracia lusitana: a Lei dos Poços, como já lhe chamam, é só mais um exemplo de como muito se legisla sem se conhecer a realidade do país. E já nem vou falar da fraca divulgação que o Decreto-Lei 226-A/2007, de 31 de Maio, teve junto da opinião pública, quase passando despercebido. É certo que o desconhecimento da Lei não é justificação para o seu incumprimento, mas neste caso, e tendo em conta a maioria do público-alvo, julgo que era necessário, obrigatório até, apostar na divulgação da nova legislação.
Só agora, quando o prazo chegava ao fim e o Estado ameaçava ir sem dó nem piedade à carteira de milhares de portugueses, é que se fez alguma luz sobre este assunto. E, ao que parece, alguém resolveu fazer mea culpa e adiou a entrada em vigor da nova legislação por mais um ano. De qualquer das formas, interessa aqui referir que este Decreto-Lei, que regula a utilização dos recursos hídricos, tem todo o aspecto de algo que foi fabricado nos confortáveis gabinetes de S. Bento, por alguém que, muito provavelmente, nunca colocou os pés numa qualquer aldeola minhota ou de qualquer outra localidade no interior do país.
Provavelmente até poderei estar errado, mas olhando a lei em questão as dúvidas são muito poucas. Senão, como é que se justifica uma legislação que, ignorando porventura que grande parte deste país em que vivemos ainda não tem rede de distribuição de água, quer cometer a ousadia de registar todos os poços e furos deste Portugal? Mas não se fica por aqui e, num país que só há pouco tempo, com a lufada de ar fresco dos dinheiros comunitários, se começou a preocupar com as questões ambientais e iniciou a implementação de redes de saneamento básico, quer inventariar todas as fossas que por cá existem.
Tarefas hérculeas, poderemos dizer. Ou tarefas estúpidas, também há quem defenda. Mas será mesmo necessário este registo de tudo quanto é buraquinho por onde saia água ou entre porcaria? Será que é com esse registo que se vai saber quantos litros de água existem no subsolo? Ou quantos metros cúbicos de esgoto estão a entrar nos nossos lençóis de água subterrâneos? Não seria melhor voltar as atenções para o como evitar a utilização abusiva dos recursos de que dispomos?
E depois temos ainda a papelada burocrática no seu melhor. Como se não bastasse a tarefa de registar, ainda é preciso atender a todas as especificações que as entidades competentes exigem, que incluem uma descrição detalhada do equipamento em questão e a sua localização georeferenciada. Ou o cúmulo de licenciarmos poços, furos e fossas nas câmaras municipais, como já acontece há alguns anos, e depois esta informação, aparentemente, não servir para nada. Coisas que a burocracia tem...

08 maio 2009

Moura no Parlamento, não convence Júnior

Está, aparentemente, resolvido o imbróglio gerado em torno de Defensor Moura, actual presidente da Câmara de Viana do Castelo. Moura vai para o Parlamento e deixa vago o lugar de candidato socialista à Câmara da capital de distrito.
O autarca, recorde-se, foi indicado pela concelhia socialista para nova corrida à autarquia vianense, mas a distrital não concordou e avocou a si o processo de escolha do candidato socialista à eleições de Outubro. Com o apoio dos restantes presidentes de Câmara do PS no distrito, que encostaram José Sócrates à parede e disseram: ou ele ou nós. Sócrates parece ter optado pela tentativa de manutenção das câmaras socialistas no Alto Minho e fez-lhes a vontade.
Parece, contudo, que ainda há quem não esteja satisfeito. Pereira Júnior, presidente da Câmara de Paredes de Coura, continua a achar que não faz sentido Defensor Moura ir fazer equipa com aqueles que criticou fortemente há alguns meses. E tem razão. Ou será que é salutar ter na mesma equipa alguém que, ainda não há muito tempo, se fartou de dizer mal do trabalho dos seus colegas? Podemos, no entanto, estar também a asssitir àquele velho ditado que diz "mantém os teus amigos perto, e teus inimigos mais perto ainda"!

José Augusto Caldas: Festival precisa de ter retorno!

É um assunto incontornável quando se fala de Paredes de Coura: o Festival. Como tal, também não poderia escapar na abordagem dos candidatos às próximas eleições autárquicas. José Augusto Caldas, candidato do PSD e, para já, o único assumido na corrida à Câmara courense, diz que, com ele a presidente, a autarquia vai honrar os compromissos assumidos. Ainda assim, sempre vai dizendo que é necessário que o Festival tenha retorno no concelho.

“Há mais de dez anos que financiamos o Festival, mas tarda a haver retorno”, explica o actual vereador social-democrata, acrescentando que, “ao fim de 12 anos de Festival seria já de alguma forma visível a visita a Coura de pessoas que estiveram nos primeiros festivais e isso não se nota com regularidade”. Talvez por isso defende que é preciso a Câmara Municipal trabalhar em conjunto ou em complemento com a Ritmos, “para que se encontrem formas de aumentar o retorno do investimento no Festival”, esclarece José Augusto Caldas.
Clique aqui para ouvir o som

As prioridades da candidatura social-democrata, contudo, não se viram para aqui. O programa da sua candidatura já foi tornado público na comunicação social e aqui no Mais pelo Minho, e dedica grande atenção à acção social, nomeadamente na preocupação em dar resposta à população com mais de 60 anos. “A capacidade instalada no concelho ao nível da assistência social é diminuta. Não temos oferta”, critica José Augusto Caldas que quer dar resposta a esta questão que já estava no programa do PSD nas últimas eleições.

O candidato fala ainda de uma outra vertente da assistência social: a questão dos jovens que abandonam os estudos por dificuldades económicas. “É uma das nossas prioridades também”, garante José Augusto Caldas, explicando que “há muita gente, com enorme potencial, que se perde por não ter recursos”.
Clique aqui para ouvir o som



NOTA – Com este post completa-se a entrevista feita a José Augusto Caldas no passado dia 14 de Abril.

07 maio 2009

Cidade deserta

Pela mão do deputado do CDS, Abel Baptista, deverá ser discutida no próximo mês, na Assembleia da República, a proposta de elevação de Valença à categoria de cidade. Sim, aquela vila transfronteiriça que cresceu desordenadamente, tem metade dos edifícios novos desabitados e que em que termos de equipamentos sociais se equipara a tantas outras, quer ser cidade. 
Sinceramente, não vejo que Valença tenha melhores condições para o ser que Monção. Ou Vila Nova de Cerveira. Ou Arcos de Valdevez. Ou ainda Ponte de Lima... E por falar em Ponte de Lima, porque carga de água é que Abel Baptista, que até é presidente da Assembleia Municipal do concelho limiano, não se lembrou de propor a elevação desta vila a cidade. Como bem lembra o Nuno Matos, a lembrança é oportuna até porque Ponte de Lima também cumpre os mesmos requisitos enunciados no projecto de elevação de Valença.
Mas, será que vale a pena ser elevada à condição de cidade só para poder ostentar esse título em qualquer brasão ou documento do município? Não será mais importante dotar a vila, e o concelho necessariamente, de melhores condições que até podem ser superiores às exigidas para a subida a cidade, não tendo a preocupação de o fazer apenas para mostrar, mas a pensar nos seus cidadãos? 
Esta situação faz-me lembrar a febre do início da década de noventa, em que várias cidades, e não só, quiseram elevar-se à categoria de concelho, apenas e só porque eram... cidades. Hoje, pouco mais de uma década volvida, são notórias as dificuldades dos que conseguiram subir de divisão. Mas, e se calhar é apenas isso que importa, são concelhos...

05 maio 2009

Quer comentar? Registe-se!

A partir de agora, os comentários no Mais pelo Minho estão restritos a utilizadores registados. Ou seja, quem quiser comentar terá de se registar previamente no Blogger para o poder fazer.
O registo no Blogger é fácil, rápido, gratuito e, bem ao gosto da maioria dos comentadores do Mais pelo Minho, continua a oferecer o anonimato sob o qual muitos se refugiam. Por outro lado, permite distinguir os diferentes anónimos, atribuindo cada comentário a seu dono, quer este assine com o seu nome verdadeiro, quer recorra a um nick ou pseudónimo para o fazer.
De referir que este tipo de registo abrange também os utilizadores de outros serviços disponíveis na Internet através do OpenID. Um sistema que permite que quem já esteja registado num outro serviço associado (como o Sapo, o Flickr ou Yahoo, entre outros) possa utilizar essa identificação para comentar no Blogger.
De qualquer das formas, continua a apelar-se à boa educação dos comentadores, já que os comentários insultuosos continuarão a ser excluídos.

Outras assembleias

Pelos vistos não é só por Paredes de Coura que se critica a postura de alguns membros da Assembleia Municipal. Em Viana do Castelo, há quem se queixe das deserções que se verificam ao longo das reuniões daquele órgão autárquico, de tal modo que, a meio da sessão, já desapareceram da sala grande parte dos elementos da Assembleia.
Por cá não temos este problema. Pelo menos, nas muitas assembleias municipais a que já assisti em terras de Coura, não é habitual ver os deputados municipais a abandonarem a sala a meio dos trabalhos. Pelo contrário, há quem faça questão de chegar já com os trabalhos em andamento e depois se perca nas respostas a questões que foram feitas antes de chegar. 
Pior do que isso, contudo, é a questão, já aqui levantada, dos deputados municipais que passam praticamente todo o mandato sem intervir naquele palco da política autárquica. Pode ser que as próximas eleições tragam gente mais participativa!

02 maio 2009

Noite quente na Assembleia

Noite da passada quarta-feira. Cá fora chuviscava e o tempo estava frio, mas lá dentro, no salão nobre dos Paços do Concelho, o clima aqueceu bastante. Motivo: a já costumeira troca de palavras entre Maria José Carranca e José Augusto Pacheco que, desta vez, aumentou de tom, de tal modo que, a determinada altura, o presidente da Assembleia Municipal de Paredes de Coura ordenou que fosse cortado o som do microfone para onde falava a líder da bancada do PSD, para tentar trazer ordem de novo à reunião.
Em discussão estava a conta de gerência da autarquia courense no ano passado. Maria José Carranca, apoiada num documento elaborado pelo vereador social-democrata José Augusto Caldas (o único da oposição presente na AM), fez um balanço negro das obras do executivo socialista nos últimos quatro anos, resgatando velhos cavalos de batalha do PSD na luta política autárquica, nomeadamente a contestação à concentração das escolas e a construção dos parques de estacionamento que representaram 48 por cento do total de investimento da Câmara neste mandato. As contas estenderam-se depois ao investimento feito nas freguesias, com Maria José Carranca a criticar a forma desigual como foi distribuído e o reduzido valor aplicado nesta área do total de investimento feito no concelho, aproveitando ainda para, em jeito de pré-campanha eleitoral, lançar o projecto defendido pela candidatura de José Augusto Caldas que prevê a transferência automática de verbas para as juntas de freguesia.
Clique aqui para ouvir o som
O pior viria depois. A seguir a Maria José Carranca falou Vítor Paulo Pereira, líder da bancada socialista, que rebateu as críticas social-democratas e criticou a intenção de José Augusto. “Num período eleitoral é muito fácil prometer”, referiu. Mas o que fez saltar a tampa à líder do PSD na AM foi a intervenção seguinte, do presidente da Câmara que, de acordo com Maria José Carranca, não deveria intervir apenas depois dos deputados municipais. “Eu tinha vergonha de apresentar uma coisa que já foi discutida”, criticou, acrescentando que Pereira Júnior nem sequer apresentou, antes “comentou, criticou e fingiu que não ouviu o que o PSD disse”.
Clique aqui para ouvir o som
No seu jeito habitual, Maria José Carranca não se poupou a palavras, de tal modo que o presidente da AM a interrompeu e a advertiu para não desrespeitar os membros da Assembleia Municipal. Seguiram-se dez minutos de acesa discussão, com José Augusto Pacheco a pedir para Maria José Carranca ser “mais honesta e democrática nas intervenções”. Esta parece não ter gostado e continuou no seu estilo. Vale a pena escutar.
Clique aqui para ouvir o som
Já agora, e porque parece que passou despercebido no meio da confusão, refira-se que a conta de gerência da autarquia que, em boa verdade era o que estava a ser discutido, foi aprovada com seis abstenções do PSD. Assim vai a política por Paredes de Coura.

01 maio 2009

Histórias aqui ao lado

Realizado por Diana Gonçalves, com raízes em Valença e Tui, "Mulheres da Raia" é um documentário que nos leva numa viagem à relação transfronteiriça entre o Norte de Portugal e a Galiza, recordando alguns cenários do passado recente destas zonas, nomeadamente o contrabando e o passar a fronteira "a salto". A importância das mulheres numa luta diária pela sobrevivência que parece ter sido há muito tempo mas que ainda resiste na memória de muitas pessoas desta zona.
Premiado em XVI Festival Caminhos do Cinema Português, este documentário vai ser exibido amanhã à noite, nos Paços do Concelho de Valença. Fica aqui um aperitivo.

Eles voltaram!

29 abril 2009

José Augusto Caldas: Vou valorizar o papel da oposição!

Com o PSD à frente da Câmara Municipal de Paredes de Coura, a oposição vai ser sempre escutada. Isto mesmo garante José Augusto Caldas, candidato social-democrata às próximas eleições autárquicas, explicando que isso não acontece actualmente, com o PS a gerir os destinos do município.
O exemplo mais flagrante é, explica, o actual nível de endividamento da autarquia. “A Câmara está endividada muito para além do actual mandato com o voto contra da oposição. Comigo, isso não acontecerá”, assegura o vereador laranja.
Clique aqui para ouvir o som
A valorização da oposição defendida por José Augusto Caldas estende-se também às freguesias. O candidato do PSD apresenta, no seu programa eleitoral, um programa de transferência automática de verbas para as juntas de freguesia, sempre que estas apresentem os respectivos planos de actividades aprovados pelas duas forças políticas mais representativas em cada assembleia de freguesia.
Clique aqui para ouvir o som
Uma situação que, tendo em conta o cenário actual, irá dar mais poder ao PSD, minoritário na maioria das juntas de freguesia do concelho. José Augusto Caldas, contudo, refere que, independentemente da cor política de cada junta, que quer mudar a favor do seu partido, o importante é “dar importância aos elementos perdedores e mobilizá-los a encontrarem soluções consensuais”.
Clique aqui para ouvir o som
Aliás, à semelhança do que terá acontecido nos últimos tempos na Câmara Municipal de Paredes de Coura, com várias propostas do PSD a serem aprovadas pela maioria socialista, nomeadamente propostas de cariz social. “Eram iniciativas do PSD mas, depois, para conseguirem ser aprovadas, foi preciso negociar, retirar-lhes a ênfase de serem do PSD, para que elas pudessem passar”, explica o candidato.
Razões que levam José Augusto Caldas a estar convicto de que os courenses vão optar por mudar o elenco camarário nas próximas eleições. “Entre optar por mudar agora, no início de um novo ciclo, ou mudar daqui a quatro anos, os courenses vão mudar agora”, confia José Augusto Caldas, lembrando que há quatro anos o PSD perdeu pela menor margem dos últimos 16 anos e estando, agora, convicto de que Pereira Júnior, se concorrer, irá abandonar ao final de dois anos, à semelhança do que aconteceu com José Guerreiro.
Clique aqui para ouvir o som

Continua…

24 abril 2009

Coelho ao almoço... e ao jantar

Pedro Passos Coelho é o convidado principal do almoço que o PSD de Paredes de Coura leva a efeito amanhã, na sede da ADASPACO, neste concelho. Um almoço numa fase muito inicial da corrida à Câmara Municipal por parte de José Augusto Caldas, cuja candidatura será oficialmente apresentada aos militantes nessa altura.
O próprio candidato social-democrata reconhece que é ousado realizar este almoço, a pagar, quando ainda nem sequer se sabe a data em que vão ter lugar as eleições autárquicas, mas está confiante numa boa adesão. Sobre a presença de Passos Coelho, bem como de Eduardo Teixeira, presidente da distrital do partido, José Augusto Caldas assegura que será apenas a primeira de muitas figuras nacionais do PSD que se vão associar à sua campanha. 
Curiosamente, o passeio de Pedro Passos Coelho ao Alto Minho não se restringe a Paredes de Coura. Também amanhã, mas ao jantar, Passos Coelho vai participar numa inciativa da JSD de Ponte de Lima, que terá lugar num restaurante daquele concelho. É caso para dizer que o social-democrata vai passar o fim de semana em torno da gastronomia alto-minhota.

Novos tempos, novos meios

Que ninguém tenha dúvidas: as próximas eleições, sejam elas europeias, legislativas ou autárquicas, vão agitar a blogosfera nacional. Aliás, na sequência do que se tem passado nos últimos anos, em que a Internet, de uma forma geral, e os blogues, de forma mais particular, se têm assumido como importantes veículos de transmissão de informação, especialmente quando se trata de questões políticas. Veja-se a recente investida do secretário-geral do PS na Internet, tentando imitar à escala nacional o que fez Barack Obama na sua campanha rumo à Casa Branca. Ou repare-se onde o cabeça de lista do Partido Socialista às eleições europeias costuma expressar as suas opiniões. São apenas dois exemplos. 
Mas há mais. Há casos de blogues que acompanharam, em directo e com emissão online contínua, congressos de partidos políticos nacionais, e não estamos a falar de partidos de pequenas dimensões, tendo recebido o mesmo tratamento que os habituais profissionais da comunicação social. As únicas diferenças prendem-se, provalvemente, com o cunho mais opinitativo que podem ter dado à coisa e, obviamente, com o facto de estarem a trabalhar apenas por gosto, sem nenhum jonal, rádio ou televisão por trás a pagar-lhes o salário e as despesas. Já para não falar dos políticos que viram as suas vidas agitadas por causa de notícias veiculadas, em primeira mão, pelos blogues.
Mas os políticos já ganharam consciência do peso da blogosfera. E nem é preciso rumar a Lisboa para ver isso, aqui perto temos dois exemplos. Em Braga, Ricardo Rio, candidato derrotado na última corrida à Câmara local, eleito vereador, e de novo candidato pela coligação Juntos por Braga em 2009, mantém desde 2007 um blogue aberto à intervenção de todos e, inclusivamente, recolhe ali impressões dos munícipes, que transmite nas reuniões do executivo camarário. 
Mais perto ainda, em Caminha, Júlia Paula, a social-democrata que preside aos destinos do concelho, também não desdenha os novos meios tecnológicos colocados ao dispor da política, da comunicação de uma forma geral. Vai daí é vê-la a anunciar a sua recandidatura à Câmara Municipal de Caminha no Youtube. É colocar a Internet ao serviço da política, ao serviço dos cidadãos.

23 abril 2009

José Augusto Caldas: O futuro está hipotecado

Só interessa o futuro! Parece ser este o lema que José Augusto Caldas quer aplicar na campanha eleitoral das próximas eleições autárquicas. O candidato do PSD à Câmara de Paredes de Coura diz que esse é um compromisso que irá assumir. “Falar de futuro e falar das propostas para o futuro”. “Nas próximas eleições não está em causa se fulano A foi ou não foi bom presidente da Câmara, são os próximos quatro anos”, clarifica o vereador.
Apesar disso, o candidato social-democrata sempre vai adiantando algumas críticas à actuação de Pereira Júnior à frente da autarquia courense, nomeadamente no que se refere a projectos e investimentos que escoaram os cofres do município. O futuro estará, por isso, hipotecado, com “um grau de liberdade diminuído por força de algumas más decisões do passado”, critica, explicando que qualquer que seja o partido a ganhar a Câmara nas próximas eleições, vai deparar-se com as mesmas dificuldades de capacidade financeira. “É com base nessa margem que tenho de apresentar as minhas propostas”, acrescenta José Augusto Caldas.
O candidato do PSD garante, contudo, que todos os compromissos assumidos pela Câmara de Paredes de Coura são para cumprir com ele na presidência. “A Câmara é uma pessoa de bem”, assegura. Mas sempre vai dizendo que, na medida do possível, as prioridades do programa social-democrata poderão ter direito de preferência em relação a projectos que sejam herdados da gestão anterior.
E o exemplo mais concreto de uma obra que está contratualizada pela actual Câmara e com a qual o PSD não concorda é a ligação à A3. José Augusto Caldas considera, por um lado, que o Governo “anda a gozar” com o presidente da Câmara de Paredes de Coura nesta questão. Por outro lado, conforme tem vindo a ser defendido pelos social-democratas nos últimos anos, entende que a via rápida de ligação à A3 em Sapardos não resolve os problemas de acessibilidade do concelho. A solução laranja passaria pela requalificação da EN 301, entre a vila e S. Roque, e da EN 201, privilegiando a ligação ao nó de Arcozelo, em Ponte de Lima.

Continua…

22 abril 2009

Inovar o comércio

O assunto tem sido alvo de atenção aqui à volta. Em Ponte de Lima a própria Assembleia Municipal debruçou-se sobre a crise que afecta o pequeno comércio, elegendo as prioridades para este sector e identificando os principais problemas. Mais acima, em Valença, também se apalpou o pulso aos comerciantes, por ocasião da abertura do outlet do outro lado da fronteira. De tal forma que foi criada uma nova associação empresarial, cujos fundadores entenderam não estar a ser devidamente defendidos pela que existia.
Por Paredes de Coura, à parte uma ou outra intervenção desgarrada na Assembleia Municipal, pouco se tem falado sobre os problemas que enfrentam os comerciantes do concelho, nomeadamente os da vila. É, por isso, de saudar a realização da tertúlia prevista para esta quinta-feira à noite no Centro Cultural de Paredes de Coura, subordinada ao tema “Inovar o Comércio Tradicional”. 
Organizada pela EPRAMI, esta iniciativa surge na sequência que os alunos do curso de Vitrinismo daquela escola têm vindo a desenvolver nos últimos meses junto do comércio local courense. Montras mais apelativas, lojas mais cuidadas são algumas das mudanças a que assistimos nos últimos tempos. Comerciantes e alunos vão, agora, dar o seu testemunho desta experiência, num evento que é aberto à participação de todos.
Oportunidade para mostrar ao comércio tradicional courense que, muitas vezes, é preciso olhar para fora da porta do estabelecimento. Às vezes basta um pequeno passo para abrir a porta a quem estava renitente em entrar, mesmo neste período de crise que atravessamos. 

21 abril 2009

José Augusto Caldas: Não serei vereador!

Desta vez, ou vai ou racha! É este o sentimento de José Augusto Caldas quando avança para mais uma corrida à presidência da Câmara Municipal de Paredes de Coura, desta feita como cabeça de lista. O actual vereador social-democrata foi o primeiro a avançar para a arena das eleições autárquicas e aposta tudo neste acto eleitoral. De tal forma, que, na semana passada, em entrevista ao Mais pelo Minho, não escondeu que só fica na Câmara se for como presidente. Se perder, garante, não ocupa o lugar de vereador.
Uma atitude que, admite, lhe pode valer as críticas dos seus opositores, ainda desconhecidos. José Augusto Caldas está ciente disso mas explica que o seu tempo na oposição tem os dias contados. “Estive 12 anos na oposição, já mostrei tudo o que tinha a mostrar”, explicou.
E por isso resolveu arriscar agora e encabeçar a candidatura do PSD em Paredes de Coura? O que o levou a avançar neste momento? A resposta surge em forma de discurso estudado, que tem repetido na comunicação social, apontando como justificação a actual crise e os seus reflexos em Paredes de Coura.

E corre contra tudo e contra todos? Para já corre apenas contra si próprio e ninguém lhe pode retirar o mérito de avançar com a sua candidatura quando não é conhecido o seu principal adversário, mas, garante, dentro do seu partido, a escolha do seu nome foi uma questão consensual.
Para fora, contudo, passou a imagem contrária, a de que haveria outras alternativas. De tal forma que um dos seus na Assembleia Municipal, parece não ter gostado do avanço do candidato e admite arriscar uma candidatura independente. Os rumores que dão Venâncio Fernandes na corrida, não merecem, contudo, grande reacção por parte de José Augusto Caldas. “É um assunto que não me preocupa muito”, esclarece.

E será que a composição da lista que o vai acompanhar merece outra preocupação? Isso já não é possível saber. José Augusto Caldas garante que ainda não tem definidos os nomes dos que o vão acompanhar. Será que vamos ter Décio Guerreiro a número dois ou terá o presidente da concelhia lugar de destaque? A resposta fica para mais tarde.


Continua…

20 abril 2009

Eleições 2009

Sendo um blogue de opinião, o Mais pelo Minho não abdica de acompanhar a informação e o dia-a-dia desta região. Neste sentido e tendo em conta os cenários eleitorais que se vão deparar aos portugueses em 2009, o Mais pelo Minho vai, também, acompanhar a evolução das campanhas eleitorais para estas eleições, com especial e óbvio destaque para o que se for fazendo pelo Minho e, particularmente, em Paredes de Coura.
Um trabalho que começará, já amanhã, com o início da divulgação de uma entrevista feita ao, para já, único candidato anunciado à Câmara Municipal de Paredes de Coura, José Augusto Caldas. Seguir-se-ão outros trabalhos dedicados ao tema, nomeadamente mais entrevistas aos outros candidatos que venham a surgir. Mas esta oportunidade será também aproveitada para abrir o Mais pelo Minho a colaborações externas, eventualmente ligadas às candidaturas que surgirem, bem como para levar o blogue para fora da Internet, com a organização de sessões de esclarecimento e um debate com os vários candidatos à Câmara Municipal de Paredes de Coura.
Não se pretende, com estas iniciativas, transformar o Mais pelo Minho num blogue unicamente virado para as questões políticas, mas antes reafirmar o interesse nos assuntos que dizem respeito a esta região, com a política, obviamente, a ocupar o seu lugar. Sempre a pensar nos seus leitores, que têm contribuído para a dinamização de muitas das discussões que por aqui têm andado.
Eduardo Bastos

17 abril 2009

De porta aberta aos visitantes

Muito se fala de turismo e de potencialidades turísticas de Paredes de Coura. Da miragem do golfe ao encanto e imponência do património construído, muitos são os atractivos do concelho para quem nos visita e, não raras vezes, para quem cá habita e não o conhece como deve ser.
Mas, um dos focos de maior atractividade de Paredes de Coura continua a ser o património natural desta terra. A começar no Corno de Bico e a terminar nas zonas ribeirinhas do Coura.
Ainda num dos últimos fins de semana me cruzei com um grupo que, ali para os lados da Pena, regressava, ao final da tarde, de uma caminhada valente que os levou até S. Silvestre e às Porreiras. Tudo gente de fora (da zona do Porto, creio eu) que resolveu passar um sábado diferente, calcorreando terreno que nos é familiar. Não os únicos e não serão os últimos, certamente. Estes também já por cá andaram e, amanhã, receberemos a visita destes caminhantes.
São turistas diferentes que não escolhem o roteiro turístico habitual. De tal forma que, não raras vezes, grupos de caminhantes vindos de fora, alguns com muitos quilómetros de viagem para cá chegar, andam pelos nossos montes e vales, à descoberta do que, muitas vezes, nós por cá ignoramos. Isto apesar das boas iniciativas que são levadas a cabo neste âmbito em Paredes de Coura e dirigidas aos courenses, com a promoção de caminhadas a diversos pontos do concelho, conforme de pode ver, a cada mês, na agenda cultural de Paredes de Coura.

16 abril 2009

Que venha o heliporto!

Finalmente o poste foi retirado! Depois de muita insistência, depois de muitos pedidos, depois de uma manobra arrojada do piloto de um helicóptero do INEM que arriscou a vida para salvar a de outro, eis que finalmente se limpa o espaço aéreo da zona envolvente do Centro de Saúde de Paredes de Coura.
A EDP lá atendeu a todas as reivindicações e evidências e enterrou a linha de alta tensão e, já esta semana, retirou finalmente o poste que a suportava. Um trabalho que estava previsto ficar concluído em finais de Outubro do ano passado. Mas o que são cinco meses para quem já esperou tanto...
Fica, agora, o caminho aberto para a construção do heliporto anunciado pela Câmara Municipal para apoiar aquela unidade de saúde, conforme estabelecido no pacote de medidas negociado entre a autarquia e o Ministério da Saúde. A ver se este processo não demora tanto tempo como a libertação do espaço aéreo!

11 abril 2009

Sinais da memória

Acontece muitas vezes. O tempo evolui, as situações mudam, mas os locais permanecem, como que a marcar a história. É o que se passa, por exemplo, com as escolas primárias de Paredes de Coura, encerradas há alguns anos, mas que ainda permanecem como marcos notórios na geografia do concelho.
E não me refiro apenas à utilização por outras entidades dos edifícios deixados vagos. Nesse aspecto acho que a actuação da Câmara Municipal de Paredes de Coura tem sido exemplar, colocando-os à disposição de instituições e colectividades que continuam a dinamizá-los, umas mais que outras, não deixando cair as antigas escolas num estado de abandono a que foram votados alguns edifícios do género há alguns anos.
O certo é que, basta um pequeno passeio pelo concelho para ficarmos com a sensação de que a abertura da escola do 1º ciclo na vila não trouxe qualquer mudança. As placas sinaléticas continuam por aí, a indicar as escolas primárias, ainda que transformadas ou desactivadas, e mesmo os sinais de perigo que indicam a aproximação de escola ainda estão presentes nas zonas onde estas estavam implantadas e por onde circulavam as crianças.
Uma distracção, ou esquecimento, das Estradas de Portugal que, a bem da verdade, apenas causa alguma nostalgia e um engano ou outro a quem, vindo de fora, se depara com a placa mas não compreende porque é que a escola está fechada. Apesar disso, não deixa de ser um assunto de fácil resolução e, ao preço que anda o alumínio no mercado do ferro velho, até é de estranhar que ainda ninguém se tenha dedicado a retirar estes sinais por conta própria. Será que não dá para aproveitar as placas para outro lado?

08 abril 2009

As notícias dos candidatos

O Notícias de Coura de ontem conseguiu a proeza de juntar numa mesma edição o anunciado candidato do PSD à Câmara de Paredes de Coura, José Augusto Caldas, e o anunciado candidato a candidato independente, Venâncio Fernandes.
Este último escreve pelo próprio punho, dando conta da sua insatisfação face ao actual panorama político concelhio e apelando à renovação de todo o aparelho autárquico, que não só o presidente da Câmara. Pedido ousado, a que se junta uma confirmação, a de que não será mais candidato pelo PSD (pelo menos assim o afirmava o título do artigo). E ainda o anúncio, mais que conhecido nesta altura aqui por este blogue, de que, face a todo o cenário que traçou sobre a política autárquica de Paredes de Coura, está disponível para encabeçar uma lista independente, assim o permita a burocracia da legislação eleitoral. É caso para dizer que, se a vontade é assim tanta, está na hora de vir para a rua trabalhar, porque as assinaturas não caem do céu.
Meia dúzia de páginas adiante e eis que surge o candidato do PSD. José Augusto Caldas numa entrevista onde dá a conhecer os motivos, válidos, que o levaram a assumir este desafio e a certeza de que será vencedor em Outubro. O actual vereador lembra algumas das conquistas social-democratas na Câmara e explica que morar fora do concelho não será um obstáculo, nem na fase de campanha, nem depois das eleições.
Mas a entrevista de José Augusto Caldas deixou muito por revelar, o que, a seis meses das eleições se compreende parcialmente. Por um lado, ficamos sem saber quem acompanha o cabeça de lista na corrida à Câmara, situação que poderá condicionar o voto de muitos indecisos. Por outro lado, a entrevista de ontem não mostra sequer um projecto do candidato a presidente para o concelho. Quer-me parecer que o candidato do PSD não quer "entregar o ouro ao bandido" e revelar o seu programa antes de conhecida a oposição, que ainda não anunciou quem irá concorrer às próximas autárquicas. O que não o preocupa, já que está convencido que Pereira Júnior vai voltar às urnas para deixar o mandato a meio. A ver vamos.

02 abril 2009

Isto faz sentido? (2)

Então o homem esteve por cá, foi recebido de braços abertos e ninguém disse nada e agora é que resolvem contestar o que ele veio anunciar?

30 março 2009

No fundo, no fundo...

Pela mão do João Carlos Gonçalves e do Nuno de Matos, dois companheiros de blogosfera de Ponte de Lima, chegaram-me dois indicadores de desenvolvimento. Daqueles que são muito bonitos de ver quando dizem que estamos muito bem, mas que procuramos esconder quando as coisas não estão tão bem assim.
Pegando pela perspectiva de Paredes de Coura, e tendo como base apenas estes dois indicadores em questão, o panorama não é famoso. Se na tabela do indicador de desenvolvimento municipal ocupamos o penúltimo lugar, logo acima de Melgaço, na outra estatística, sobre o ganho médio mensal, o último lugar é mesmo nosso. Números para reflectir em início de semana.


NB: Imagem retirada do blogue Ponte de Lima

Concelho com desporto, concelho vivo

O último fim de semana passei-o por terras de Valença. Envolvido (quase engolido!) num torneio de basquetebol que juntou naquele concelho equipas de vários pontos do país e também da Galiza num total de participantes que, contas minhas, deverá ter rondado as 300 crianças e jovens até aos 12 anos.
Três dias de actividades em que, além da prática desportiva em si, as crianças participaram em momentos lúdicos e recreativos, sempre com o objectivo de promover o convívio entre os participantes, oriundos de clubes e realidades tão diferentes. O torneio só hoje termina mas, independentemente dos resultados alcançados, no caso concreto pelo Basket Clube de Coura, o importante foi o convívio entre todos os atletas. Uma iniciativa onde deu para ficar a perceber o papel importante que os clubes têm, através dos seus atletas, dirigentes e mesmo dos pais dos atletas, no sentido de dinamizar actividades que, de outra forma, ficaram no papel, à espera do apoio e do envolvimento das entidades oficiais.
Não se julgue, contudo, que este tipo de iniciativas só acontece lá por fora. Em Paredes de Coura, nos próximos dias 10 e 11 de Abril, vamos ter algo parecido, desta feita dedicado às camadas jovens do futebol. Organizado pelo Sporting Clube Courense, o Torneio Internacional da Páscoa, já na sua segunda edição, promete reunir cerca de 600 jogadores de 20 equipas, com idades compreendidas entre os 8 e os 15 anos.
Um evento que, pelo que sei, se realiza com muito esforço do clube e dos seus dirigentes, que não se têm cansado no sentido de obter as melhores condições para receber tão distintos visitantes. E também dos familiares dos jogadores que, como é hábito neste tipo de iniciativas onde se apela ao voluntariado, não vão certamente deixar de oferecer o seu melhor à organização.
Desconheço, tanto no caso de Paredes de Coura como no de Valença, se as respectivas autarquias se envolveram também na organização, apoiando a realização dos torneios. Creio, contudo, que são eventos que merecerem o apoio de qualquer câmara, não só por serem criadoras de toda uma dinâmica que enriquece o concelho, mas também porque são o exemplo mais visível de que o concelho está vivo e tem futuro.

24 março 2009

E o candidato é...

José Augusto Viana é o candidato do PSD à Câmara de Paredes de Coura. Depois de anos como número dois, o vereador social-democrata avança, finalmente, para a liderança na corrida à autarquia courense.
Muito se falou, nos últimos meses, sobre quem iria disputar a Câmara de Paredes de Coura ao Partido Socialista e, ao que tudo indica, a Pereira Júnior, que já por diversas vezes disse estar disposto a concorrer a mais um mandato. Ficou por terra a hipótese Décio Guerreiro, o eterno candidato laranja à presidência. Ficou também de fora, se é que alguma vez chegou a fazer parte dos planos da concelhia, o nome de José Eduardo Martins, deputado social-democrata eleito por Viana do Castelo.
E o que dizer de João Cunha, presidente da concelhia do PSD? Optou por ficar de fora da frente da corrida para se salvaguardar ou reconhece que não tem ainda o peso suficiente para ocupar a presidência da câmara? Satisfeita deve ter ficado Maria José Carranca, que depois de ter exortado José Augusto Viana a chegar-se à frente, vê o vereador a avançar a passos firmes.
Será que José Augusto Viana tem potencial para conquistar Paredes de Coura ao PS? É o que vamos ver, mas espera-se uma campanha eleitoral muito técnica e bem explicadinha, bem ao jeito do vereador social-democrata, com os aspectos financeiros do concelho a ganharem lugar de relevo. Numa altura de crise, até nem será mal visto. Não esquecer, aliás, que foi pela mão de José Augusto Viana que o PSD apresentou na autarquia várias propostas de cariz social e económico que foram adoptadas pela câmara no final do ano passado.
Ficamos agora a aguardar a reacção de Venâncio Fernandes. O deputado municipal do PSD dizia que iria esperar pela escolha da concelhia para decidir se avançava ou não com uma candidatura independente. Resta saber se, face à indicação de José Augusto Viana, vai ou não entrar na corrida.

23 março 2009

Isto faz sentido?

Sobre a visita de Paulo Campos, secretário de Estado das Obras Públicas, ao distrito de Viana do Castelo, incluindo uma passagem por Paredes de Coura, os ecos que nos chegam através da comunicação social são, no mínimo, contraditórios.
O Diário do Minho, por exemplo, diz-nos que os novos acessos previstos para o distrito ajudam a enfrentar a crise. É, até pode ser um ajuda. Por um lado encurtam-se distâncias, por outro lado dá-se trabalho a várias empresas de construção civil. Vistas bem as coisas, até pode ser, realmente.
Mas, mais ao lado, no Jornal de Notícias, somos surpreendidos com a pressa do Governo, pela voz do mesmo governante, em implementar o sistema de portagens nas SCUT's, incluindo na ligação entre Viana do Castelo e o Porto. Ora, se o objectivo é ajudar a enfrentar a crise, não me parece que dificultar a vida a particulares e empresas que passam a ter de pagar por um trajecto para o qual não têm alternativa seja o melhor caminho. Ou será que, oferece-se com uma mão e retira-se com a outra logo a seguir?
De qualquer das formas, para Paredes de Coura ficou uma certeza. A de que está tudo na mesma no que respeita à famosa ligação à A3. Ou seja, Paulo Campos explicou que esta ligação está em fase de estudo prévio e que este deverá estar concluído até Junho. Para quem contava com algo mais, fica a esperança de que em Junho saia novo anúncio... o do início das obras...

12 março 2009

Vamos votar nas acessibilidades?

O título do post pode enganar! Não vou aqui falar sobre qualquer proposta eleitoral que verse as acessibilidades a Paredes de Coura ou a onde quer que seja. Vou falar, isso sim, da acessibilidade que deveria ser garantida a qualquer cidadão português na hora de votar mas que, infelizmente, muita vezes não acontece, obrigando a que uma coisa que, supostamente, deveria ser secreta, tenha de ser forçosamente partilhada com outros.
A este propósito, na passada quarta-feira, um grupo de cidadãos entregou ao presidente da Assembleia da Republica mais de quatro mil assinaturas, numa petição que apelava à introdução de boletins de voto em Braille, para que os cegos portugueses possam votar de forma secreta e autónoma. Um cenário que não se verifica actualmente, pois os invisuais são obrigados a pedir auxílio a outra pessoa, vendo, desta forma, a sua privacidade violada.
A questão dos cidadãos invisuais é, contudo, apenas uma no meio de outras tantas que impossibilitam o exercício livre do acto de votar. E por livre, aqui, entenda-se o facto de o fazer pela sua própria mão, sem recurso a terceiros. É o que acontece, por exemplo, a muitos cidadãos com mobilidade reduzida e que, no dia das eleições, se deparam com escadarias enormes a transpor para exercerem o seu direito cívico.
Em Paredes de Coura, por exemplo, são vários os exemplos de mesas de voto situadas em local pouco acessível a cidadãos com mobilidade reduzida. Uma situação que, se em circunstâncias normais já causa transtornos aos munícipes, num acto eleitoral assume contornos ainda mais gritantes, com as barreiras arquitectónicas a servirem de entrave ao exercício da cidadania.
É certo que, em meios pequenos em que todos se conhecem, não são raros os casos de mesas de voto que vêm à rua recolher o voto daqueles que não podem entrar no local onde funciona a assembleia. Não se trata, contudo, de um comportamento de todo correcto, na medida em que, mesmo assim, a privacidade de quem vota pode não ficar preservada.
Por isso, e num ano em que temos três actos eleitorais, seria de bom tom precaver entraves deste género e, se possível, instalar as assembleias de voto em locais com melhor acessibilidade. Não é garantia de maior afluência às urnas, nem de mais votos neste ou naquele partido, mas seria o reconhecer de um direito soberano que muitos cidadãos têm visto limitado nos últimos actos eleitorais.

Protegidos? (2)

E eis que, nove meses volvidos, nova "matança" de garranos por terras de Coura. Será que esta gente não tem um pingo de dignidade?

09 março 2009

O sol quando nasce...

Numa altura em que as energias renováveis estão na ordem do dia, e em que até o próprio Governo preparou um pacote de incentivos ao aproveitamento da energia solar, a atitude da Junta de Freguesia de Deão, em Viana do Castelo, surge como um exemplo que pode ser seguido por outras entidades: a utilização do sol para a produção de energia eléctrica e sua posterior venda à EDP apresenta-se como uma oportunidade que pode representar alguns euros nos cofres cada vez mais vazios das autarquias locais.
No caso concreto, a Junta de Deão instalou três conjuntos de painéis solares fotovoltáicos, num investimento de cerca de cem mil euros, que vão produzir energia que a EDP compra, a preço garantido. De uma assentada só, garantem os responsáveis daquela junta de freguesia, ganham duas vezes. Ganham com a venda da energia produzida e com o que poupam por não ter pagar aquela que habitualmente gastavam.
Ora, ao ler a notícia da iniciativa pioneira (julgo eu) de Deão, que inclusivamente instalou painéis solares no cemitério local, não pude deixar de pensar que, por cá, também se podia fazer alguma coisa do género. Aproveitar os espaços públicos para dinamizar um investimento como este e obter, desta forma, uma fonte de financiamento alternativa, cujo resultado poderia ser canalizado para diversas aplicações. Aliás, se até os privados reconhecem que, mesmo a nível unifamiliar, esta é uma oportunidade que, se bem pensada, não deverá ser desperdiçada, porque não alargar este cenário às entidades públicas.
Imagine-se, por exemplo, o telhado da Escola do 1º Ciclo com uma série de painéis fotovoltaicos a produzirem energia? Ou ainda o telhado do pavilhão municipal e das piscinas com painéis solares térmicos, que produzissem água quente que cobriria, se não a totalidade, pelo menos parte das necessidades daqueles equipamentos públicos? Num concelho que se tenta pautar pelos valores ecológicos e ambientais, não seria de apostar neste tipo de energias renováveis, agora que já cá temos também o parque eólico a fazer-nos companhia? Será sonhar muito alto? Até pode ser, mas não se costuma dizer que o sol quando nasce é para todos. Há que tentar aproveitá-lo ao máximo!

06 março 2009

Só falta a pancadaria!

Insultos e ameaças. Assim vai a Assembleia da República neste país. Na sessão de ontem, a fazer fé nas notícias que hoje trazem os jornais e que já ontem à noite nos entraram em casa pelos noticários televisivos, só faltou mesmo a pancadaria para que o Parlamento português se transformasse naquele circo que, de quando em quando, conhecemos dos parlamentos nipónico, coreano ou de Taiwan.
O protagonista foi José Eduardo Martins, que os courenses bem conhecem. Ainda se lembram da sua passagem pela Assembleia Municipal de Paredes de Coura, no mandato anterior? Ainda se lembram da forma quase insultuosa como se dirigia ao plenário, que motivou diversas críticas, inclusivamente de colegas de bancada? Pois bem, desta vez José Eduardo Martins não se ficou pelas ameaças de insulto e desatou mesmo a insultar outro deputado, o socialista Afonso Candal, que usava da palavra.
Insultos que deixaram outros deputados estupefactos (veja-se a cara de Diogo Feio, por exemplo) e que, certamente, não serão apanágio do que deve ser uma Assembleia da República, casa maior do poder democrático em Portugal. Mais! Aos insultos, fortes, seguiram-se ameaças. E só faltou mesmo... a pancadaria, prometida para outra altura, talvez. Só faltou também Afonso Candal, que parece não ter ouvido os insultos de José Eduardo Martins, ter respondido à altura. Se fosse comigo, sempre poderia dizer: vai tu!


Para ver aqui, aqui, e aqui.

05 março 2009

Iguais... mas tão diferentes

Um dia destes andava eu às compras num supermercado cá da vila quando assisti a uma cena que, julgava eu, nunca iria ter o incómodo de presenciar. Ainda para mais em Paredes de Coura, terra que dizem conhecida pela sua hospitalidade e abertura. Mas, infelizmente, parece que a regra geral é contrariada por alguns habitantes. Que se há-de fazer…
Ora, estava eu já quase de saída, na caixa a pagar, quando uma senhora que estava na caixa ao lado, com o seu carrinho carregado, deita cá para fora alguma coisa do género: “Ui, o que lá vêm!” Pensei que estaria a falar da conta, certamente elevada, mas não. Infelizmente referia-se a um grupo de estudantes cabo-verdianos que estuda em Paredes de Coura, a milhares de quilómetros de casa, e que chegava à superfície comercial. Acho que nessa altura fiquei um bocadinho de boca aberta, mas o pior estava ainda para vir, pois à medida que os estudantes cabo-verdianos entravam, a senhora continuava com comentários insultosos, chegando ao cúmulo de dizer para uma outra senhora a seu lado que devia ser feito um abaixo assinado para “correr com aquela gente”.
Por esta altura já eu procurava a todo custo saber se estava a sonhar (um pesadelo dos grandes) ou se estava mesmo acordado e tinha de responder à letra. Como é possível alguém ter uma mentalidade tão tacanha onde o racismo continua a ter lugar de honra? Como pode alguém deitar cá para fora semelhante sem se preocupar, no mínimo, com o que sentirá quem a ouve ou, mais importante ainda, quem por ela é visado?
Felizmente, tenho para mim que casos como o desta senhora, que não conhecia e que procuro não conhecer a partir de agora, são cada vez mais raros. Infelizmente se calhar não é bem assim e tenho uma visão optimista demais das coisas. Se calhar já me esqueci dos problemas que tiveram os primeiros alunos cabo-verdianos quando chegaram a Paredes de Coura e a maneira como foram insultados e provocados. Se calhar só penso assim porque dou mais valor ao esforço de integração que fizeram, procurando sentir-se, também eles, parte de Paredes de Coura, seja no futebol, na catequese ou, mais recentemente, abrindo as portas da sua cultura, da sua dança mais especificamente, ao resto da população courense. Se calhar a senhora do abaixo-assinado devia ir dançar uma morna um dia destes. Provavelmente era capaz e esquecer as assinaturas.

04 março 2009

O cantinho do lixo

Num espaço com, sensivelmente, 300 metros quadrados, encontramos nada mais, nada menos, que um ecoponto com três contentores, outros três contentores de lixo e qualquer coisa como dez papeleiras. Aqui não pode haver lixo no chão!

28 fevereiro 2009

Temos candidato! Ou talvez não..

Lendo nas entrelinhas, é possível vislumbrar na carta de princípios que os cinco presidentes socialistas do Alto Minho enviaram a José Sócrates, a recandidatura de todos os signatários. Ou seja, também Pereira Júnior parece confirmar a ida a nova corrida eleitoral.
O ultimato dos autarcas, que dizem não concorrer às eleições de Outubro se o PS apoiar Defensor Moura para Viana do Castelo, surge precisamente na semana em que se realiza o congresso do Partido Socialista, de onde é provável que saia uma solução de entendimento entre distrital e concelhia do partido. A primeira não quer Defensor Moura, a segunda já o indicou, oficialmente, como candidato à câmara da capital de distrito.
Por outras palavras, quase se pode dizer que está nas mãos de José Sócrates decidir se Pereira Júnior é candidato ou nao à Câmara de Paredes de Coura. Alguém tem dúvidas do caminho que vai ser seguido?

A ponte é uma miragem? (2)

aqui tínhamos abordado o assunto. Hoje voltamos a ele depois de ver a reportagem exibida no programa Nós por cá, na SIC. Os presidentes das juntas de freguesia de Linhares e Rubiães encontram-se a meio do caminho na nova Ponte das Poldras. Sem acessos, sem garantias, só com a certeza de que, assim, aquilo não serve para nada. Para ver, clicar aqui.

Morna, morninha...

Sem agitação, sem polémicas de maior, assim foi a Assembleia Municipal da semana passada. Realizada na Junta de Freguesia de Ferreira, esta foi a quinta sessão que teve lugar fora dos Paços do Concelho, numa iniciativa que procurou levar os governantes ao encontro dos governados. Infelizmente, o resultado não tem sido dos melhores, e na sessão da passada sexta-feira o público resumia-se a, apenas, cinco pessoas.
Uma assistência reduzida que teve a oportunidade de testemunhar o regresso de Maria José Fontelo ao “circo” das lides políticas, depois de ter estado afastada do “palco” durante uns meses. Nem isso, contudo, trouxe alguma agitação ao encontro. Aliás, de início, a deputada social-democrata ainda criou alguma confusão, ao lembrar, em parceria com Venâncio Fernandes, que a acta da reunião de Dezembro estava incompleta. Tudo porque não era feita qualquer referência ao episódio que “embaraçou” a socialista Rosalina Martins.
Na altura, recorde-se, foi decidido juntar à ordem de trabalhos um ponto novo, a eleição dos dois representantes da AM na comissão municipal de protecção civil, e o PSD sugeriu dois nomes socialistas, o que levou à indignação da deputada do PS, que acusou os social-democratas de não fazerem o seu trabalho de casa, ao contrário da bancada socialista. Uma frase que gerou na oposição a suspeita de que a mesa da AM já teria informado o Partido Socialista sobre aquele ponto extra da ordem de trabalhos e que levou, inclusivamente, a que aquela eleição fosse retirada da ordem de trabalhos.
Agora, a suspeita voltou a ser referida nesta sessão, com o PSD a exigir que esse episódio fosse incluído na acta. E voltou, também, à ordem de trabalhos a eleição dos representantes da AM na referida comissão municipal de protecção civil. O PSD pediu a interrupção dos trabalhos para tentar encontrar uma solução de consenso com o PS mas, regressados do intervalo, apenas os socialistas traziam uma proposta: Ivan Morais e Joaquim Felgueiras Lopes, aprovados com os votos da maioria. O PSD, explicou depois Maria José Fontelo, votou em branco e criticou fortemente os socialistas, que acusou de nem sequer quererem discutir outros nomes dentro do seu partido, nomeadamente Maximiano Costa e Eugénio Pereira, as propostas dos social-democratas. “Fizeram uma triste figura”, atirou a líder do PSD. A resposta veio de Rosalina Martins, suave, e de Joaquim Felgueiras Lopes, mais certeiro, a explicar que os dois nomes que o PSD defendia tinham sido convidados dentro do grupo socialista… e tinham recusado. Para a história fica mais uma comissão onde os social-democratas não têm assento.

25 fevereiro 2009

Intermitências


Já muito se escreveu sobre a influência que uma vírgula pode ter num determinado texto. Agora, veja-se a diferença que um simples traço pode fazer...

23 fevereiro 2009

A mão escondida

A pedra cruza os ares e atinge o alvo. Qual alvo? Não interessa. Qualquer alvo servia, o objectivo era apenas atirar a pedra… e esconder a mão. Quem vier atrás que assuma a culpa pelo estrago causado. Ninguém viu quem atirou, ninguém viu quem partiu, quem magoou.
A pedra não tem nome. A mão que a atirou e se escondeu em seguida, também não. São os dois anónimos num mundo que teima em esquecer os nomes. Das coisas, das pessoas, das pedras, da mão… Vivemos num mundo em que o nome das coisas é cada vez menos importante. O que importa o nome, quando tudo o que se quer é ser anónimo?
Mais uma pedra que salta do desconhecido e atinge o alvo. Mais uma mão que não deixou rasto atrás da pedra. Não tem assinatura, não tem bilhete de identidade. Não é minha, não é de ninguém. Mas existe, e insiste em causar estragos. Doa a quem doer, desde que continue sem nome.

20 fevereiro 2009

Não havia necessidade...

Com tanto espaço livre ali mesmo ao lado no parque de estacionamento subterrâneo, não se entende o porquê de utilizarem uma zona pedonal para parquear os automóveis...

17 fevereiro 2009

Será isto um prenúncio?

Ponte de Lima já conhece o candidato que o PSD vai apresentar na corrida à Câmara Municipal. Aqui por Paredes de Coura fala-se muito mas ainda não se vislumbra fumo branco no horizonte. Será o anúncio de Ponte de Lima um prenúncio do que vamos ter por cá?

16 fevereiro 2009

Sábado sim, sábado não

Sábado sim, sábado não, a vila parece outra. Dia de feira é dia de agitação na vila. Paredes de Coura parece que ainda fervilha no dia em que as tendas tomam conta do terreiro. Ou melhor dos dois mais importantes terreiros da sede do concelho.
Já passaram dois anos, em Novembro, desde que os feirantes saíram do seu antigo poiso e voltaram ao seu poiso de antigamente. O Largo Hintze Ribeiro e o Largo 5 de Outubro acolheram de braços abertos a Feira de Paredes.
Quezílias políticas à parte, independentemente de quem surgiu em primeiro lugar a ideia de trazer a feira de volta ao centro da vila, uma coisa é certa: foi uma opção certeira. A feira, muito provavelmente, sentiu algumas mudanças, mas as mais fortes foram as que se sentiram na própria vila, que ganhou um movimento digno de uma qualquer urbe distante.
Mas depois temos os outros sábados, os sábados “não”. Aqueles em que subimos e descemos a Rua Conselheiro Miguel Dantas e contamos os transeuntes pelos dedos das mãos, de apenas uma mão se for dia de chuva. Aqueles sábados em que os estabelecimentos comerciais estão quase desertos, em que os restaurantes e cafés parecem estar em período de descanso. Felizmente que é só sábado sim, sábado não.

11 fevereiro 2009

Não estamos sozinhos

Afinal não somos os únicos a ter problemas com a incapacidade administrativa de algumas instituições públicas. O nosso problema parece que também afecta outros aqui perto. Infelizmente. Para nós e para eles.

Chover no molhado

Não tem ainda um ano a nova cobertura do pavilhão gimnodesportivo de Paredes de Coura. Foi substituída, recorde-se, na Páscoa do ano passado, num trabalho que custou mais de 65 mil euros e que visava acabar com as muitas goteiras que por ali existiam e que danificavam o piso do recinto e criavam dificuldades aos seus utilizadores.
Nem um ano passou e, no entanto, no pavilhão, tudo na mesma. As infiltrações continuam, e de que maneira! E depois é ver funcionários e utentes de esfregona na mão a tentar minimizar os danos, ao mesmo que se perguntam como é que é possível que uma obra realizada há tão pouco tempo tenha tantos problemas.
Sessenta e cinco mil euros, recorde-se, em cerca de quatro semanas de trabalho, foram pagos pelo município! Para ficar tudo na mesma? Pois, é a questão que se levanta… Não estará na altura de chamar o empreiteiro de volta e fazer valer a garantia, ou accionar a caução, que certamente haverá? Para quem falava, inclusivamente, em colocar um sistema de climatização no pavilhão, não será melhor tapar antes os buracos por onde entra a chuva? É que, da maneira como as coisas estão, dentro de pouco tempo a cobertura não será a única coisa a precisar de ser substituída.

09 fevereiro 2009

Cinco anos de promessas

O canil de Paredes de Coura, ou que irá servir Paredes de Coura, é notícia há quase cinco anos… Cinco anos em que muito se falou, nomeadamente da promessa da construção de um equipamento intermunicipal em Monção, para acolher os animais vadios daquele concelho e ainda de Paredes de Coura, Melgaço e Valença. Cinco anos onde foi também notícia a tomada de posição da Assembleia Municipal courense que, farta de assistir à proliferação de cães vadios no concelho, aprovou uma recomendação à Câmara Municipal no sentido desta construir, com urgência um canil provisório no concelho. Estávamos, então, em Dezembro de 2005…
Mas o tempo passou e a recomendação da Assembleia Municipal foi totalmente ignorada pela Câmara de Paredes de Coura, com a justificação de que, por apenas alguns meses, o canil provisório não se justificava. Os meses, contudo, transformaram-se em anos e o canil ficou pelo caminho. Aqui ao lado, em Vila Nova de Cerveira e Ponte de Lima, avançava-se no tempo e construíram-se equipamentos de raiz, de modo a proporcionar condições decentes aos animais acolhidos.
Agora, em Fevereiro de 2009, recordamos as sucessivas promessas da construção do canil intermunicipal, com inauguração marcada para 2006, e depois para 2007 e ainda 2008. Agora, em 2009, a notícia é que, finalmente, o canil intermunicipal de Monção está em execução. A data para a abertura ainda não é conhecida, mas não deve demorar cinco anos…

07 fevereiro 2009

Uma questão geográfica?

Depois de Viana do Castelo ter recusado, ainda que com um grande alheamento por parte da população, a adesão à comunidade intermunicipal do Minho e Lima, será que continua a fazer sentido esta associação de municípios ter a sua sede precisamente no único concelho que dela não quis fazer parte?

05 fevereiro 2009

O conclave

A cúpula socialista do Alto Minho vai reunir em Paredes de Coura na próxima segunda-feira. Objectivo: mostrar a Defensor Moura que Manuel Alegre só pode existir um e que todos os outros socialistas têm de seguir o líder. Está-se mesmo a ver que o actual presidente da Câmara de Viana do Castelo não vai ter o apoio do seu partido nas próximas autárquicas.
O resultado do referendo de há duas semanas foi a gota de água no copo já há muito cheio de Rui Solheiro, presidente da Câmara Municipal de Melgaço e, o que importa neste caso, da Federação Distrital do Partido Socialista. Conhecidas que são as “trocas de galhardetes” entre um e outro, os dois do mesmo partido mas separados por muito mais que as largas dezenas quilómetros que vão de Viana a Melgaço, não é de estranhar que Solheiro não tenha gostado da tomada de posição de Defensor Moura, ao enfrentar de peito feito a adesão à comunidade intermunicipal do Minho e Lima.
Pessoalmente, e como o afirmei aqui por várias ocasiões, continuo a achar que o afastamento de Viana do Castelo do resto dos nove concelhos do distrito não tinha razão de ser. O povo vianense assim não entendeu e referendou Defensor Moura, garantindo-lhe mais uma frente de batalha contra o seu “inimigo” de Melgaço. Mas, uma coisa é discordar, outra é achar que o autarca vianense teria de optar pela unidade a dez, apenas e só porque o seu partido assim o entendia, à semelhança, aliás do que tem acontecido no Parlamento, onde, em votações mais complicadas impera a disciplina partidária, num acto que castra o pensamento individual de cada deputado.
Com a vitória do Não no referendo, Defensor Moura conquistou o apoio dos colegas socialistas de Viana que quase o elegeram para novo mandato à frente da autarquia, mas poderá também ter ganho ordem de dispensa ao serviço, pois agora Rui Solheiro quer ser ele a escolher o candidato socialista à autarquia vianense. E Defensor Moura, que tem conquistado a autarquia nas últimas eleições, arrisca-se a ter de avançar como independente. Ou então, como também já se avançou, a ser exilado em Lisboa, integrando as listas de deputados a eleger por Viana nas próximas legislativas. Dois cenários que deverão estar em cima da mesa na reunião dos socialistas em Paredes de Coura onde o autarca de Melgaço tem maioria confirmada. Ou seja, a decisão há muito foi tomada, agora é só uma questão de a formalizar. Vamos ver o que sai dali!

04 fevereiro 2009

Já cá chegaram!

A notícia chegou através do blogue Território com Alma que, verdade seja dita, consegue dar mais informação que a própria Câmara Municipal de Paredes de Coura. E a notícia é que, a partir de agora, já por cá também se faz a recolha de óleos alimentares usados. Deste modo, ao mesmo tempo preserva-se o ambiente e promove-se a utilização de uma energia alternativa.
Um assunto que já aqui foi abordado por diversas vezes e que se traduzia, até agora, numa lacuna num concelho cuja autarquia até tem uma grande preocupação ambiental, quer ao nível da prevenção, quer em relação à recolha de resíduos. Agora, mercê de um protocolo firmado entre uma empresa da especialidade e a Câmara courense, os munícipes vão passar a dispor de uma rede de recolha de óleos alimentares usados mais ou menos distribuída por todo o concelho.
Os “oleões” vão estar localizados em estabelecimentos de ensino e instituições de solidariedade social e, além da vertente ambiental e ecológica, têm ainda uma componente económica, já que por cada litro de óleo recolhido a empresa em questão vai pagar uma verba às instituições que colaboram na recolha. Por tudo isto, uma iniciativa que se aplaude.

02 fevereiro 2009

Por onde vens?


Do mal o menos, o traçado da ligação ferroviária de velocidade elevada parece que vai acompanhar o da A3, nos limites do concelho de Paredes de Coura. Tendo em conta que não vai haver qualquer paragem neste troço, até nem se pode dizer que seja mau de todo. Haverá certamente quem diga que, a ser assim, fez-se muito bem em enveredar pelo desvio do traçado da A3, na década de 90. Pois, mas essa via de comunicação, a A3, bem que dava jeito estar aqui mais perto...